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31 de julho de 2010

SOS NASCENTES DO RIO XINGU - "CAMPANHA Y IKATU XINGU"

Índias do Xingu fazem pintura típica na modelo Gisele Bündchen
para gravações pela Campanha Y Ikatu Xingu


A Top Model Internacional Gisele Bündchen apoia a Campanha Y Ikatu Xingu



Devastação das nascentes do Rio Xingu afeta índios e agricultores

Campanha ‘Y Ikatu Xingu é destaque no Globo Rural deste domingo

A união pela preservação e conservação das águas do Rio Xingu será destaque no programa Globo Rural que vai ao ar neste domingo, dia 1° de agosto, às 8 horas, na Rede Globo. Os trabalhos da Campanha ‘Y Ikatu Xingu serão apresentados na reportagem. A primeira parte do programa foi exibida no último domingo, dia 25, sob o nome de “Devastação das nascentes do Rio Xingu afeta índios e agricultores”. Assista ao vídeo:
Devastação das nascentes do Rio Xingu afeta índios e agricultores – Globo Rural de 25/07



II VÍDEO DO GLOBO RURAL:

Agenda:
Rede Globo – dia 1°, domingo, às 8h00
Reapresentação:
Globo News – dia 1°, domingo, às 17h05
Canal Futura – dia 3, terça-feira, às 20h00
SAIBA MAIS:


Gisele trabalhando pelo Projeto Y Ikatu Xingu



18/09/2009
Foto: Gisele Bündchen: sempre pelo bem
Considerada uma das maiores defensoras da causa verde, Gisele Bündchen será nomeada a nova Embaixadora da Boa Vontade da ONU no próximo domingo, em um evento que será realizado no Washington Square Park Fountain, em Nova York.
* Na ocasião, a brasileira vai se encontrar com Achim Steiner, o subsecretário-geral da organização, e os dois irão discutir os impactos do aquecimento global no planeta. Gisele terá um papel importante no programa da ONU para os assuntos de meio ambiente, o Unep (United Nations Environment Programme).
* A modelo vai receber a honraria por conta do trabalho em favor do projeto "Y Ikatu Xingu", ao qual doa parte de seus lucros com as vendas das sandálias Ipanema GB. Ela se reúne a um time que já inclui celebridades internacionais como Angelina Jolie, Oprah Winfrey e Nelson Mandela, além de brasileiros como Gilberto Gil, Lily Marinho e Ronaldo Nazário.Fonte: GLAMURAMA - UOL (Foto: Reprodução)

CONHEÇA A CAMPANHA Y IKATU XINGU DO I.SOCIOAMBIENTAL

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30 de julho de 2010

CHEGA AO FINAL A REUNIÃO ANUAL DA SBPC EM NATAL

Os simpáticos bonecos de cientistas do bloco "Com "Ciência na cabeça e frevo no pé". Presentes em reuniões anteriores, eles fazem a alegria dos visitantes da ExpoT&C – feira de ciência e tecnologia que acontece durante reunião (foto: Thiago Camelo).


Muito além das conferências

Nosso repórter convida os leitores para um passeio pelos bastidores da reunião anual da SBPC. Conheça um pouco das atividades que acontecem paralelamente à programação científica do evento.

Por: Thiago Camelo

Publicado em 30/07/2010

Muito além das conferências


A reunião anual da SBPC chega ao fim hoje. A expectativa é de que mais de 10 mil pessoas tenham visitado o campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), local do evento em Natal.

Embora o carro-chefe do encontro da SBPC seja a programação científica – e a nossa cobertura tenha se focado nela –, há muitas outras histórias para contar. Narrativas que passam ao largo das conferências, mesas-redondas, palestras e debates sobre os quais falamos ao longo da semana.

E não é difícil ver e ouvir essa movimentação periférica. ExpoT&C, Sessão de Pôsteres, SPBC Cultural e SBPC Jovem mobilizam boa parte das milhares de pessoas que visitam a reunião – veja aqui a galeria que montamos com fotos de nossos repórteres nos bastidores da reunião.

Agora, por exemplo, nós da CH fechamos nossas matérias na sala de imprensa do encontro enquanto uma música animada toca ao fundo. É o ensaio para o concerto que acontecerá logo mais na SBPC Cultural.

A ideia da SBPC Cultural é a de apresentar as principais manifestações artísticas de Natal: músicos, escultores, fotógrafos, costureiras, poetas e atores participaram das atividades.


Bonecos na SBPC

No Labirinto cultural, há diversos caminhos embaralhados que levam o visitante ao encontro das obras de arte. Aqui, bonecos costurados a mão ficam suspensos no ar (foto: Thiago Camelo).

Marinheiros e mais marinheiros

Tudo bem que o tema desta 62ª reunião da SBPC são as ciências do mar. Mesmo assim, o visitante que esbarra com tantos marinheiros fardados no campus não deixa de se surpreender. Tem uma explicação: a Marinha do Brasil conta com o maior estande da ExpoT&C – uma espécie de centro de convenções em que instituições públicas e privadas divulgam suas marcas e expõem trabalhos e pesquisas.

Fila na marinha

Formou-se uma fila enorme no estande da Marinha para a exibição do filme em 3D sobre o navio polar Almirante Maximiano.

Na seção da Marinha está uma das maiores atrações do pavilhão: um curta-metragem em 3D que conta a história do navio polar Almirante Maximiano – o barco fez sua primeira viagem à Antártica recentemente.

O resultado é bacana. É divertido entrar na sala de cinema em forma de geleira e fazer um passeio tridimensional de quatro minutos pelo Maximiniano. Depois da sessão, ainda há a oportunidade de conversar com pesquisadores que estiveram na expedição e tirar dúvidas sobre a história, arqueologia e fauna do local.

Brincando de comandante. Jovens se divertem no estande da Marinha (foto: Thiago Camelo).

Milhares de novos cientistas

Ciências exatas, da terra, da saúde, agrárias, sociais, humanas e biológicas. Estudantes de diversas áreas apresentam cerca de cinco mil trabalhos na Sessão dos Pôsteres. São projetos de iniciação científica, teses de mestrado e doutorado. Muitas vezes, é a primeira apresentação acadêmica do aluno. Conversamos com alguns deles – a maioria enfileirada em corredores do térreo de um dos prédios da UFRN – e foi fácil perceber um sentimento comum: ali se partilha conhecimento.

É um interessado no trabalho do outro. Com dúvidas genuínas, dando palpites e querendo sugestões. Foi o que vimos, por exemplo, durante a conversa entre estudantes da área de saúde. Uma troca intensa sobre propriedades medicinais de chás de folhas – uma divisão, sem vaidade alguma, de questões e descobertas.

Posteres
Acima, conversa animada entre estudantes da área de saúde. O objetivo: entender como o experimento de uma das meninas deu certo e o da outra menina, errado (foto: Thiago Camelo).

Os estudantes também estão presentes na SBPC Jovem. Minicursos contam com lunetas, caleidoscópios, mapas do oceano, do Sol e da Lua. Atividades e oficinas destinadas, sobretudo, a alunos do ensino básico e técnico. Os professores de escolas também têm vez: aprendem como construir um kit de brinquedos para o ensino de ciências e usar a calculadora, de modo lúdico, na aprendizagem.

Como se vê, os participantes do evento contam com um amplo leque de opções de atividades entre uma palestra e outra. São esses eventos paralelos que fazem a riqueza das reuniões anuais da SBPC.

Thiago Camelo
Ciência Hoje

Leia mais textos no Especial SBPC 2010


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29 de julho de 2010

MMA RECEBERÁ PROPOSTAS E PROJETOS ENTRE 200 E 300 MIL PARA RECUPERAÇÃO FLORESTAL DE ÁREAS ALTERADAS E DEGRADADAS



ÓTIMA OPORTUNIDADE PARA SUA INSTITUIÇÃO

RECURSOS PARA MEIO AMBIENTE

Instituições públicas e privadas sem fins lucrativos podem cadastrar propostas e projetos entre 200 e 300 mil reais para receber apoio financeiro que visem a recuperação florestal de áreas alteradas e degradadas, e ao manejo da biodiversidade com base no desenvolvimento comunitário por demanda espontânea do FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente até dia 09 de agosto!


MMA » Fundo Nacional do Meio Ambiente

DEMANDA ESPONTÂNEA 2010

Atenção! Em 2010 o FNMA receberá propostas exclusivamente pelo SICONV. Somente instituições públicas federais poderão enviar cartas-consultas pelos correios, no modelo fornecido abaixo. É obrigatório clicar em "Enviar para análise" após preencher a proposta, caso contrário, sua proposta não será recebida pelo FNMA.


Em sua 57ª Reunião Ordinária, realizada nos dias 20 e 21 de maio de 2010, o Conselho Deliberativo do FNMA aprovou os seguintes temas para apoio por meio da Demanda Espontânea:

Tema 1: Recuperação Florestal de Áreas Alteradas e Degradadas - Especificamente aquelas localizadas em nascentes cujo manancial esteja sendo utilizado no abastecimento humano

A ação visa qualificar a participação dos possíveis tomadores, de modo a agregar estratégias de recuperação florestal à política pública de abastecimento humano.

Deverá ser demonstrada a relação entre a ação fomentada e as políticas públicas voltadas à recuperação/preservação/conservação dos recursos naturais da localidade em que ocorrerá a ação (ex: Plano estadual de Recursos Hídricos, Plano de Bacias, política pública de abastecimento do município).

Estratégias - o projeto deverá:

•considerar, no sistema hidrológico no qual pretende interferir, os nichos de nascentes, localizados à montante em corpos hídricos utilizados para o abastecimento humano. A área a ser reflorestada por meio de plantio ou enriquecimento, deverá considerar o que descreve o Art. 2º letra "c" da Lei nº 4.771/65 .


•tomar a bacia hidrográfica como unidade de planejamento, promovendo a adoção de estratégias participativas de gestão dos recursos florestais e hídricos.
•observar os processos de sucessão ecológica na escolha e combinação das espécies e orientar-se à implantação de florestas de estrutura semelhante ao clímax da região, utilizando alta diversidade biológica; Informar as espécies que serão adotadas para o plantio e a metodologia de espaçamento;
•utilizar preferencialmente material genético local nos plantios destinados à recuperação florestal;
•incluir atividades de capacitação para a adoção de técnicas de plantio e condução da regeneração natural, com vistas à recuperação florestal;
•incluir atividades de educação ambiental (mobilização, palestras, mutirões, etc) em torno das ações desenvolvidas.

Resultados esperados:

•Ampliação da regularidade florestal e do número de áreas degradadas em processo de recuperação na região de abrangência do projeto;
•Beneficiários capacitados e comprometidos com a conservação de florestas de proteção ambiental.

Possíveis Proponentes: Instituições Públicas e Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos

Duração: 12 meses

Valor mínimo e máximo: R$ 200.000,00 a R$ 300.000,00

Despesas de capital: Até 30% do valor solicitado ao FNMA

Prazo Máximo: Até 09 de agosto de 2010

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Especiais / Reunião Anual da SBPC - 2010
Tema: CIÊNCIAS DO MAR - Herança para o futuro

SBPC 2010

Antártica? Ali ao lado.
Mudanças no ambiente antártico influenciam o Brasil muito mais do que imaginamos. Estudos recentes mostram que fenômenos que ocorrem no continente gelado afetam processos de desertificação e formação de ciclones na América do Sul.

Onde começa o caminho do chão
É possível contar a história das cidades litorâneas brasileiras a partir da sua relação com o mar. Na reunião da SBPC, urbanista da USP mostrou como nossos portos e seu entorno foram sucessivamente valorizados, abandonados e estão prestes a serem revitalizados.

O grande paradoxo
A continuidade da produção científica de alto nível do Brasil está ameaçada pelos baixos indicadores que o país tem na área da educação. A divulgação científica tem um papel essencial para reverter esse quadro, acredita Roberto Lent, ganhador do Prêmio José Reis.

Por: Bernardo Esteves

O poder das algas
Bastante usadas nas indústrias de alimentos e cosméticos, as macroalgas marinhas têm também um grande potencial biotecnológico. Novos estudos brasileiros mostram que compostos produzidos por elas têm ação antioxidante, fotoprotetora e até antitumoral.

Galeria SBPC 2010
Veja fotos da 62ª Reunião Anual da SBPC 2010, que acontece em Natal, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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28 de julho de 2010

GOLFO DO MÉXICO: E O PETRÓLEO SUMIU...

Onde foi parar o petróleo que vazou no Golfo do México?

Antes de colocarem o funil para tampar o vazamento do poço avariado, eram recolhidos cerca de 25 mil barris diários de petróleo
Fonte: AFP
Nova Orleans - Com o vazamento de petróleo do Golfo de México sob controle, a atenção do problema agora se desloca para a limpeza da superfície marinha e a pergunta que todos fazem é: para onde foi todo o óleo que vazou durante três meses?

Durante três longos meses uma imensa maré negra ameaçou o litoral da Louisiana e de outros estados do sul dos Estados Unidos, enquanto a BP recorria a todos os métodos possíveis para tentar deter o vazamento poluente.

Um tampão deteve o fluxo no dia 15 de julho depois do derramamento de 2,8 a 4,5 milhões de barris no Golfo. Apenas um quarto dessa quantidade foi capturada pela BP em navios contêineres e outros sistemas de armazenamento.

Mas graças aos frenéticos esforços para recolher e queimar o óleo na superfície - foram recuperados cerca de 132 milhões de litros de uma mistura de petróleo e água e foram realizadas 411 queimadas - a verdadeira dificuldade agora é encontrar os rastros do petróleo para que possam ser limpos.

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Dezenas de aviões de reconhecimento saem constantemente da Flórida e do Texas para localizar manchas de petróleo, ao mesmo tempo em que barcos de fundo plano buscam nos pântanos os restos maiores da maré, que são difíceis de biodegradar-se.

"O que temos são centenas de milhares de manchas de petróleo e o desafio consiste em descobrir onde se encontram precisamente agora, porque se dispersaram numa grande superfície", explica o chefe da operação organizada para deter a maré, o almirante Thad Allen.

Allen assegura que talvez seja inexato de sua parte chamar essa quantidades de mancha. "O que estamos vendo são bolsões, unidades com volume, pequenas concentrações muito difíceis de detectar", afirma.

"O que tentamos descobrir é onde está todo o petróleo e o que podemos fazer a respeito", acrescenta.

As cifras falam por si mesmas. Antes de colocarem o funil para tampar o vazamento do poço avariado, eram recolhidos cerca de 25.000 barris diários de petróleo de uma densa e concentrada maré negra, perto da zona do poço.

Quando chegou a tempestade tropical Bonnie na semana passada, a recuperação diminuiu para uns insignificantes 56 barris diários, suscitando a pergunta sobre o que fazer com os 800 navios coletores, muitos deles conduzidos por pescadores enfadados.

A respeito de onde foi parar o petróleo que não foi recolhido ou queimado, as opiniões variam: alguns especialistas dizem que os micróbios e outros elementos do oceano o decompuseram naturalmente, enquanto que outros temem que possa estar depositado sem ser detectado nas profundezas do Golfo.

Apenas algumas semanas atrás, a maré negra era uma força implacável, que não podia ser mantida à distância das costas que lentamente asfixiava os indefesos pelicanos. Agora o óleo é um inimigo escorregadio, que precisa ser urgentemente localizado.

O último boletim da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) sobre a maré identifica apenas sete manchas de petróleo de alguma consideração flutuando na superfície marinha.

A etapa seguinte consistirá principalmente num minucioso trabalho de avaliação dos danos causados pelo petróleo nas áreas ribeirinhas. Mais de 1.000 km de litoral foram contaminados pelo petróleo.

A limpeza das praias demandará esforços mínimos, mas a eliminação do óleo dos pântanos implicará um grande quebra-cabeça para as autoridades.

O geólogo Ed Owens, contratado pela BP para ajudar a organizar a proteção do litoral, rejeita qualquer alarmismo. Ele acha que os pântanos, que abriga uma variada fauna, se recuperarão em alguns meses, já que apenas um escasso volume de petróleo penetrou neles.


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MORTE DOS PINGUINS NAS PRAIAS BRASILEIRAS


Por que centenas de pinguins mortos estão aparecendo nas praias brasileiras? As 3 principais teorias.

27/07/2010 - Kathryn Yao / Aol News

A chefe regional do IBMA Ingrid Maria Furlan Oberg disse que a população de pingüins mortos ainda está dentro da normalidade para esta época do ano, como relatou ao The Epoch Times. "Acreditamos que isso aconteceu por causa da frente fria, que os trouxeram de uma só vez", disse Oberg.

A partir de meados do dia 10 de julho, os pinguins foram aparecendo mortos ou quase mortos, nas praias do litoral sul do Estado de São Paulo, como relata a Associated Press.

Até agora, cerca de 500 aves tiveram esse destino. A maioria são pinguins de Magalhães que migram para o norte em direlção ao Brasil, vindos da Argentina, Chile e Ilhas Falkland. Em um ano típico, a cerca de 100-150 pingüins chegam às praias vivos após a longa caminhada em direção norte, com apenas 10 ou pouco mais aparecendo mortos, disse Thiago do Nascimento, biólogo do aquário de Peruíbe, à AP.

O que fez este ano diferente? Ninguém sabe ainda. Abaixo, as três principais hipóteses avançadas para o que está causando as estranhos e inquietantes mortes.

1. As mudanças climáticas

Alguns cientistas acreditam que as temperaturas mais frias e as ondas do oceano estão provocando maior gasto de energia para os pinguins que nadam para atingir os seus destinos, tendo um efeito fatal. Outros cientistas acreditam que o derretimento do gelo na Antártida, aumentou o fluxo da corrente das Malvinas tornando vulneráveis os pingüins jovens e inexperientes.

2. Perturbação humana

Necropsias têm mostrado que as aves morrem com os estômagos vazios, o que levou os especialistas a acreditarem ser a fome a primeira causa de morte, e por culpa da sobrepesca. Nesta teoria, o aumento da concorrência para a sua alimentação torna difícil para os pingüins capturarem o suficiente para sobreviver. "Os pinguins estão lidando com redes de pesca ... e todos os tipos de problemas", disse Lauro Barcellos, diretor de um museu de oceanografia no sul do Brasil, ao Seattle Times.

3. Derramamento de óleo no Uruguai


Um vazamentos em 2008, perto do porto de Montevidéu, pode ter esgotado as populações de peixes até o ponto onde os pingüins não tem outra escolha senão a nadar ainda mais ao norte que o normal para uma fonte de alimento mais abundante na água morna. Mas ao percorrerem longas distâncias, aumentam os riscos de serem lançados fora do ciclo migratório.
Fonte: Instituto EcoFaxina - Santos (SP)

Veja vídeo da UOL sobre a morte dos pinguins
Em menos de uma semana, mais de dois mil pinguins foram encontrados mortos, nas praias de Florianópolis




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RELATÓRIO DO PNUMA E TNC COMPROVA QUE UM QUINTO DOS MANGUEZAIS DO MUNDO FORAM DESTRUÍDOS

Manguezais na Indonésia devastados para a aquicultura e a agricultura - Foto: © Rhett A. Butler



Em 30 anos um quinto dos manguezais do mundo foram devastados

Posted: 28 Jul 2010

Um novo relatório das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma) e da The Nature Conservancy constatou que as florestas de mangue estão sendo perdidas no mundo a uma taxa impressionante: desde 1980, um quinto dos manguezais do mundo foram destruídos.

Mangues, que crescem em solução salina de habitats costeiros, estão desaparecendo quatro vezes mais rápido do que outras florestas. Estão sendo destruídos em grande parte pela a aquicultura, agricultura e desenvolvimento costeiro no mundo inteiro. Segundo o relatório, mesmo os manguezais remanecentes são frequentemente degradados.

Como as florestas de mangue em todo o mundo desaparecem (com uma taxa de 0,7 por cento ao ano), os pesquisadores estão começando a compreender sua importância integral. As florestas servem como viveiros para uma grande variedade de peixes marinhos, que sustentam a pesca mundial e garantem a segurança dos alimentos complementares em alguns países em desenvolvimento. Além disso, eles armazenam grandes quantidades de carbono e fornecem proteção contra a erosão.

Os manguezais são também o habitat de um número ímpar de espécies terrestres, como a ave beija-mangue (Amazilia boucardi) endêmica da Costa Rica ou o grande morcego Sheathtail (Emballonura furax) endêmico da Nova Guiné.

"Dado o seu valor, não pode haver nenhuma justificação para mais perdas de manguezais", disse Emmanuel Ze Meka, chefe da Organização Internacional das Madeiras Tropicais, que ajudou a financiar o relatório, à Reuters.

Estudos recentes têm mostrado que os manguezais também são essenciais para a proteção de bens e vidas diante de ferozes tempestades tropicais. Durante o devastador tsunami de 2004 no sudeste da Ásia, regiões com manguezais sofreram menos danos do que aquelas sem.

Em todo estima-se que os manguezais fornecem pelo menos US $ 1,6 bilhões em serviços do ecossistema, anualmente, no entanto, apesar da sua importância no novo relatório do PNUMA demonstra que as sociedades não estão freando sua perda.
Fonte: Instituto EcoFaxina - Santos - SP

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BARCO DE PETs RECICLADAS ATRAVESSA O PACÍFICO PARA ALERTAR SOBRE POLUIÇÃO DOS OCEANOS

Barco de garrafa pet que percorreu 15 mil quilometros

26/07/2010

Barco feito de garrafas pet termina travessia do Oceano Pacífico

Plastiki levou quatro meses para ir da Califórnia a Sydney.
Objetivo era chamar a atenção para a poluição dos oceanos.

Da AP
Ambientalistas atravessam oceano a bordo de embarcação ecologicamente correta

Um barco feito com 12.500 garrafas pet recicladas chegou nesta segunda-feira (26) ao porto de Sydney, depois de quatro meses de travessia do Oceano Atlântico. O objetivo da viagem era chamar a atenção para os riscos que o lixo plástico significam para os mares.

O Plastiki é um catamarã de 18 metros de compromento. A tripulação, de seis pessoas, contou que enfrentou fortes tempestades durante a travessia, que começou em 20 de março em San Francisco, na Califórnia.

Durante o trajeto, eles pararam em várias ilhas do Pacífico, como Kiribati e Samoa.

"Foi uma aventura extraordinária", disse o capitão, David de Rothschild, que é da famosa família de banqueiros britânicos.

Veja o vídeo da Globo.com
Segunda-feira, 26/07/2010
A equipe enfrentou ondas gigantes e tempestades no Pacífico em um catamarã. O barco, com dois cascos, foi feito com 12,5 mil garrafas pet. O objetivo da expedição era denunciar a poluição marinha.





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IV ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO PROGRAMA ÁGUA DOCE - MMA


Água Doce capacita técnicos no semi-árido


A retirada do sal que tornava salobra a água dos poços da comunidade de Caatinga Grande, em São José do Siridó (RN), trouxe mais do que a alegria de matar a sede com a bebida fresca e saborosa. Os 600 habitantes do povoado potiguar acabaram tendo outra vantagem depois que passaram a integrar o Programa Água Doce (PAD), do Ministério do Meio Ambiente. Hoje eles têm fartura na mesa, pois contam com uma produção 3.200 quilos anuais de peixes criados em dois tanques construídos como parte do projeto de dessalinização.

Esse é um dos exemplos que estará no IV Encontro de Formação do Programa Água Doce (PAD) que tem por objetivo capacitar e integrar técnicos membros dos estados que participam de suas atividades, entre os dias 4 e 6 de agosto, em Natal. A meta é aprimorar o planejamento de ações e apresentação dos planos estaduais formulados para a continuidade do PAD até 2020. As comunidades que participam são escolhidas por apresentarem baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e altos percentuais de mortalidade infantil, além da dificuldade de acesso aos recursos hídricos.

“O programa foi criado devido à escassez de água no Semi-Árido de dez estados nordestinos, além de Minas Gerais”, afirma Renato Coelho, analista de infraestrutura do MMA, que trabalha na coordenação nacional do PAD. Ele relata que são beneficiadas 60 mil pessoas, em 68 comunidades. Embora o foco principal seja o fornecimento de água pura, já foram implantadas oito unidades demonstrativas completas, integradas pela produção de peixes e plantio de atriplex, espécie de planta que absorve sais da terra e pode ser usada na alimentação animal.

O sistema de produção integrado do PAD foi desenvolvido pela Embrapa Semi-Árido como alternativa de uso adequado do efluente que resulta do processo de dessalinização. Cerca de 50% da água que passa pelos equipamentos para a retirada do sal eram jogados no meio ambiente, causando danos, pois ainda mantém quantidade de sal. A partir desse programa, esse rejeito passou a ser depositado em tanques de criação de peixes. Depois, enriquecido com matéria orgânica, ainda é usado na irrigação da atriplex, que se transforma em feno para animais.

“Além de água potável de primeira classe, hoje temos alimento para caprinos, ovinos e comida para o povo. Temos três associações beneficiadas”, conta seu Miguelino, como é chamado Francisco das Chagas de Azevedo, presidente de uma das associações de Caatinga Grande. Renato Coelho diz que como outros povoados do Semi-Árido, esse também começou recebendo financiamento para a produção. “Hoje está independente”, comemora o analista de infraestrutura.

Desde que o PAD surgiu, em 2003, foram investidos cerca de R$ 7,2 milhões em parcerias com Petrobras, Fundação Banco do Brasil, BNDES e recursos do próprio Ministério do Meio Ambiente. Hoje estão estruturados 11 núcleos estaduais, capacitando 526 técnicos dos estados e 319 operadores das localidades. Além disso, são desenvolvidas pesquisas na área de nutrição animal, piscicultura e cultivo de atriplex para o aperfeiçoamento dos sistemas produtivos. No momento, estão sendo elaborados os Planos Estaduais de Execução, que visam a definição de arranjos institucionais em cada estado, com intuito de orientar os investimentos futuros. (Fonte: Cristina Ávila/ MMA)/AMBIENTE BRASIL


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NA ABERTURA DA 62ª REUNIÃO DA SBPC, PRESIDENTE RAUPP PEDE MAIS INVESTIMENTOS EM PESQUISAS


62ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC - NATAL (RN)
TEMA: CIÊNCIAS DO MAR - HERANÇA PARA O FUTURO

27 / 07 / 2010

Presidente da SBPC quer mais ligação entre empresas e pesquisa

A ciência precisa contribuir mais para o desenvolvimento. Essa é a opinião do anfitrião da maior conferência científica do Brasil, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp.

Durante a abertura da 62ª reunião anual da SBPC, que ocorre nesta semana em Natal, Raupp defendeu mais investimentos em institutos de pesquisa que possam aliar o conhecimento acadêmico às necessidades econômicas do país.

Segundo ele, essa será a principal reivindicação levada pelos cientistas às candidatas à presidência da república Marina Silva (PV) e Dilma Roussef (PT), que são esperadas durante a conferência em Natal.

“Ainda é muito reduzido o número de empresas que investe em pesquisa. Sem isso elas não inovam, perdem produtividade e correm o risco de serem ultrapassadas pela concorrência internacional.”

De acordo com Raupp, o Brasil já tem bons exemplos de áreas econômicas que se desenvolveram graças ao investimento em ciência, e é necessário replicar essas experiências.

“O sucesso do agronegócio brasileiro se deve enormemente à Embrapa. No petróleo, o que dá competência à Petrobras para que ela seja referência mundial em águas profundas é o seu centro de pesquisas. Na aeronáutica, o exemplo é a Embraer, criada com suporte do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA) e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), e hoje é a terceira maior fabricante de aviões do mundo.”

Para o presidente da SBPC, é necessário criar uma‘novas Embrapas’ para a Amazônia, para a exploração do mar, para o desenvolvimento do Semi-Árido e para os setores industrial, elétrico, farmacêutico e microeletrônico.

Educação – Raupp também cita a educação básica como um dos grandes desafios para o desenvolvimento brasileiro. Segundo ele, o país não está preparado para enfrentar uma economia mundial que exige alto nível de educação.

“A inclusão pela educação é o único meio de garantir a sustentabilidade de qualquer processo de modernização da sociedade”, defende. (Fonte: Iberê Thenório/ G1)


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DEBATE DO TRATA BRASIL ENTRE REPRESENTANTES DOS PRESIDENCIÁVEIS MOSTRA DIVERGÊNCIA SOBRE SANEAMENTO


Partidos divergem sobre estratégias para saneamento


Moacir Assunção
O Estado de S. Paulo - 27/07/2010

Debate sobre o tema promovido pelo Instituto Trata Brasil reúne representantes dos três principais presidenciáveis

Representantes das candidaturas de Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) à Presidência concordam que é necessário aumentar os recursos para saneamento básico, mas há profundas divergências sobre a forma de fazer isso. O deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), o ex-secretário estadual de Meio Ambiente Xico Graziano e o ambientalista João Paulo Capobianco discutiram o tema em debate promovido ontem em São Paulo pelo Instituto Trata Brasil.

Graziano defendeu a tese de que os investimentos estatais no saneamento público sejam dobrados, além de propor melhorias na gestão. Ele criticou o fato de o Brasil não dispor ainda de um Plano Nacional de Saneamento Básico, previsto em lei federal e acusou Dilma de não ter visão ambiental. "É lamentável você pensar em governar um país sem visão ambientalista. A Dilma representa isso, a insensibilidade à questão ambiental", disse.

Em resposta, Cardozo afirmou que o plano deve ser implementado até o fim deste ano, mas as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), de acordo com ele, têm foco no saneamento básico, em parceria com Estados e municípios.

Capobianco, que coordena a campanha de Marina, criticou a visão do governo sobre saneamento. "A visão do governo empreendedor ao extremo é equivocada. Isso é errado porque todos acham que a solução virá do governo federal, quando a sociedade precisa participar mais."

Cardozo questionou a opinião do adversário. "O governo tem de ter um duplo papel, de indutor, mas também de fazer obras. No PAC, só na primeira fase, estão previstos investimentos de R$ 2,2 bilhões no setor", ressaltou.

Para Graziano, há outras coisas a fazer. "Se o governo quer fazer algo em prol do saneamento, a primeira coisa é sanear financeiramente as empresas da área", disse.
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PLANO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DO DESMATAMENTO E QUEIMADAS NO ESTADO DO AMAPÁ

Fogo queimou campo de cerrado de cerca de 24 hectares até chegar à borda
de mata mais densa. (Foto: Ibama)

Governo do Amapá lança publicação em parceria com o WWF-Brasil

O Governo do Estado do Amapá lança, em parceria com o WWF-Brasil, nesta quarta-feira (28), o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado do Amapá (PPCDAP). O lançamento será às 10h, durante evento de reinauguração da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA).

O Plano foi realizado pelo Governo do Estado, com apoio do WWF-Brasil, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério Público do Estado e do grupo de cooperação alemão, GTZ. O objetivo é garantir a manutenção do principal ativo do Amapá, suas florestas nativas. Ele é resultado de uma série de estudos e reuniões do Grupo de Trabalho formado para a elaboração do Plano, no início de 2009, feitos em parceria com todos os órgãos envolvidos para a elaboração de uma matriz de programas e ações para o PPCDAP.
A publicação do Plano apresenta um breve histórico de formação do Estado do Amapá, incluindo população, economia e setores estratégicos para o Plano; caracterização das áreas protegidas do estado; um panorama da situação fundiária do Estado; foco na gestão florestal, incluindo potencial do setor e órgãos de gestão; e um último capítulo sobre monitoramento e controle, considerado o principal eixo do Plano.

Histórico de elaboração

No início de 2009, motivado por demanda do Governo Federal através do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Governo do Estado do Amapá criou o Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento no Estado do Amapá (Decreto Estadual número 843, de 06 de março de 2009), o GTPPCDAP, com a participação de 14 entidades do governo, atribuindo à SEMA a função de coordenação dos trabalhos do GT.
A partir da formação do GT, foram realizadas reuniões em todos os municípios do Estado, visando divulgar a proposta e colher contribuições dos governos locais. Com essas colaborações, foi elaborada a primeira proposta para o Plano Estadual.

Em agosto, por intermédio do WWF-Brasil, o governo do Amapá passou a contar com um corpo de consultores para a elaboração do diagnóstico e consolidação da proposta preliminar e submetê-la à consulta pública. A consulta pública foi realizada em setembro e, a partir daí, as contribuições qualificadas foram incorporadas ao Plano e as metas das principais ações foram definidas.

Termo de doação
No mesmo evento será também assinado pelo representante do governo estadual, o Secretário de Meio Ambiente do Estado, Wagner José Pinheiro Costa, o termo de doação do WWF-Brasil, com recursos do Fundo Gradual Amazônia Viva, para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do rio Iratapurú.
O Fundo é fruto de uma parceria coorporativa entre o WWF-Brasil e a Gradual Investimentos, que visa garantir recursos para projetos que têm o objetivo de promover a conservação da natureza e o uso sustentável dos recursos naturais do Bioma Amazônico.

Contatos:
Assessoria de Comunicação do WWF-Brasil
Nathália Clark, assessora de Comunicação – Programa Mata Atlântica: (61) 3364-7477 – nathalia@wwf.org.br

Visite: http://www.wwf.org.br/

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ESTUDO DA UNICAMP/EMBRAPA SOBRE AQUECIMENTO MOSTRA ALTERAÇÕES NA AGRICULTURA E DIMINUIÇÃO DA VAZÃO DOS RIOS


Terra Quente

Cientistas finalizaram pesquisa que mostra o impacto do aumento da temperatura sobre a agricultura brasileira e alertam para a necessidade de investir no melhoramento genético de variedades que possam suportar as novas condições climáticas.

Por Janice Kiss
Fonte: Revista Globo Rural - Nº 297 – Julho de 2010

Agora não dá mais para alegar desconhecimento. Um grupo de cientistas de 11 instituições de pesquisa finalizou o estudo Impactos da mudança do clima na produção agrícola do país, que teve a coordenação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e de unidades da Embrapa. O trabalho iniciado há quatro anos utilizou o aumento das temperaturas (média de 1,5 a 3 graus célcius) projetado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC). A pesquisa revela que, se nada for feito, nos próximos 40 anos o país abrirá mão de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do período, ou 3,6 trilhões de reais. Na agricultura propriamente dita, as perdas poderão ser de 7,5 bilhões de reais em dez anos e de 10,7 bilhões de reais em 2050. O trabalho, que diagnostica a vulnerabilidade da economia, também incluiu outros temas, como recursos hídricos, energia, uso da terra, biodiversidade e zona costeira. “O valor desse estudo está na sua contribuição para que o país adote políticas públicas que revertam esse futuro”, explica Hilton Silveira Pinto, diretor do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp. Para o pesquisador, o país não destina a importância devida ao tema, mesmo sendo grande desenvolvedor de tecnologia agrícola e com o agronegócio representando quase um terço do PIB nacional.

Com exceção da cana-de-açúcar, que prefere regiões quentes, as principais culturas desenvolvidas no país enfrentarão diminuição acentuada nas áreas de baixo risco para o plantio. Na soja, essas zonas poderão ser reduzidas em até 34%; para o café, 18%; e para o milho, 15%.

Mitigação é o caminho que cientistas propõem para avaliar as conseqüências das mudanças climáticas. Uma experiência está sendo conduzida com plantios de café junto a seringueiras e árvores frutíferas no sul de Minas Gerais. Na opinião dos cientistas, porém, o investimento mais pesado deveria ser feito no melhoramento genético das plantas, para que passem a apresentar maior resistência à seca e tolerância ao calor. Alguns trabalhos já publicados calculam que o país deveria aplicar 1 bilhão de reais nessa tecnologia para manter o estoque de variedades existentes até 2020. Uma análise mais ampla, que inclui redução de emissões de gases de efeito estufa, investimentos em fontes renováveis e eficiência energética, aponta para uma conta que chega a 72 bilhões de dólares para manter o estoque da agricultura como um todo. “A cifra assusta, mas o país precisa considerar com seriedade esses investimentos, porque é agrícola por vocação”, diz Pinto.

Além do cenário para a agricultura, as instituições parceiras da pesquisa mostram outros dados preocupantes. A vazão dos rios diminuirá bruscamente, em especial no Nordeste – o São Francisco, por Exemplo, perderia em torno de 40% de suas águas. O declínio da precipitação afetaria os rios e, com isso, a geração de energia da região, que poderá cair quase 8% ainda neste século. A associação entre o desmatamento, em níveis históricos, e as mudanças climáticas levaria à extinção de entre 30% e 38% das espécies da Amazônia, área de maior biodiversidade do planeta.

As zonas costeiras, por sua vez, seriam afetadas com a elevação do nível do mar e eventos meteorológicos externos. A diferença de renda entre essas regiões, entretanto, será refletida em sua capacidade de restabelecimento, prevê o estudo. Em melhor condição estaria o Sudeste, que apresenta a maior taxa de PIB por quilÇômetro de linha de costa.

Para o diretor do Cepagri, o estudo não tem a intenção de provocar pânico no campo ou na cidade. Mas tem a função, segundo ele, de comprovar – até para aqueles que não acreditam nas mudanças climáticas – que esta é a hora de se prevenir. O trabalho pode ser acessado, na íntegra, em http://www.agritempo.gov.br/mudancasclimaticas.php
Enviado pelo colaborador João Suassuna — 27/07/2010

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INSTITUTO BRASIL SOLIDÁRIO - IBS - COMO VOLUNTÁRIOS MUDAM O PAÍS


As faces de um brasil que nasce da vontade

Livro de fotos dos irmãos Salvatore mostra como voluntários mudam o País
27 de julho de 2010

Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S.Paulo


Há pouco mais de dez anos, na aldeia Mehinaku do Alto Xingu, os irmãos Ana Elisa e Luís Salvatore, então recém-formados, ele em Direito e ela em Design, começaram sua odisseia para criar o Instituto Brasil Solidário (IBS), uma ONG dedicada à inclusão social. Ao longo desses anos, eles já percorreram mais de 200 mil quilômetros levando medicamentos, livros, computadores, cestas básicas, instrumentos musicais, material esportivo e até câmeras fotográficas para 794 municípios brasileiros, também atendidos por dentistas, médicos e professores voluntários que já visitaram mais de 1 milhão de pessoas por meio de programas mantidos com a ajuda de parceiros do instituto (Casas Bahia e Banco Itaú). Para comemorar esse primeiro decênio de sua existência, os irmãos fundadores resolveram mostrar alguns desses brasileiros atendidos pelo IBS no livro Caminhos de um Brasil Solidário.


Mais do que um simples registro documental, trata-se de um ensaio fotográfico de dois irmãos descendentes de um nome histórico da fotografia no Brasil, Eduardo Salvatore (1914-2006), um dos fundadores do Foto Clube Bandeirantes em 1939, que reuniu os pioneiros na fotografia experimental. Como o avô, ligado à vertente pictorialista, Luís faz da construção de suas paisagens um exercício rigoroso de composição. Por outro lado, sua abordagem da relação dos modelos com o meio ambiente é menos formal e mais carregada de espontaneidade, o que se explica pela convivência de anos com as pessoas selecionadas para representar cada uma das regiões do país atendidas pelo instituto.

É exemplar o caso do violeiro Coque, da pequena Natividade, entre o deserto do Jalapão e a Chapada dos Veadeiros, em Tocantins. A exemplo da violeira de Campo Grande, Helena Meireles (1924-2005), ele é autodidata e ainda mais limitado por ter uma mão só. Em 1974, aos 16 anos, ele resolveu construir sua primeira viola caipira, ignorando a deficiência. Hoje, com a mão esquerda, toca um modesto repertório na viola de dez cordas e ainda espera gravar um CD como o fez, aos 69 anos, Helena Meireles, eleita pela revista americana Guitar Player, em 1993, um dos 100 melhores instrumentistas do mundo. Outros músicos autodidatas como Coque, entre eles a sanfoneira Sebastiana, de São Raimundo Nonato, Piauí, foram encontrados e registrados pelos fundadores do IBS.

Como o objetivo do livro é o de mostrar um pouco de cada região do Brasil, o fotógrafo e sua irmã reuniram, além de paisagens e personagens marcantes, registros de costumes locais e receitas típicas ao final de cada capítulo, em que levantam expressões regionais e fornecem dados sobre os municípios visitados. E, contrariando a visão estereotipada que muitos têm do Brasil, os autores mostram, por meio de fotos, como alguns vilarejos do Sul e Sudeste, entre eles o carente Vargem do Braço, próximo a Florianópolis, apresentam um panorama social não muito diferente do sertão nordestino.

Algumas das imagens de Caminhos de um Brasil Solidário já são históricas, como o registro da fachada da igreja São Luís de Paraitinga, no interior de São Paulo, destruída durante a enchente de janeiro deste ano. A preservação do patrimônio ambiental e cultural é também uma das preocupações do instituto, que promove palestras de especialistas e encontros de alunos com escritores.

Maiores informações sobre o IBS podem ser obtidas no site http://www.brasilsolidario.org.br/

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AINDA EM ESTUDOS E DEBATES O PLANO NACIONAL DE CONTINGÊNCIA CONTRA VAZAMENTOS DE PETRÓLEO


Prevenção contra vazamento de óleo não está definida

27 de julho de 2010

O Estado de S.Paulo

O ministério do Meio Ambiente espera que a regulamentação do Plano Nacional de Contingência para vazamentos de petróleo seja assinada até setembro pelo presidente Lula. O texto vai definir os modelos de prevenção e ação conjunta das autoridades em casos de derramamento de óleo em alto-mar, especialmente nos poços de exploração da camada pré-sal.

"Continuamos os debates com a Marinha, com a Agência Nacional do Petróleo e com o Ibama, mas creio que chegaremos a uma convergência até setembro", disse a ministra Izabella Teixeira. A existência de um plano de emergência nacional está previsto na Lei 9.966/2000, mas sua regulamentação só foi acelerada este ano, após o vazamento de petróleo no Golfo do México.

A ministra do Meio Ambiente afirmou que mesmo os poços que tiveram a exploração autorizada contam com as medidas de emergência necessárias para a segurança da operação.
Fonte: Jornal O Estadão

O mico e a pressa
"Um plano nacional de contingência para conter vazamento de petróleo é o que o Brasil deve fazer diante das novas circunstâncias criadas pelo desastre do Golfo do México. O que deve ser abandonada é a atitude de que os estrangeiros não sabem nada, e nós sabemos tudo, que está em cada declaração do governo. A postura é arrogante, e mostra desconhecimento de como funciona o setor", coluna de Míriam Leitão - O Globo, 27/7, Panorama Econômico, p.22.


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INVASÃO INDÍGENA NA HIDRELÉTRICA EM ARIPUANÃ (MT) - LIBERTADOS REFÉNS E OCUPAÇÃO MANTIDA

Foto: iG
Região de Aripuanã, onde os índios fizeram reféns na usina Dardanelos


Índios libertam últimos reféns, mas mantêm ocupação de usina

Grupo de indígenas ocupa usina hidrelétrica em Aripuanã, em Mato Grosso, reivindicando ações de reparação pela obra

Cinco trabalhadores que ainda eram mantidos reféns por um grupo de indígenas na Usina Hidrelétrica Dardanelos, em Aripuanã, em Mato Grosso, foram libertados na tarde desta segunda-feira. A informação é do grupo responsável pela obra, a Energética Águas de Pedra. Em nota, o consórcio diz que, apesar da liberação dos funcionários, a ocupação permanece, “o que impede a continuidade da obra no Rio Aripuanã”.

O comunicado diz que, em reunião com a construtora, a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as lideranças indígenas anunciaram que vão preparar uma pauta de reivindicações para deixar o local.

A ocupação começou nesta domingo, quando cerca de 250 índios tomaram o canteiro de obras da hidrelétrica e fizeram pelo menos 100 funcionários reféns. A maioria foi libertada ainda na noite de domingo.

De acordo com a Funai, os índios reivindicam ações de reparação porque a hidrelétrica está sendo construída em cima de um cemitério sagrado.

A Águas da Pedra nega a existência do cemitério – baseada em laudos arqueológicos –, diz que o impacto ambiental da hidrelétrica será baixo e que os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância.

Invasão

O grupo de cerca de 250 índios de 11 etnias diferentes ocuparam no domingo a usina hidrelétrica e impediram a saída de 100 operários. Equipados com facas e arcos, os indígenas retiveram os funcionários que trabalhavam na construção da usina e os prenderam em um alojamento. "Os índios em nenhum momento ameaçaram suas vidas. Pediram tranquilamente que fossem para seus alojamentos", disse Antonio Carlos Ferreira de Aquino, o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Aquino explicou que a empresa construtora "dinamitou" parte de um sítio arqueológico considerado sagrado pelos povos da região. "Ao longo do tempo, os índios reivindicaram uma compensação, como prevê a lei de desmobilizações (de obras públicas). Como a hidroelétrica vai começar a operar no final deste ano, perderam a paciência", disse o representante da Funai.

O gerente de Meio Ambiente da Companhia Águas da Pedra, responsável pela usina, Paulo Rogério Novaes, diz que os índios reivindicam condições sociais melhores, como acesso à educação e à saúde, melhoria das estradas de acesso às aldeias e inclusão no programa Luz para Todos. “São problemas que o Estado tem de resolver, mas eles acham que são responsabilidades da usina”, afirma o gerente da Águas da Pedra.

Segundo o gerente da usina, a hidrelétrica não funcionará com represas e seu impacto ambiental é baixo. Com isso, os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância. “Mas nós temos um programa de ações mitigadoras que trata de medidas de apoio social. Só que esse programa foi entregue à Funai em 2005 e até hoje não obtivemos resposta. Queremos fazer alguma coisa, mas estamos esperando para saber o que e como”, alega Novaes.

Maior hidrelétrica de Mato Grosso, Dardanelos vai integrar ao Sistema Nacional de 36 cidades atendidas por termelétricas na região. A usina é uma das duas que tiveram construção autorizadas último no leilão de energia nova promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A conclusão das obras da Usina de Dardanelos está prevista para até o fim deste ano.

*Agência Brasil, EFE e Agência Estado

Leia mais sobre: índios • reféns • hidrelétrica

A invasão da Usina de Dardanelos

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LANÇADO O BLOG "PRIMEIRO EMPREGO HOJE"


1850 -Dicas Didáticas
Aliança RECOs
Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras

"....A Arcos Dourados, operadora da marca McDonald’s na América Latina e considerada a maior geradora de primeiro emprego do Brasil, tem entre seus valores “um forte compromisso com a sua Gente” e “contribuir com o desenvolvimento das comunidades em que opera” e, por isso, orgulha-se de fazer parte desse projeto como uma das patrocinadoras do blog Primeiro Emprego Hoje..."

Está no ar o blog Blog Primeiro Emprego Hoje!

Desde terça-feira, 20 de julho, jovens em busca do primeiro emprego ou em início de carreira poderão contar com um espaço interativo para obter informações e discutir com especialistas que possam ajudá-los nos desafios que passarão a vivenciar em suas vidas profissionais.

O endereço www.primeiroempregohoje.com.br tem como proposta oferecer uma prestação de serviço isenta e independente, com a cara da turma que está começando, e trará temas de interesse geral desse público, abordados por profissionais da área, desde como obter a carteira de trabalho e sua conservação, importância do trabalho formal, leis, direitos e deveres de empregados e empregadores e treinamento até dicas para quem vai fazer entrevistas ou começou a trabalhar. Entre outras novidades, os internautas também poderão assistir a vídeos relacionados ao tema.

Os jornalistas responsáveis pelo conteúdo editorial do blog são Alessandro Greco e Rodrigo Squizato, da Deletra – Conteúdo Sob Medida. Autor de três livros, entre eles Homens de Ciência, Alessandro foi repórter e editor de veículos como Gazeta Mercantil, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, editor-chefe do Submarino e participante do ‘Research Scholar Knight Science Journalism Fellowship’, do MIT. Rodrigo foi repórter da Gazeta Mercantil e atuou como editor da agência de notícias InvestNews, da Gazeta Mercantil. As ilustrações do cabeçalho são do artista Quinho Fonseca.

Já em seu lançamento o blog conta com o apoio de parceiros importantes em suas áreas de atuação: a Casa do Zezinho, ONG situada na periferia de São Paulo que oferece um espaço de convivência para crianças e jovens de 6 a 21 anos e promove o aprendizado constante tendo como meta o desenvolvimento humano; o site Catraca Livre, projeto de jornalismo educativo coordenado pelo jornalista Gilberto Dimenstein, que considera que o melhor de uma comunidade é o seu capital humano e seleciona diariamente as melhores atrações culturais gratuitas e a preço popular; o Instituto Mara Gabrilli, instituição sem fins lucrativos que desenvolve e executa projetos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência; o Instituto Via de Acesso, que tem como missão desenvolver ações que promovem a relação entre empresas e escolas e facilita um maior aproveitamento dos estudantes pelo mercado de trabalho; e o Portal Aprendiz, site jornalístico, que trata de educação, cidadania e trabalho.

A Arcos Dourados, operadora da marca McDonald’s na América Latina e considerada a maior geradora de primeiro emprego do Brasil, tem entre seus valores “um forte compromisso com a sua Gente” e “contribuir com o desenvolvimento das comunidades em que opera” e, por isso, orgulha-se de fazer parte desse projeto como uma das patrocinadoras do blog Primeiro Emprego Hoje. O Grupo Multi, por meio de sua marca Wizard - maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas do Brasil -, também é patrocinadora do blog e com isso demonstra sua condição de empresa atenta à necessidade de transformação da realidade.

O Primeiro Emprego Hoje também está no Twitter em www.twitter.com/1empregohoje, que apresentará as novidades do blog aos tuiteiros.

Lúcio P. Mocsányi
Colaboração enviada pela Profª Amyra El Khalili


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NEMA - 25 ANOS DE BONS TRABALHOS AMBIENTAIS NO RIO GRANDE DO SUL


O que temos a ver com isso? Perspectivas de ação de uma ONG

Por Juliana Barros

No mês de Julho, na coluna sobre Lixo Marinho do Portal EcoD, conversei com a Bióloga Juliana Barros, palestrante do I Workshop Brasileiro sobre Lixo Marinho, que nos conta um pouco dos 25 anos dos trabalhos do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental - NEMA - relacionados ao problema do lixo nos ambientes costeiros do estado do Rio Grande do Sul. Conheça o belo trabalho que vem sendo desenvolvido pela NEMA, que acredita em uma educação transformadora como ferramenta eficiente na modificação do atual cenário relacionado à contaminação de regiões costeiras e marinhas.

Juliana Ivar do Sul*


A história do NEMA começa quando foi dado o passo inicial para a criação de um Núcleo de Educação Ambiental em Rio Grande, RS. Por volta de 1985, um grupo de estudantes de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, preocupados com a situação ambiental do município, mobilizou-se a fim de criar o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental – NEMA, uma proposta pioneira de conexão entre o conhecimento científico e a vivência da comunidade.

A finalidade do NEMA é a harmonização da relação sociedade-natureza a partir do reconhecimento, pelo ser humano, do seu ambiente e da construção de valores e atitudes voltados para o respeito a todas as formas de vida e a melhoria da qualidade desta. Os projetos atualmente desenvolvidos pela instituição têm caráter continuado e apresentam-se em diferentes fases de execução, sendo os principais: Mentalidade Marítima; Dunas Costeiras; Mamíferos Marinhos do Litoral Sul; Educação Ambiental para o Parque Nacional da Lagoa do Peixe; Viveiro Florestal do NEMA; Lagoa Verde e Arroio Bolaxa; Praia Viva; Trilhas Interpretativas; Taim, banhado de vida e Conservação; e Manejo de Tartarugas Marinhas no Rio Grande do Sul.

O NEMA é uma organização não governamental que se localiza no extremo sul do Brasil, na praia do Cassino (Figura 1) e atua principalmente na região costeira do RS. Apesar do NEMA não trabalhar diretamente com lixo, esta questão sempre permeou os projetos desenvolvidos, principalmente os de educação ambiental.

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Figura 1: A sede do NEMA na Praia do Cassino, Rio Grande, RS/Foto: Juliana Barros

A população de Rio Grande corresponde a 200.000 habitantes. Essa região é cercada por lagoas, possui um grande estuário e uma praia oceânica, que fazem com que a pesca, o porto, e o turismo sejam as principais atividades econômicas. Entre os principais problemas da cidade, assim como de outros diversos municípios, está a má gestão dos resíduos sólidos.

O primeiro conflito identificado pelos técnicos do NEMA foi o lixo depositado erroneamente nas dunas da praia. Esses ambientes apresentam muitos focos de resíduos sólidos, depositados tanto pelas pessoas, como trazidos pelo mar. Em vista disso, no final da década de 80 durante as saídas de campo das Oficinas de Verão (cursos de educação ambiental oferecidos anualmente pelo NEMA), juntamente com atividades psicofísicas de arte e educação, foi desenvolvida uma atividade sensibilizadora de educação ambiental relacionada ao lixo marinho. Essa atividade envolvia a escolha de um elemento natural e um cultural, sendo o segundo, na verdade, o lixo. Sobre o elemento natural falava-se principalmente da ecologia e sobre o lixo falava-se da origem da matéria prima e seu ciclo na natureza.

No inicio dos anos 90, foi realizado pelo NEMA juntamente com crianças de um bairro próximo a praia o Dia Mundial de Limpeza de Praia. Em 1993, em uma parceria entre a ONG e a prefeitura foi instituído o Dia Municipal de Limpeza de Praia. Além destas datas específicas, eram realizados mutirões de limpeza de praia nas saídas de campo de oficinas de verão e junto aos trotes acadêmicos do curso de Oceanologia da FURG. Porém, percebeu-se que este tipo de atividade é apenas sensibilizadora, mas que está longe de ser a resolução do problema.

Mais tarde, uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Rio Grande possibilitou um projeto de gerenciamento de resíduos nas escolas municipais, onde foram colocadas lixeiras para a separação do lixo. Para que alunos e professores entendessem sobre a separação de resíduos foi criada uma peça de teatro com o título “Lixo que não é lixo”, que foi apresentada para todas as turmas das escolas municipais. Além disso, também foi elaborado um livreto para os educadores com indicações de atividades, que teve como título “Lixo: o que nós temos a ver com isso?”

O NEMA não atua somente na área de educação, mas também realiza atividades de pesquisa e conservação da natureza. Devido à percepção da presença de resíduos sólidos e esférulas plásticas ao longo da linha de costa, identificado nas saídas de campo para o monitoramento de animais marinhos, foi desenvolvida uma pesquisa que teve como objetivo quantificar esses materiais antropogênicos. Isso aconteceu entre outubro de 1996 e setembro de 1997. Por meio de perfis transversais foram coletadas amostras bimensais na praia Grande e Praia da Guarita, em Torres, na Praia do Cassino, em Rio Grande, e na região costeira do Taim (Estação Ecológica do Taim - Santa Vitória do Palmar). Foi constatado que toda a costa do Rio Grande do Sul encontra-se contaminada por resíduos sólidos, principalmente nas áreas onde há a influência da atividade turística como a Praia do Cassino, Praia Grande e Praia da Guarita. A região costeira do Taim é contaminada principalmente por resíduos de origem marinha, sendo a praia com as maiores quantidades de esférulas plásticas.

No início dos anos 2000, devido ao problema da colocação direta de resíduos sólidos nas dunas, foi feito contato com os carroceiros dos bairros Cassino, Querência, Bolaxa, Senandes, Estela Maris e Atlântico Sul (todos próximos a praia). Teve-se como objetivo difundir o conhecimento sobre estes ecossistemas costeiros e de sua importância ecológica, abordando-se a questão da colocação do lixo nas dunas. Foram realizadas palestras e dinâmicas de grupo, com enfoque no lugar onde vivemos e associativismo. O encerramento do evento aconteceu com a coleta de resíduos nas dunas, quando foram retirados aproximadamente 18 m3 de lixo.

Em 2007 foram realizadas pelo NEMA 50 entrevistas de opinião pública. Para 42% dos entrevistados, o lixo e outros tipos de poluição são os principais problemas para a conservação das dunas, demonstrando que os usuários da praia também percebem este problema.

Ainda em 2007 iniciaram-se trabalhos de pesquisa sobre a alimentação das tartarugas marinhas da região. Com base nestes trabalhos foi possível reconhecer que a ingestão de resíduos sólidos por esses animais é uma das principais ameaças na região. Vale lembrar que tartarugas marinhas são animais ameaçados de extinção e este problema atinge tanto animais costeiros como oceânicos.

Além das ações citadas, o NEMA também atua pontualmente em relação à questão do lixo marinho com a produção de material informativo para pescadores, realização de oficinas de reciclagem de papel, teatro de bonecos, além das habituais conversas dos técnicos com pessoas da comunidade. Para nós, a questão do lixo marinho vem se agravando devido ao atual estilo de vida, marcado pela intensificação do consumo e produção de novos materiais e resíduos. A geração de materiais artificiais implica na geração de resíduos compostos pelos mesmos materiais. Como estes não se inserem na dinâmica natural do planeta, passam a representar uma ameaça ao equilíbrio da biosfera. Isso ocorre porque o desenvolvimento de tecnologias e economias ligadas à produção de materiais artificiais não foi acompanhado de preocupação com a reintegração desses materiais ao meio ambiente.

O lixo marinho é uma questão muito complexa. É necessário que haja cooperação internacional para a resolução desse problema, pois o lixo não tem fronteiras. Não é uma questão de simples solução e requer complexidade no pensar e agir, que subsidiem ações que integrem o poder público, a iniciativa privada e a participação comunitária na solução desta questão. É necessário que haja uma responsabilidade compartilhada entre os diferentes setores da sociedade, e as ONGs podem atuar como um elo de comunicação entre estes setores. Porém, o NEMA acredita que somente uma educação transformadora é capaz de mudar o atual cenário.

O NEMA se localiza na Rua Maria Araújo, 450 – Praia do Cassino – Rio Grande – RS. Nosso site é: www.nema-rs.org.br.




Juliana Barros

A bióloga Juliana Barros é responsável pelo Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (NEMA), nas áreas costeiras do sul do Brasil.

*Juliana Ivar do Sul é Coordenadora Científica do Projeto Lixo Marinho – Associação Praia Local Lixo Global
E-mail: juliana.sul@globalgarbage.org

Esta coluna é escrita mensalmente por especialistas que estudam o tema lixo marinho em diferentes estados brasileiros.

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Fonte: EcoDesenvolvimento. org

LEIA MAIS:

Lixo marinho: um alimento perigoso


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