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18 de junho de 2008

CONTRIBUIÇÃO JAPONESA À AGRICULTURA BRASILEIRA


NOSSA HOMENAGEM AOS 100 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA - 18 DE JUNHO 1908-2008


Simpósio aborda contribuição japonesa à agricultura
Fonte: Esalq

Nos últimos dias 9 e 10 de junho, o “Simpósio Brasil Japão: Contribuição ao Agronegócio”, no Memorial da América Latina, abordou a contribuição da imigração japonesa ao desenvolvimento da agricultura brasileira.

O evento teve a promoção das três universidades paulistas - USP, Unesp e Unicamp, com apoio do Memorial e faz parte das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.
O simpósio discutiu temas de interesse para a cooperação técnica e acadêmica entre Brasil e Japão em Agricultura. Participaram pesquisadores de diversas instituições, personalidades relevantes da comunidade nipo-brasileira, reitores das três universidades estaduais e representantes do Ministério da Agricultura dos dois países.
Os temas abordados no simpósio foram Agricultura e a relação Brasil-Japão; Agronegócio Brasil-Japão: realidade e perspectivas; Manejo sustentável de recursos naturais; Potencial agroenergético brasileiro; Dekassegui; Contribuição da imigração japonesa no desenvolvimento da agricultura brasileira; Relações acadêmicas: Brasil-Japão.
A Esalq participou do evento, como parte das comemorações pelos 107 anos de existência da instituição. Em abril, o diretor da Escola, Antonio Roque Dechen, representando a USP, participou juntamente com o Secretário de Agricultura, João Sampaio, de uma comitiva brasileira, liderada por Paulo Skaf, presidente da Fiesp, de uma viagem ao Japão para definir a pauta de compromissos entre os dois países em relação às atividades comemorativas que estão acontecendo em comemoração aos 100 Anos da Imigração Japonesa.



Na primeira metade do século 19 as primeiras correntes migratórias japonesas começaram a chegar ao Novo Mundo: em 1868 chegaram ao Havaí 153 imigrantes e no ano de 1898 ao Peru.

No Brasil, a imigração japonesa começou oficialmente em 18 de Junho de 1908, com o aportamento do navio KASATO MARÚ, em Santos-SP, trazendo 158 famílias, no total de 781 pessoas.

A história da imigração japonesa no Brasil está intimamente ligada à produção de café no Estado de São Paulo. Com o fim do regime escravocrata, vigente até quase o final do século XIX (1888),e continuando a expansão da lavoura cafeeira, as fazendas paulistas apresentavam uma crescente carência de braços. Daí, o interesse dos fazendeiros em obter mão-de-obra européia e asiática.

A corrente imigratória japonesa no Brasil orientou-se basicamente para o meio rural, calcula-se que entre os anos de 1908 e 1958 aproximadamente 210.000 japoneses entraram no Brasil, deste total aproximadamente 75% se concentraram no interior do Estado de São Paulo.

No que se refere à agricultura são enormes as contribuições do grupo japonês quanto ao uso correto do solo; a introdução novas plantas como o rabanete, a cebolinha, a poncã, acelga ou couve japonesa, a seda, etc., e melhoria de outras já existentes no país, tais como o chá, a pimenta-do-reino, a juta, algodão, tomate, caqui, ameixa, uva, pera, etc.; melhoria da tecnologia de produção; a produção de sementes selecionadas e mudas; organização de granjas; organização da comercialização de produtos agrícolas e o cooperativismo.

Deve-se se destacar também o trabalho dos japones no uso do plantio de arroz irrigado, as fazendas de frutas na região do São Francisco, com uso da irrigação, introdução da agricultura ecológica (sem venenos e poluentes), bem como os pesqueiros e fazendas de produção de diversos tipos de peixes. Na Mantiqueira Paulista, depois na mesma serra em Minas Gerais e posteriormente na Região de Penedo e Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro foram desenvolvidos os estudos, adaptações e produções da truta, um peixe muito apreciado na culinária brasileira.


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