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16 de junho de 2008
UNICAMP DESENVOLVE SISTEMA ALTERNATIVO PARA TRATAMENTO DE ESGOTO
A popular planta "Copo de Leite"
Um sistema natural para tratamento complementar de esgoto doméstico que utiliza plantas ornamentais, sobre leito de bambu e brita, foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e testado na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) pelo engenheiro civil Luciano Zanella.
O sistema de pós-tratamento foi responsável por 30% da eficiência do sistema de tratamento na remoção de matéria orgânica e consiste em uma alternativa prática do ponto de vista operacional.
Não há necessidade de uso de produtos químicos ou eletricidade e, por isso, o sistema torna-se ideal para pequenas propriedades, como sítios e fazendas.A opção oferece ainda baixo custo de operação e também poderia ser aproveitada por comunidades rurais não-servidas por sistemas convencionais de coleta e tratamento, ou que possuam sistema de saneamento que trate o esgoto de maneira secundária.
A utilização de bambu como meio-suporte pode facilitar ainda mais a aplicação em áreas rurais, visto que o bambu é facilmente encontrado em qualquer parte do país.A proposta, denominada sistema wetland-construído, foi apresentada por Zanella para obtenção do título de doutor na FEC, sob orientação do professor Edson Aparecido Abdul Nour.
No Brasil, explica o engenheiro, não havia relato da introdução de plantas ornamentais nesse sistema, embora a utilização desse tipo de tratamento seja crescente. Em outros países, essa configuração de tratamento é largamente usada, sendo encontrada até mesmo para o tratamento de esgoto industrial.“A idéia surgiu a partir de um problema no Vale do Ribeira em que se exigia o tratamento do esgoto em fazenda de plantação de bananas. Em uma investigação dos sistemas existentes, resolvi testar algo já conhecido, adaptando para o tratamento com plantas ornamentais e utilização de bambu”, explica o autor da pesquisa.
O engenheiro montou seis piscinas de fibra de dois mil litros cada uma, de forma que o esgoto já tratado da Faculdade passasse pelas piscinas. Em três piscinas ele acrescentou brita ou pedras de construção até a borda e nas outras três o material usado foram anéis de bambu.Na seqüencia, plantou duas espécies ornamentais, o copo de leite e o papiro, uma vez que é sabido que as plantas absorvem os nutrientes do esgoto, colaborando com o tratamento.
O Papiro do Egito
Em uma segunda etapa, mais oito espécies foram plantadas. “O copo-de-leite sozinho não apresentou uma boa adaptação ao sistema. No entanto, junto com outras espécies, como o biri e o mini-papiro, ele teve um melhor desenvolvimento”, destaca.Para selecionar as plantas que poderiam oferecer um bom desempenho no sistema, Zanella fez contato com biólogos e pesquisou junto a paisagistas e produtores de mudas as melhores opções para os ambientes próximos a lagos e rios.
As análises contemplaram as características de cor e turbidez, a remoção de sólidos, de matéria orgânica, de nutrientes e de microorganismos. Na maior parte das variáveis, o grau de eficiência foi significativo.Segundo Zanella, este tipo de sistema é recomendável como um tratamento complementar ao esgoto doméstico já tratado numa primeira etapa em que a remoção dos resíduos mais pesados foi feita.
Na proposta do engenheiro, o resultado do tratamento complementar do esgoto poderia ser lançado em rios e lagos.“O sistema melhora muito a aparência, reduziu quase que completamente os sólidos e, razoavelmente, a matéria orgânica. Porém, não posso afirmar se poderia ser utilizado para irrigação, por exemplo, uma vez que não fiz testes para esta finalidade”, explica.
Outra possibilidade, exemplifica, seria o reúso em vasos sanitários, tema de bastante importância no meio científico e tecnológico nos últimos anos, mas para o qual o esgoto ainda necessitaria de uma desinfecção.
Pedras e bambus
– A versatilidade na utilização de pedras e bambus para o pós-tratamento de esgoto doméstico não é novidade. Tanto o bambu como as pedras, explica Zanella, atuam como filtro e meio-suporte para microorganismos que proporcionam o tratamento. As análises, no entanto, apontaram o bambu como alternativa viável, embora com eficiência menor que quando utilizadas as pedras.
Testes estatísticos indicaram que, para as condições impostas ao sistema testado, o tipo de material suporte tem mais significância que a espécie vegetal na obtenção de resultados satisfatórios. Mas isso não descarta a utilização de plantas ornamentais. Neste sentido, o engenheiro considerou que a opção pelas plantas ornamentais tem um efeito paisagístico importante, que diminuiria os índices de rejeição do sistema pela população.
A introdução de espécies de plantas comercias proporcionaria, inclusive, uma possibilidade de geração de renda para os pequenos produtores. A idéia inicial do trabalho era utilizar plantas de corte para agregar valor ao serem vendidas, fazendo um tipo de “cultura hidropônicas adaptada”.
Pelos resultados, o sistema de pós-tratamento foi responsável, em média, por cerca de 30% da remoção tanto de sólidos em suspensão, quanto de matéria orgânica, em relação ao total obtido na estação de tratamento. O wetland-construído de leito de brita e vegetado com papiro alcançou valores médios de remoção de fósforo total de 27,7%.(Envolverde/Unicamp)
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8 comentários:
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Olá... sou a Elza de Salto de Pirapora (Bairro Fazendinha) e gostaria de tranformar meu pequeno sítio (3 alqueires) em um lugar totamente sustentável e, a partir daí, estimular a comunicade, que é bastante carente, em ter uma melhor qualidade de vida.
ResponderExcluirAlguns dos pesquisadores da Universidade teria o interesse de orientar-nos ou fazer um trabalho em campo?
Meu e-mail - elzabastida@objetivosorocaba.com.br
Como saber o mode de fazer em minha casa uma experiência de aplicação do projeto, visto que tenho bambus no quintal e estou a procura de um modo econômico e sustentável para o tratamento do esgoto do banheiro do meu quarto? Aguardo resposta... (Rogério Fraga Vitória - ES 27 8818 7878 (pode ligar a cobrar) emcult@yahoo.com.br
ResponderExcluirBoa Tarde !!!
ResponderExcluirAchei muito interessante este projeto, precisamos cada vez mais de alternativas sustentaveis...Voce pode me enviar mais informacoes, pois gostaria de implantar (se possivel) este projeto no sitio...Meu Email é bianca_marcello@hotmail.com
Olá Bianca,
ResponderExcluirentre em contato com a UNICAMP, (www.unicamp.br):
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) pelo engenheiro civil Luciano Zanella.
Abçs
prof. Jarmuth
Olá!
ResponderExcluirMaravilhosa a idéia sustentável de tratamento de esgotos.
Se possível, gostaria de saber como fazer para desenvolver um tratamento alternativo de esgoto doméstico na minha casa, na zona rural. Somos em três pessoas, eu , esposa e um filho. Vocês teriam um modelo de projeto para o meu caso?
e-mail: walteira@yahoo.com.br
Grato,
Walter
Em nome do grupo G9 do curso de pós graduação de EngªAmbiental da universidade Nove de Julho (UNINOVE)São Paulo,foi nos dado como tema de pesquisa no bimestre o estudo mais detalhado do seu trabalho,o quanto a proposta avançou, que estágio se encontra,como poderiamos ter um melhor contato
ResponderExcluirmeu email é martins2002@uol.com.br e os demais do grupo são
pereiradepaula@terra.com.br
noemiaalt@ig.com.br
joao_tadeu@furp.sp.gov.br
marcoskaper@ig.com.br
vania.ambiental1@gmail.com
Em nome do grupo G9 somos academicos da pós graduação em EngªAmbiental da UNINOVE - São Paulo,foi proposto como estudo no bimestre ,o estudo mais detalhado da sua pesquisa, solicitamos o possivel contato via email no objetivo de melhor conhecermos o avanço e conclusões da proposta
ResponderExcluirsegue nossos emails pereiradepaula@terra.com.br
noemiaalt@ig.com.br
joao_tadeu@furp.sp.gov.br
marcoskaper@ig.com.br
vania.ambiental1@gmail.com
martins2002@uol.com.br
grato no aguardo Elias Martins
Olá pessoal do grupo G9 da pós graduação em Engª Ambiental da UNINOVE:
ResponderExcluirMinha sugestão é que façam contato com a UNICAMP, (www.unicamp.br):
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), procure pelo engenheiro civil Luciano Zanella.
Abçs
prof. Jarmuth