REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE CURITIBA

Foto do Rio Belém na região das nascentes - "A recuperação ambiental é possível e necessária."

Caliça não vai parar nos rios
Programa vai destinar resíduos da construção civil (caliça) para a pavimentação

De olho no lixo descartado pela população, e que acaba entupindo bueiros e atrapalhando o curso de rios, a Prefeitura de Curitiba deve lançar um novo programa na cidade.

Até o fim deste mês, as secretarias municipais de Obras Públicas e o Meio Ambiente lançam o programa de reaproveitamento de sobras da construção civil, a caliça. Esse material vai ganhar um local específico para depósito, e posteriormente será reprocessado e utilizado na pavimentação da Capital.

Neste ano a Prefeitura já retirou 700 toneladas de lixo de rios e galerias.

O problema do lixo nos rios e galerias não é exclusividade dos resíduos da construção civil, mas eliminando apenas este item, a situação já fica mais aliviada. Um exemplo foi uma galeria na Rua Catulo da Paixão Cearense, no Cajuru, onde a água já quase não tinha espaço para passar e ficava represada. Ali, foram retirados 14 tonelados de sujeira, boa parte caliça e dejetos da construção.

Os dejetos recuperados poderão ser aplicados na base de ruas e calçadas antes da pavimentação, eliminando assim um passivo ambiental problemático para a cidade, e ainda abrindo um novo ponto para o descarte pelas construtoras.

Um dos principais reflexos do lixo atirado aos rios e bueiros são os alagamentos — além, é claro, da qualidade dos cursos da água na Capital. A Prefeitura vem trabalhando nos últimos anos para diminuir esse problema.

Nesta gestão já foram eliminados 163 pontos de alagamentos constantes mapeados pela Seop.Mas a Prefeitura também chama a atenção para o excesso de lixo jogado nas ruas.

Só na região da Matriz, são retirados 5 toneladas de lixo dos bueiros todos os dias. É lixo que invariavlemente acaba chegando aos rios, canais e galerias.

Lírio do Vale — Após mais de 10 anos enfrentando alagamentos nos dias de chuva forte, os moradores da rua Lírio do Vale, no Cajuru, estão comemorando o fim do problema. A Prefeitura de Curitiba está terminando a ampliação da galeria pluvial da rua. A obra acabará com os freqüentes alagamentos no local.

O Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas está implantando 655 metros de novas redes de captação e ampliando antigas galerias. Estão sendo trocadas tubulações de 80 centímetros por outras de 1,80 metro. “A Prefeitura está revitalizando as redes de captação de águas da cidade. A intenção é acabar com os pontos de alagamentos que atingem casas e prejudicam a vida dos curitibanos”, afirma o secretário municipal de Obras Públicas, Mário Tookuni. Desde janeiro de 2005, foram implantados 185,3 quilômetros de galerias.

Mau cheiro — A Prefeitura também trabalha para acabar com o mau cheiro dos bueiros da região central da cidade. Equipes contratadas pela Smop estão usando bactérias na limpeza de galerias e caixas de captação de águas pluviais nas principais ruas do Centro. As bactérias carregam enzimas que eliminam o material orgânico em decomposição.“A intenção é limpar a rede de captação de águas pluviais da região central e encontrar os pontos de despejos de esgoto clandestino e de emissão de material orgânico, causadores do mau cheiro”, afirma o prefeito Beto Richa.

Apesar de ser uma região de urbanização antiga, ainda há pontos de esgotos irregulares no centro de Curitiba. “Sozinha, a bioremediação não vai eliminar o mau cheiro. É preciso descobrir quem polui a rede da Prefeitura e transferir as ligações clandestinas para a rede de esgoto da Sanepar”, diz o secretário municipal de Obras Públicas, Mário Tookuni. A Sanepar trabalhará em parceria com o Município. BEM PARANÁ 05/07/2008

Rio Belém, genuinamente curitibano, já foi considerado um rio morto, tal a sua poluição

O Rio Belém, um dos cinco mais importantes de Curitiba, passará por dragagem no trecho final, na parte Sul da capital.

A obra vai desde a BR-476, onde será construída a Linha Verde, até o ponto onde o Belém deságua no Rio Iguaçu – no total são oito quilômetros de leito a serem dragados. Como este trecho é extremamente poluído, o desassoreamento dará vida nova ao rio. A bacia do Belém ocupa 20% do território do município de Curitiba.
Com a construção da Linha Verde, haverá novas entradas nas galerias pluviais. A obra vai garantir o fluxo de água da chuva e dos afluentes do Belém. 'Perto de 150 mil metros cúbicos de água virão da Linha Verde e vamos aumentar ainda mais a capacidade do rio.'

A Comissão Viva Belém, criada em 24/11/2005, é formada por Associações de Moradores, Clubes de Serviço (Lions e Rotary), Grupos Escoteiros, Adm. Regionais, Secretarias Municipais e Estaduais, Escolas (públicas e particulares), Associação Comercial de Curitiba (Centro Vivo) Universidades públicas e particulares, Sanepar e IAP - buscando juntos, recuperar um dos mais importantes rios de Curitiba - O Rio Belém.

Veja fotos do Rio Passaúna (e Parque) e também do Rio Barigui e seus parques maravilhosos, mostrando como a capital do Paraná revitalizou, renaturalizou e preserva seus rios.