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19 de agosto de 2008

RIOS DESEMBOCAM NA BAÍA DE GUANABARA LEVANDO 80 T DE LIXO POR DIA

Foto divulgação Ministério do Turismo Baía recebe 80 toneladas de lixo flutuante por dia

As cinco ecobarreiras e os três barcos usados para tentar conter o lixo flutuante da Baía de Guanabara (RJ) retiram da água, com esforço, cerca de sete toneladas de resíduos por dia.

Mas, diante da imensidão de plásticos, garrafas PET, sofás e geladeiras velhas, as iniciativas da Secretaria estadual do Ambiente se comparam a pano que enxuga gelo.

De acordo com o geógrafo Elmo Amador, o volume médio de lixo flutuante expelido pelos rios que desembocam na Baía é de 80 toneladas por dia.

O geógrafo alerta sobre os resíduos que já afundaram e, atualmente, cobrem o fundo da baía: "São pelo menos 20 quilômetros quadrados de fundo completamente perdido, revestido com plástico e outros materiais, a ponto de não existir mais peixe" - O Globo, 19/8, Rio, p.17. Fonte: Manchetes Sociambientais - ISA

CONHEÇA OS RIOS DA BAÍA DE GUANABARA
Em maior ou menor medida, todos os rios da Guanabara sofreram degradação e drásticas intervenções, como a retificação dos cursos, o que acelera a correnteza e contribui para o arrasto de sedimentos. Assim, vários deles foram assoreados.

Além disso, alteraram-se ecossistemas, que já não se pode recompor. Em larga escala, tais obras começaram nos primeiros anos do século 20, embora ainda no século 19 já tenham sido feitas algumas que fizeram até mesmo desaparecer rios, escondidos por canalizações.
A Baía de Guanabara pode ser considerada um estuário que engloba inúmero rios que levam a ela, em média, mais de 200 mil litros de água por segundo. Essa água é captada pelas bacias hidrográficas desses rios que, somados, formam a Região Hidrográfica da Baía de Guanabara.
As maiores bacias são as do rio Guapi/Macacu, Caceribu, Iguaçu/Sarapuí, Estrela/Inhomirim/Saracuruna, Guaxindiba/Alcântara, Meriti/Acari, Canal da Cunha, Canal do Mangue, Bomba, Imbuaçu, Suruí, Roncador, Magé e Iriri. Nas áreas densamente urbanizadas, os rios são quase todos canalizados e em muitos trechos são cobertos, conduzindo águas de péssima qualidade.

Vários dos rios e canais da Guanabara estão muitíssimo poluídos. Outros, como o Macacu, ainda mantêm qualidade suficiente para servirem para o abastecimento público.

Começando pela margem ocidental da Baía, mais precisamente em Botafogo, trataremos de alguns dos aproximadamente 50 rios e riachos que compõem os 4.081 quilômetros quadrados da Região Hidrográfica da Guanabara.

Nesta área, estão incluídos 16 municípios, nos quais vivem mais de 8 milhões de pessoas. Dez estão integralmente na bacia: são Duque de Caxias, Mesquita, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, São Gonçalo, Magé, Guapimirim, Itaboraí e Tanguá. Seis estão apenas parcialmente na bacia: Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Petrópolis.

Estes cursos d'água sofreram grandes intervenções, principalmente nas décadas de 30 e 40, as quais tinham por objetivo promover o saneamento. Foram, vários deles, importantes meios de transporte e comunicação, e por seus portos passavam mercadorias provenientes do interior ou destinadas a ele. O Porto da Estrela, por exemplo, fazia parte da rota do ouro.

Outros, mais modestos, davam passagem a lenha e a produtos agrícolas.Boa parte das intervenções nos rios da Guanabara ocorreu na década de 1930. Em 5 de julho de 1933, foi criada a Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense, subordinada ao Ministério da Viação e Obras Públicas. Baixada Fluminense, neste caso, tem um sentido de enorme amplitude, pois abrange as áreas da Guanabara, de Santa Cruz, de Campos dos Goitacases e da Região dos Lagos. Nesta época, e por mais alguns anos que se seguiram, retificaram-se trechos de rios, abriram-se canais, fizeram-se aterros... enfim, mudou-se a feição da Baía.

Dos rios que deságuam na Guanabara, alguns adquiriram, no período colonial, importância especial com a descoberta do ouro em Minas Gerais. Inicialmente, o metal era transportado para Parati e de lá embarcado para a Metrópole. Eram grandes, porém, os riscos de ataques de piratas. Abriram-se, então, caminhos que davam na Guanabara: o Caminho Velho, de 1698, que servia ao Porto do Pilar, no Rio Pilar, afluente do Iguaçu, e, em 1720, o Caminho Novo, que chegava ao Porto da Estrela, no Rio Inhomirim.

Todavia, eram muitos os pequenos portos instalados nos rios, pelos quais passava boa parte da produção agrícola do Rio de Janeiro. Só às margens do Meriti, por exemplo, chegaram a existir quase 15 portos.Berquó - Nasce nas encostas que se erguem em direção ao Corcovado, em Botafogo, e no mesmo bairro deságua no mar. Na maré cheia, canoas e faluas o subiam por uma extensão enorme. SAIBA MAIS

Um comentário:

  1. gostei.. estou fazendo trabalho sobre ecologia para a escola,e não conhecia essa realidade,realmente se não tomar atitudes mais a frente afetará as praias que sofrem com os lixos desses rios, como a praia do flamengo em que meu trabalho focaliza.

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