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17 de outubro de 2008

PRINCIPAIS RISCOS DA BACIA DO RIBEIRÃO DAS PEDRAS (Campinas - SP)

Riscos ambientais em baciahidrográfica são mapeados
(Geógrafo Ricardo Dagnino - percepção da população é levada em conta - foto: Antonio Scarpinetti)


RAQUEL DO CARMO SANTOS - Sala Imprensa Unicamp
Estações de tratamento de águas e esgoto insuficientes e rodovias e ferrovias com transporte de cargas perigosas, dentre outros fatores, são alguns dos riscos ambientais na bacia hidrográfica do Ribeirão das Pedras mapeados pelo geógrafo Ricardo Dagnino.
Em dissertação de mestrado apresentada no Instituto de Geociências (IG), Dagnino traçou um mapa com os principais riscos da área, que abrange uma complexidade grande de estabelecimentos, entre os quais shoppings centers, supermercados, universidades, condomínios, hospitais e indústrias de diversos segmentos em Campinas. “A idéia foi descobrir situações que não haviam sido enxergadas pelo poder público”, destaca o geógrafo.

A área possui uma população concentrada com desigualdades socioespaciais. Entretanto, um dos problemas detectados por Dagnino foi com relação à concentração de pessoas que visitam o shopping Parque Dom Pedro nos finais de semana. Em seu estudo, a contribuição para o despejo é elevada, mesmo com o local possuindo estação de tratamento de esgoto própria. Os relatos da população do entorno são de que a água do ribeirão sofre uma queda na qualidade. “A percepção da população é de que a água está com odor às segundas-feiras”, esclarece. Nos laudos semanais encaminhados para as autoridades competentes, no entanto, não há registros de nenhum tipo de contaminação.

Segundo Dagnino, que foi orientado pelos professores Francisco Ladeira e Salvador Carpi Júnior, há contradições entre o que a população aponta sobre a qualidade da água e outras situações de risco e o que o poder público enxerga. O pesquisador quis realizar um mapeamento participativo e utilizar as percepções da população sobre os riscos ambientais da região. “Acredito que as pessoas que vivem nos locais e que convivem com os riscos têm condições de contribuir para este tipo de trabalho”, defende.

Para ele, o mapeamento servirá como ferramenta para os órgãos fiscalizadores, pois além das reuniões públicas, há também o cruzamento de informações com mapas mais antigos, fotos aéreas e análise de campo. “A idéia é auxiliar na implementação de políticas mais coerentes com os interesses da população e com a preservação ambiental”, destaca.
Os riscos identificados pelo pesquisador não são poucos.

O local abriga rodovias de trânsito intenso e perigoso. “O trecho Campinas-Paulínia, por exemplo, é marcado pelo transporte de combustíveis. É evidente o risco de acidentes e conseqüente contaminação da bacia”, explica. Há também a movimentação dos caminhões na rodovia D. Pedro I, que corta a bacia.
Nas áreas próximas à rodovia Milton Tavares, pode ser observada uma grande quantidade de queimadas, aspecto prejudicial ao meio ambiente. Por isso, Dagnino acredita que os riscos não seriam apenas na questão do esgoto, mas também envolveriam a poluição local. “Temos que pensar nos remanescentes existentes, como a Mata Santa Genebra. Existem pelo menos oito áreas importantes para preservação na região”, lembra.
Outro trecho do ribeirão considerado é o que corta o distrito de Barão Geraldo, próximo ao Colégio Rio Branco. “Percebe-se o avanço da ocupação de residências em áreas muito próximas ao ribeirão. São construções de grande porte que, em muitos casos, estão coladas ao manancial e que deveriam guardar certa distância”, alerta. No Real Parque, também em Barão Geraldo, Dagnino constatou o lançamento de esgoto em locais próximos à Mata Santa Genebra. O estudo contou com o financiamento da Fapesp e foi realizado em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas e Instituto Florestal. Fonte: Sala de Imprensa da Unicamp

Conheça a Dissertação de Mestrado do Ricardo Dagnino

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