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11 de dezembro de 2008

E DEPOIS DAS CHUVAS - O QUE FAZER?


ENCHENTES E INUNDAÇÕES: CUIDADOS

Se há alguns anos atrás houvesse preocupação e conhecimento suficiente sobre as questões ambientais, certamente muitos desastres ocasionados por enchentes e inundações seriam evitados.

São várias as cidades, distribuídas pelo mundo que estão localizadas ás margens de rios, em encostas, morros, ou seja, localizadas em áreas frágeis e de maneira irregular. Sendo, portanto, praticamente impossível não se deparar com a ocorrência de desastres e calamidades nessas áreas. Até porque, com o processo de urbanização há a impermeabilização do solo e aumento de escoamento por canais, produzindo aumento nas vazões máximas; há também a desorganização na implantação da infra-estrutura urbana, com obstáculos que podem obstruir o escoamento; além do processo de formação de ilhas de calor em áreas urbanas, produzindo precipitações intensas e agravando a situação das inundações; e entre outros aspectos que podem influenciar no aumento da freqüência e magnitude das inundações.

E o fato preocupante é que estes aspectos estão sendo cada vez mais ressaltados devido ao elevado crescimento populacional e se medidas de planejamento desse crescimento não forem tomadas, mais impactos negativos serão gerados futuramente.

Município de ILHOTA - FONTE:www.themoon.com.br

Se pesquisarmos informações sobre enchentes ocorridas, somente no ano de 2008 são várias as cidades que sofreram com este desastre. E como exemplo disto, somente no mês de Novembro algumas das regiões que sofreram por causa de inundações foram o Vietnã, que na sua região central foi atingida por inundações causadas pelas fortes chuvas; a Argélia, com o transbordamento do Rio M'zab ocasionado também pelas fortes chuvas; o México com o tranbordamento do Rio Cotatzacoalcos que subiu três metros no estado de Veracruz, também devido a chuvas fortes; e os fatos mais recentes que estamos vivenciando agora é a elevação no nível do mar devido às chuvas e ventos fortes que alagou a cidade italiana de Veneza; e o desastre em Santa Catarina que causou mortes e deixou milhares de pessoas desabrigadas.

Como se pode identificar com os fatos atualmente vivenciados, os principais impactos causados por inundações são as perdas materiais e humanas; contaminação por doenças como leptospirose, cólera e outras doenças de veiculação hídrica que serão abordadas a seguir; contaminação da água, pois com a inundação vários depósitos de resíduos muitas vezes contendo materiais tóxicos, ou até mesmo efluentes oriundos de estações de tratamento ou de ligações clandestinas de esgoto são arrastados com a água, o que ocasiona a contaminação dos recursos hídricos; outro impacto causado é paralisação das atividades econômicas e sociais nas áreas inundadas, o que certamente afetará a economia da região; e além também dos gastos que deverão ser empregados na recuperação dos danos causados.

E todo este material citado anteriormente que é carregado pela água da chuva (lama, esgoto e resíduos) podem ficar depositados em locais onde possam estar em contato direto com a população como nas casas, estabelecimentos comerciais e carros. E junto com essas impurezas que ficam depositadas, são inúmeras as bactérias e vírus que podem estar presentes, e um deles é o vírus da hepatite A, causador de uma inflamação no fígado, cujos sintomas, quando presentes, são febre, sensação de fraqueza, náuseas, vômitos, falta de apetite seguidos de coloração amarelada dos olhos e da pele, urina escura e fezes esbranquiçadas.

Em situações de enchentes e inundações, existe também o problema com a leptospirose, que é causada através da urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes.

A febre tifóide e as doenças diarréicas agudas também podem ser propagadas através das enchentes, como também, acidentes com animais peçonhentos, em função de deslocamentos dos habitats naturais provocados pelas inundações. E o fato preocupante é que qualquer pessoa que tiver contato com a água, lama ou qualquer outra matéria que esteja contaminada, poderá se infectar. Por isso o contato com estes materiais deverá ser sempre evitado.

Aos trabalhadores da limpeza urbana, que não podem evitar esse contato, recomenda-se sempre usar botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos durante a limpeza da lama. Se houver inundação em casa, o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas devem ser lavados com sabão e água sanitária. Outro produto útil para desinfetar e proteger o ambiente de possíveis doenças é o hipoclorito de sódio a 2,5%. Se houver contato dos alimentos com a água da enchente, recomenda-se jogá-los fora, em recipientes bem fechados.

Caso haja a suposta contaminação com o material e algum dos sintomas persistirem, deve-se levar a vítima para um serviço de saúde, o mais depressa possível. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente o soro antipeçonhento indicado para o tratamento, caso ocorra acidente com animais peçonhentos.

Por isso, todo cuidado e precaução devem ser tomados para que o episódio não se torne mais desastroso ainda. É importante que a população permaneça nos alojamentos fornecidos e não voltem até as suas residências até que isso seja permitido, pois qualquer contato com os materiais contaminados pode gerar doenças, além também dos riscos de desmoronamento, afogamento que estão correndo em permanecer nessas áreas.

As autoridades alertam os moradores de áreas atingidas por chuvas fortes e inundações para que adotem alguns cuidados que podem prevenir problemas de saúde e evitar acidentes, e estas medidas devem ser seguidas rigorosamente. Durante as chuvas mais intensas, acidentes como desabamentos e complicações no trânsito das grandes cidades tendem a ocorrer com mais freqüência.

Esse fato leva o Ministério da Saúde a trabalhar em parceria com os governos locais, defesa civil, polícia civil e militar e bombeiros para garantir mais segurança para a comunidade, por isso as medidas adotadas pela equipe devem ser respeitadas.

Algumas recomendações que as autoridades fazem para a população atingida por enchentes são as seguintes:

1. Atenção nas áreas de risco. Com a diminuição dos níveis dos rios as águas ganham velocidade, provocando a erosão das margens. Novos deslizamentos podem ocorrer. Diversos pontos são considerados de risco. Exemplos: margens de rodovias próximas a rios e as regiões de encostas e morros;

2. Evitar o trânsito de veículos, principalmente nas pontes das regiões afetadas, pois será precisa uma avaliação para verificar a segurança de cada estrutura;

3. Moradores de áreas vulneráveis precisam ficar atentos a qualquer sinal de deslizamento, como ruídos estranhos, declínio de árvores, movimentação do solo ou rachaduras;

4. Nas residências que sofreram alagamentos deve ser evitado o consumo dos alimentos que tiveram contato com a água, pois a mesma pode estar contaminada e provocar doenças;

5. O concerto das residências danificadas deve ser realizado por pessoas especializadas, para evitar acidentes;

6. Evitar deslocamentos longos e acompanhar, pela imprensa, a situação do trajeto previsto;

7. Para as famílias que estão sem energia elétrica a orientação é evitar o uso de velas próximo a cortinas e janelas abertas, apagar as mesmas na hora de dormir e desligar o gás de cozinha;

8. Emergências devem ser comunicadas através da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, no telefone 199; Corpo de Bombeiros Militar, no 193; e Polícia Militar, no 190. A situação das rodovias podem ser consultadas através do 191 Polícia Rodoviária Federal e do 198 Polícia Rodoviária Estadual. No caso de Santa Catarina, os dados completos por município e a situação das rodovias encontram-se atualizados no site da Defesa Civil: www.defesacivil.sc.gov.br.

As autoridades recomendam ainda às pessoas muita atenção no trânsito durante as chuvas e que os motoristas reduzam a velocidade dos veículos. A pista molhada e escorregadia costuma provocar aumento no número de acidentes de carro.

Para saber outros cuidados que devem ser tomados nos períodos de chuvas a Defesa Civil do Distrito Federal lança o “Alerta Preventivo – Período Chuva”, para adoção das ações preventivas que este período necessita para melhor proteção da comunidade, e estas informações podem ser conferidas no site: www.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=46145, ou para maiores informações pode-se entrar em contato com a Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil do DF pelo telefone (61) 3901- 5812.

Outra ação do Governo Federal para preparar estados e municípios para enfrentar situações de enchentes é a disseminação do Plano de Continência de Vigilância em Saúde frente a Situações de Calamidade e as Orientações à População e Secretarias Municipais de Saúde em Situações de Inundação. Essas informações estão disponíveis na página da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, no endereço eletrônico www.saude.gov.br/svs.

Para maiores informações sobre as enchentes de Santa Catarina, pode-se checar o site da defesa civil www.desastre.sc.gov.br/ ou pode-se entrar em contato pelo telefone 0800 48 2020.

Fonte: Ambiente Brasil


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