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22 de janeiro de 2009

MATAS, CACHOEIRAS, RIOS, CORREDEIRAS, PRAIAS FLUVIAIS, TRILHAS EM MAIS DE 700 RPPNs


Verão sem praia?

“Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil, não vai fazer deste lugar um bom país” - Notícias do Brasil, Milton Nascimento.

Turistas brasileiros e estrangeiros começam a, cada vez mais, procurar destinos ambientalmente corretos e a aventura associada à conservação ambiental. Também neste quesito o Brasil turístico é riquíssimo em alternativas e possibilidades, até, de contribuir para a conservação ambiental enquanto se curte a estação.

É verão no Brasil e famílias inteiras debandam do interior para algum ponto dos oito mil quilômetros de praias que emolduram a costa do país. Mas quando fazem isto, deixam de conhecer as delícias e a beleza existentes no resto dos 8.514.215,3 de quilômetros quadrados de “Brasis”.

Em cada quadrante, o país oferece uma infinidade de alternativas de turismo e lazer que o brasileiro e o estrangeiro, aos poucos, começam a conhecer. E ao fazer isto, o turista tem a oportunidade de vivenciar a nossa cultura, as belezas naturais (matas, cachoeiras, rios, corredeiras, praias fluviais) e, ao mesmo tempo, contribuir para a conservação destes recursos naturais.

É o caso de parte das mais de 700 Reservas Particulares do Patrimônio Nacional (RPPNs) existentes em todo o país, que se dedicam ao ecoturismo. Na definição do Ibama, “a RPPN é uma unidade de conservação criada em área privada, gravada em caráter de perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica”.

“A criação de uma RPPN é um ato voluntário do proprietário, que decide constituir sua propriedade, ou parte dela, em uma RPPN, sem que isto ocasione perda do direito de propriedade”.

É de atividades ligadas ao ecoturismo, esportes radicais como o arvorismo e a canoagem, hotéis fazenda etc., que alguns proprietários de RPPNs arrecadam os recursos necessários para proteger o ecossistema, contribuindo para a conservação da megabiodiversidade brasileira.

Novos destinos, nova atitude
Ao buscar novos destinos, com viés conservacionista, o turista estará contribuindo não somente com a natureza, mas também com toda a cadeia de serviços envolvida nestas atividades, como o transporte, alimentação, hospedagem, entre outros, gerando renda digna para as famílias envolvidas.

Se você mora ou pretende visitar o Centro-Oeste, por exemplo, pode optar por passar férias na Fazenda Aguapé, no município de Aquidauana ( Mato Grosso do Sul), parceira do Programa Pantanal para Sempre do WWF-Brasil.

A área pertencente a uma mesma família há mais de 150 anos. Desde 1989 diversificou suas atividades, dando continuidade à criação de gado, hoje voltado para a produção orgânica, atuando no turismo ecológico e pesca e dando apoio a projetos como Escola Pantaneira, Cavalo Pantaneiro e Projeto Arara Azul.

A fazenda é formada por vegetação típica do Pantanal e cerrado, com baías, vazantes e o rio Aquidauana. Tanto no período de cheia ou na seca, o visitante pode ter contato com as belezas do Pantanal. É também um ótimo lugar para observadores de aves.

Os turistas são recebidos pelo proprietário da fazenda João Ildefonso Pinheiro e sua família. Hábil contatador de causos, o sr João, como é conhecido na região, gosta de reforçar a cultura pantaneira e de contar histórias aos visitantes. Entre as opções de passeios oferecidos estão cavalgadas, safári fotográfico, passeio de barco, focagem noturna de animais, passeios de charrete.

Mas você mora no Nordeste e não quer ir tão longe neste verão. Neste caso, você pode dar um pulinho aí mesmo, na Bahia, e visitar a Reserva Natural Serra do Teimoso.

Criada em 1997 e reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a área também ostenta o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. O local, de interesse histórico e cultural, oferece 40 leitos, em alojamento para pesquisadores e visitantes com acomodações simples, energia elétrica, telefone, equipamentos de informática, um grande casarão construído na década de 70, barcaças e secadores para o beneficiamento de cacau.

O casarão desperta a atenção dos visitantes pelo alto valor histórico, arquitetura, e pelas relíquias guardadas em seu interior, como móveis antigos de madeira de lei, fabricados no início século XX, fotos e armas antigas, possibilitando entender como se deu a ocupação do local.

Para os aventureiros, a RPPN possui três trilhas interpretativas com diferentes graus de dificuldade, uma plataforma de observação na copa de um jequitibá, a 32 metros de altura. Para os mais sossegados, piscina de água corrente e sauna.

Na região Sudeste, vc pode seguir as dicas sugeridas pelo Programa Trilhas de São Paulo, que incentiva prática de ecoturismo em unidades de conservação na Mata Atlântica. Lançado pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do Estado de São Paulo e a Fundação Florestal do Estado de São Paulo em 2007, o programa apresenta 40 trilhas distribuídas por 19 unidades de conservação paulistas, totalizando mais de 200 quilômetros.

Fonte: (Envolverde/WWF-Brasil)

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