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8 de fevereiro de 2009

PROJETOS DE REUSO DA ÁGUA SÃO ESTIMULADOS EM SÃO PAULO

Cobrança pelo uso da água estimula projetos de reúso

GAZETA MERCANTIL

A cobrança pelo uso da água, implementada em 2007 nas bacias do rio Paraíba do Sul e dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, ambas na região Sudeste do País, está estimulando a aplicação de projetos de reúso dos recursos hídricos entre os grandes consumidores do insumo.

"A demanda por projetos de reúso está crescendo bastante. De 2007 para 2008 sentimos um aumento entre 30% e 40% na compra de equipamentos usados nestes programas", calcula José Renato Satiro, diretor do departamen-to de desenvolvimento de negócios da Perenne, empresa de engenharia especializada no desenvolvimento e fabricação de tecnologias de tratamento e reúso de água. "Os equipamentos para tratamento de efluentes (esgoto industrial) são os mais procurados", afirma Satiro.

O executivo afirma que as empresas instaladas na região Sudeste e que já pagam pela captação e pelo despejo da água estão correndo contra o relógio para instalarem projetos de reúso a fim de reduzir os gastos com os recursos hídricos. "Hoje a empresa paga para captar a água no rio e, depois de usá-la em seu processo produtivo, o que polui o insumo, submete os recursos hídricos sujos a um processo chamado ‘osmose reversa’, que funciona como uma espécie de filtro que deixa a água pronta para ser usada novamente no mesmo processo industrial", diz.

Ivanildo Hespanhol, professor da escola Politécnica e coordenador do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra), salienta a importância de ampliar os projetos de reúso de água nas indústrias a fim de reduzir o desgaste dos recursos hídricos nacionais. "A cada mil litros de água consumido por uma indústria, são gerados 800 litros de esgoto", pontua o especialista. "Sem preservar os recursos, nós estamos seguindo paradigmas romanos de mais de dois mil anos atrás", critica.

Hespanhol salienta que, por meio de um ciclo hidrológico, a água se torna um recurso renovável. "Quando a água está poluída, pode-se aplicar um processo de ‘reciclagem’ que a torna possível de ser reusada para fins diversos como irrigação, lavagem de chão e descarga", afirma o professor. Segundo ele, o reúso de água é um instrumento importante para restaurar o equilíbrio entre oferta e demanda de água nas regiões brasileiras. "A água em São Paulo, hoje, é muito cara. Para cada metro cúbico captado, o grande consumidor paga R$ 10", compara o coordenador. Além disso, Hespanhol lembra que o mesmo valor (R$ 10) é cobrado para cada metro cúbico despejado. "Por isso, cada vez mais os grandes consumidores querem reutilizar a água para despejar menos", salienta.

Satiro, da Perenne, diz que a intenção de ter uma "boa imagem ambiental" também tem estimulado as empresas a instalarem projetos de reúso. "O benefício para o meio ambiente é imenso".

Questionados sobre se o custo da implementação de um projeto de reúso é muito alto, os dois especialistas ecooam: "Cada caso tem um custo, mas certamente o retorno do investimento será rápido em qualquer situação".

Além disso, para Satiro e Hespanhol, a cobrança pelo uso da água deve ser disseminada nas outras regiões do País.

A Agência Nacional das Águas (ANA), por sua vez, informa que está desenvolvendo ações para implementação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos no Brasil desde 2001, em conjunto com gestores estaduais e comitês de bacias.

Estímulo em São Paulo

A Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo estendeu o prazo para inscrição de projetos no Programa de Apoio à Recuperação de Águas (Reágua). Agora os interessados poderão mandar os seus projetos até o dia 13 de fevereiro.

Segundo o governo de São Paulo, o programa visa ampliar a oferta de água nas bacias críticas do Estado. "Tendo em vista as mudanças de administração em várias prefeituras e serviços autônomos de água e esgoto, fizemos essa alteração no calendário", explica Marisa Guimarães, coordenadora de Saneamento da Secretaria Estadual de Saneamento e Energia. O resultado dos projetos habilitados sairá no dia 3 de março.

"Os recursos, que somam US$ 130 milhões co-financiados pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), serão aplicados em projetos que permitam a ampliação da produção e utilização de água de reúso de efluentes de estações de tratamento de esgotos, principalmente aqueles que têm finalidade industrial, de limpeza pública e irrigação, projetos para tratamento de esgoto, bem como projetos e ações para redução de perdas de água", informou o governo do Estado por meio de nota.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Roberta Scrivano)


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