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31 de março de 2009

CLASSIFICANDO AS ÁGUAS - HIDRODIVERSIDADE


Hidrodiversidade

30/3/2009 - Portal Meio Ambiente

Por Maurício Andrés Ribeiro*

Em meio à inundação causada pelas chuvas intensas em Santa Catarina em 2008, eram feitos apelos para que os donativos fossem oferecidos na forma de garrafas de água potável, pois água para beber era o bem mais escasso e necessário.

Conforme sua qualidade, há vários tipos de águas, algumas com alto padrão, outras impróprias para usos mais exigentes.

Para distingui-las, as normas ambientais classificam as águas de superfície conforme seu potencial para atenderem aos usos mais ou menos exigentes. Essa classificação é semelhante àquela que se faz ao avaliar a qualidade de hotéis, que variam de uma a cinco estrelas.
Assim, as águas mais puras são as de classe especial (se fossem hotéis, seriam os de cinco estrelas): destinam-se ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção simples; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral, tais como as reservas ecológicas.

Em seguida, em termos decrescentes de qualidade, estão as águas de classe 1, que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à natação, esqui aquático, mergulho e demais formas de recreação e esporte com contato direto com a água; à irrigação de hortaliças consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e sejam ingeridas cruas sem remoção da casca, ou seja, aqueles produtos alimentares com contato direto com a água; e à proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas.

As demais classes destinam-se a usos progressivamente menos exigentes em termos de qualidade da água. As de pior qualidade podem ser destinadas à navegação e à harmonia paisagística e a usos que não exponham o ser humano e os animais ao risco de contraírem doenças. Conforme o teor de sal nelas presente há águas doces, salobras, salinas, salgadas.
Em estâncias hidrominerais, conforme sua composição química, podem ser alcalinas, ferruginosas, carbogasosas, com qualidades terapêuticas valiosas nos tratamentos de saúde.

Elas são diversificadas quanto a seu preço: enquanto as águas minerais têm alto valor econômico, sendo vendidas em doses ou em copos, as águas brutas, menos valorizadas, se vendem em metros cúbicos.

Quando se buscam sinais de vida no universo, procuram-se indícios de água, de onde brota a vida. No cosmos ou em situações locais, elas se apresentam com grande diversidade de características. Em estado sólido, estão no gelo da cauda dos cometas, no solo de Marte, nas calotas polares, nos freezers e nas geladeiras.
Encontram-se em estado líquido nos oceanos, mares, lagos, rios, nascentes, fontes, lençóis freáticos. Estão, ainda, nos corpos dos animais e vegetais, no líquido amniótico da bolsa de gestação dos embriões de seres vivos. Em estado gasoso, estão na umidade do ar e nas nuvens.

As atividades humanas alteram o ciclo das águas, ao interferirem no ciclo do carbono, com a emissão de gás carbônico e outros gases de efeito estufa para a atmosfera. Sensíveis a variações de temperaturas, o gelo se derrete e a água líquida evapora. Altera-se, o clima, agravam-se secas, furacões, enchentes.

A água nem sempre é um líquido insípido, inodoro e incolor, como se ensinava nas escolas. A ação humana degrada a água, ao lançar substâncias que a poluem, conferindo-lhe cor, tornando-a turba e menos transparente. Ela adquire também odor, e sabor. A água suja ou contaminada por coliformes, nutrientes como nitrogênio e fósforo e outras substancias, prejudica a saúde e a qualidade de vida humana e do ambiente.

Quando suja, tratamento e depuração são necessários para que a água se torne novamente utilizável e retorne ao ambiente com qualidade adequada. Por meio de tratamento da água e da remoção de poluentes sua qualidade pode ser melhorada.
Por meio de incentivos econômicos, proprietários que cuidam bem das florestas e do solo produzem água pura e de boa qualidade. Tornam-se produtores de água, protegendo os serviços ambientais prestados pelos ecossistemas e que nem sempre são devidamente valorizados.

Conhecer a qualidade das águas exige que se obtenham dados por meio de seu monitoramento, que esses dados sejam analisados em laboratórios com procedimentos padronizados, que haja capacitação para essa avaliação e divulgação dos resultados das análises.

Atuar para melhorar a qualidade da água exige investimentos na sua conservação, no seu tratamento, no controle de erosão e de poluições, nos sistemas de gestão das águas. A hidroeducação é necessária, pois consciência das pessoas e das coletividades é essencial para induzir comportamentos amigáveis e que tenham impacto positivo sobre a hidrodiversidade.

(*) Autor de Ecologizar, de Tesouros da Índia e de Ecologizando a cidade e o planeta - WWW.ecologizar.com.br; mandrib@uol.com.br

Fonte: O autor.

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