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16 de abril de 2009

AMAZONAS EM ESTADO DE EMERGÊNCIA POR CAUSA DAS CHUVAS


15/04/2009 - 23h25

Governador do Amazonas decreta emergência em todo o Estado

Especial para o UOL Notícias
Em Manaus
O governador do Amazonas Eduardo Braga (PMDB) decretou, na noite desta quarta-feira (15), estado de emergência em todo território amazonense por conta da cheias que atingem o Estado. Entre as medidas previstas pelo governo para ajudar as vítimas da cheia está o pagamento de R$ 300 a cada família atingida. A ajuda financeira será feita por meio de cartões magnéticos que, segundo a assessoria do governador, serão distribuídos pelas Forças Armadas.

"Estávamos acompanhando a evolução do quadro desde o início do ano e chegou o momento em que não é mais possível atuar pontualmente", disse o governador pouco antes de embarcar para o Rio de Janeiro, onde participa de um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cheia dos rios amazônicos, em especial a do Negro e do Solimões, já atingiu pelo menos 24 municípios que decretaram situação de emergência ao longo dos últimos dois meses. Na noite desta quarta-feira (15), a Defesa Civil do Estado ainda estava reunindo os dados sobre o número de famílias atingidas pela cheia.

De acordo com o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Agamenon Dantas, a cheia deste ano nos rios Negro e Solimões deverá ser a maior dos últimos 54 anos, superando a maior já registrada, quando o nível do Negro chegou a 29,69 metros. As projeções apresentadas por Dantas apontam para uma cheia de até 30,03 metros. Nesta quarta-feira (15), o nível do rio Negro chegou a 28,16 metros sendo que o período de chuvas na Amazônia vai até o mês de junho.

De acordo com o secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Guimarães, 312 toneladas de alimentos já foram enviadas ao Amazonas para abastecer as famílias atingidas. Além dos alimentos, 415 mil itens de kits de desinfecção também já foram enviados ao Estado atingido.


Chuvas na Amazônia devem aumentar nos próximos meses


Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

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Brasília - As chuvas que atingiram a Região Norte nos últimos dias e que já deixaram milhares de desabrigados devem se agravar até junho, mês de maior alta do nível dos rios da Amazônia. A capital do Amazonas, Manaus, deve enfrentar a pior cheia desde 1953, com elevação de mais de 3 metros no nível do Rio Negro, que corta a cidade, como adiantou ontem (14) a Agência Brasil.

“Não queremos fazer catastrofismos, mas, pelo andar da carruagem, a situação é muito preocupante”, avaliou hoje (15) o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Em 1953, o nível do Rio Negro chegou a 29,68 metros, número que pode ser superado este ano, de acordo com as previsões do Serviço Geológico do Brasil. “A persistir a tendência, com 70% de probabilidade de acerto, o nível do rio pode ficar entre 29,33 metros e 30,03 metros”, detalhou o diretor-presidente da entidade, Agamenon Dantas.

Nos últimos meses, o volume de chuvas em algumas regiões da Amazônia chegou a ficar 500 milímetros acima da média nos primeiro trimestre do ano. A previsão para Manaus nos próximos 7 dias é de 400% a mais de chuva que o normal para o período.

Segundo o superintendente do Serviço Geológico em Manaus, Mauro Oliveira, se o nível do rio chegar ao patamar da cheia de 1953 – 29,68 metros – a inundação afetará pelo menos 50 mil pessoas na capital, principalmente a população que vive em palafitas ao redor de dois grandes igarapés (braços do rio) na área urbana.

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, as autoridades estaduais e municipais já foram alertadas para o risco do desastre. “Queremos evitar que se repita a tragédia que aconteceu em Santa Catarina. Dessa vez não se poderá dizer que foi por falta de aviso. Avisamos com 60 dias de antecedência”, apontou.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil já começou a enviar auxílio para o estado, de acordo com secretário Roberto Guimarães. O repasse incluiu 312 toneladas de alimentos e 450 mil itens dos chamados “kits de desabrigagem”, como colchões, lençóis, travesseiros e materiais de desinfecção.

“A Defesa Civil está pronta para responder em caso do acontecimento [a enchente]. Estamos preparados para alimentar, abrigar e medicar”, afirmou Guimarães. A Sedec não descarta a retirada de pessoas que vivem nas áreas de risco e mobilização de outros órgãos do governo federal no atendimento às possíveis vítimas.

No entanto, o secretário reconheceu que “culturalmente” no Brasil as ações de defesa civil são tomadas durante ou após os desastres, sem priorizar as medidas de prevenção. Cálculo da Organização das Nações Unidas, citado por Guimarães, mostra que cada US$ 1 investido em prevenção de desastres evita o gasto de US$ 10 na solução dos problemas.

A orientação do secretário é que os moradores da região atendam aos alertas das autoridades locais. “As pessoas que estão lá devem ficar atentas às recomendações da Defesa Civil estadual, municipal, dos órgãos de segurança, como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar”, apontou.

Além da situação de risco em Manaus, a capital acreana, Rio Branco, também registra tendência de cheia para o Rio Acre. Hoje, o volume do rio chegou à chamada “zona de alerta”, por causa do nível acima do esperado para essa época do ano. Mais de 670 famílias estão desabrigadas em Rio Branco por causa das chuvas recentes.



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