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29 de agosto de 2009

PARA PROTEGER NASCENTES, CÓRREGOS, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, FLORA E FAUNA SÃO PAULO VETA NOVA PISTA DE VIRACOPOS, EM CAMPINAS (SP)


Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado em Campinas/SP

Estudo prevê 28 reflexos negativos

A licença ambiental para as obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), não foi concedida pelo governo estadual, que questiona o estudo e relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) entregue em janeiro. Serão necessários pelo menos R$ 32,4 milhões para compensar os impactos no solo, em águas subterrâneas, na fauna e flora e na população vizinha, de cerca de 20 mil pessoas. (Manchetes Socioambientais)

Tatiana Fávaro, CAMPINAS
Jornal O Estado SP

A equipe técnica responsável pela elaboração do estudo e relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) do projeto de ampliação do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, identificou 37 reflexos da obra na área. Desse total, 28 (75%) foram considerados de natureza negativa; 8 (22%) de teor positivo; e 1 (3%), de natureza positiva e negativa. Serão necessários pelo menos R$ 32,4 milhões para compensar os impactos no solo, em águas subterrâneas, na fauna e flora e na população vizinha, de cerca de 20 mil pessoas.

No dia 12 deste mês, em visita a Americana, o governador José Serra (PSDB) afirmou ao Estado que o atual relatório “não se sustenta”. “É melhor o projeto anterior, que é mais fácil, mais barato, mais rápido”, disse. “Estamos angustiados porque Viracopos é a opção que temos para a ampliação aeroportuária. Viracopos pode ampliar o volume de passageiros em 20, 30 vezes.” O projeto inicial removeria 16 mil famílias de 12 favelas, enquanto o atual prevê a ocupação de área rural, onde vivem 3,7 mil famílias. Haveria, no entanto, menos impacto ambiental.

Para o governador, o melhor caminho é a concessão. “A Infraero não vai fazer isso nunca, ela não tem competência para isso. Por isso, a gente continua defendendo, inclusive com um projeto que seja bom, um projeto que seja viável, que exista do ponto de vista ambiental para facilitar (a ampliação)”, disse Serra. “Tenho batalhado, tenho falado muito com o ministro (da Defesa, Nelson Jobim), mas não é uma área do governo do Estado. É uma área de responsabilidade federal”, acrescentou o governador.

A informação sobre o adiamento do início das obras foi recebida com satisfação pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campinas (Condema). “Foi uma boa notícia. Questionamos o fato de o relatório não apresentar alternativas para que o gestor (Infraero) possa decidir pelas menos impactantes. Há uma única proposta, porque a decisão de se fazer naquela área foi política, depois se fez um EIA-Rima para cumprir tabela”, disse a presidente do Condema, Mayla Porto.

Para a professora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Unicamp Dionete Santin, o fato de o estudo apontar quantidade maior de impactos negativos do que positivos resume os problemas. “Você concorda que isso inviabiliza o projeto ou requer, no mínimo, alternativas?”, questionou. Em 1999, Dionete apresentou tese de doutorado que mostrou que, com o impedimento de intervenções negativas, a área de cerrado saltou de 16 hectares, em 1994, para 90. “É uma área que faz jus à preservação.” Além de cerrado, a área é composta por matas de transição.

Procurado, o prefeito de Campinas, Hélio dos Santos (PDT), defensor do projeto do governo federal, não quis se manifestar. Fontes: O Estadão/Manchetes Socioambientais


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2 comentários:

  1. Moro no Norte do Paraná, na cidade de Nova Santa Bárbara, que faz divisa com o município de São Jerônimo da Serra. Nesses dois municípios que percorremos, observamos o desrespeito às nascentes e à mata ciliar: os agricultores desmatam todos os terrenos com nascentes, que ficam expostas, sem um único pé de árvore, plantando feijão, alho e outras coisas sobre esse terreno, que mesmo encharcado é martirizado. De uma das nascentes eu vi a foto de como era antes -tinha pinheiros que um homem sozinho não abraçaria. Plantam eucaliptos em todos os lugares imagináveis.A mata ciliar do Rio Tibagi está virando pasto. Sou professora de uma escola na zona rural e dia a dia vejo agricultores desmatando beira de rios para plantar; índios pondo fogo na mata, pois no município de São Jerônimo tem reservas indígenas (eu acho que, não é porque a terra é deles que eles podem desmatar e queimar livremente). Não sei se é mito, mas uma aluna me falou que algumas pessoas estão comprando lotes nas margens do Tibagi para garimpar...aí seria demais.O rio São Jerônimo e outros que atravessam a pr 90 (acho que essa é a rodovia que passa por nossos municípios- São erônimo, Santa Bárba, Santa Cecília...até Assaí) praticamente já não têm mata ciliar.Perguntei pessoalmente a um funcionário do IAP de Cornélio Procópio o que poderia ser feito quanto a esse problemas e ele me disse que era só denunciar. Nós já ligamos para o IAP de Cornélio Procópio para fazer denúncia...nada! Ligamos em Curitiba...nada.Até quando esses absurdos vão acontecer? Se eles que são os responsáveis por isso não tomam nenhuma providência,o que fazer? Cruzar os braços até não ter mais água para beber?

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  2. Elisabeth Feres04 maio, 2010 18:20

    Senhores. Há na cidade de Campo Limpo Paulista no bairro de Botujuru um loteamento rural desde 1996 - 100 lotes de 20.000 m² . No coração desse loteamento existe um extenso corrego de aguas de boa qualidade que fluem a partir de nascentes dentro dos lotes de propriedades privadas. Porem somos um grupo que temos o mesmo objetivo de preservação. Mas a Nova Lei de Uso e Ocupação de Solo aprovada em 2009 , abre uma brecha para ameaças futuras . Preciso encontrar na Lei informações que impeçao esse início de destruição dessa área

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