Orientados pelo Centro Sabiá, os moradores desenvolveram aquecedor durante oficina. Foto: Laudenice Oliveira/DivulgaçãoTriunfo (PE) pode virar cidade ecológica
Sertão // Grupo de moradores aprendeu a fazer aquecedor solar alternativo e vai espalhar técnica pelo município
Júlia Kacowicz
Diários Associados
Cidade alta, clima de montanha e temperatura baixa. Num ambiente como esse, não pode faltar água quente no chuveiro.
A lógica costuma resultar em uma alta conta de energia. E quando não sobra dinheiro para esse conforto, a solução é enfrentar o banho frio. Mas um grupo de 12 moradores de Triunfo, a 451 quilômetros do Recife, quer transformar o banho morno em rotina sem prejudicar o bolso dos habitantes e o meio ambiente. Com latas de alumínio e garrafas PET, eles aprenderam a criar um aquecedor solar alternativo e receberam a missão de espalhar a técnica pela cidade e zona rural. A proposta é do Centro Sabiá, entidade organizadora das atividades. Se a moda pegar, Triunfo poderá ainda virar a cidade ecológica do Sertão pernambucano.
A produção de água quente é um dos itens mais caros na conta de energia de uma casa, representando cerca de 26% do consumo. Mas numa região beneficiada pela exposição ao sol, o desperdício dessa fonte de calor parece aindamais grave. "Triunfo chega a registrar temperaturas de até 10ºC nos meses de maio a julho e toda casa precisa ter aquecedor de água. Mas temos muito sol também e essa fonte de energia precisa ser aproveitada", destacou Wallace Medeiros, coordenador local do Centro Sabiá.
Na semana passada, durante três dias, a entidade reuniu representantes de associações e outras entidades em oficinas de criação do aquecedor solar. As oficinas tiveram um público mais representativo de jovens, com idades entre 19 a 30 anos. Eles aprenderam os benefícios teóricos do aquecedor, construíram dois modelos do equipamento e receberam a missão de repassar o conhecimento para outros moradores.
Os modelos seguem experiências bem-sucedidas de cidades do Sul e Sudeste, mas ainda raras pelo Nordeste. "Bastam 50 garrafas e 50 latinhas", descreveu Wallace. As latas devem ser pintadas de preto e instaladas dentro das garrafas, compondo um aquecedor com um metro quadrado, em média. "O funcionamento é o mesmo de placas solares tradicionais. A água aquecida é conduzida por canos até uma caixa d'água", afirmou, lembrando a diferença de custo econômico.
Conhecimentos - O reservatório de água deve ser situado no teto da casa e próximo ao chuveiro em que se pretende aquecer a água. O morador de Triunfo e proprietário da pousada Baixa Verde, Pedro Oliveira Júnior, contou que os jovens capacitados ficaram ansiosos para colocar seus conhecimentos em prática e espalhar os aquecedores pela cidade.
"Um funcionário da pousada já vinha se informando e foi um dos instrutores das oficinas. Ele ficou com um dos modelos construídos, mas agora todo mundo quer o seu", ressaltou. A mudança no sistema de aquecimento de água, acrescentou Pedro Júnior, deverá render uma economia de cerca de 40% na conta. E ainda irá melhorar a paisagem da cidade que, de acordo com o proprietário da pousada, já estava poluída pelas garrafas PET, latas e outros tipos de plástico. "Nosso lago já está sujo e, dessa maneira, temos outro estímulo para guardar as garrafas", concluiu. O lago,localizado no centro de Triunfo, faz parte dos atrativos turísticos e ecológicos da cidade, que ainda conta com o Museu do Cangaço, engenhos de rapadura, cachoeiras e grutas.
O Centro Sabiá também apoia projetos rurais na região, como a criação de galinhas e caprinos. Esse semestre o projeto terá R$ 19 mil para ser distribuído de maneira rotativa. Os participantes recebem o valor e, no término do prazo estabelecido, o devolvem para que possa chegar às mãos de outros trabalhadores rurais. Fonte: Diário de Pernambuco - Júlia Kacowicz
juliakacowicz.pe@diariosassociados.com.br
A lógica costuma resultar em uma alta conta de energia. E quando não sobra dinheiro para esse conforto, a solução é enfrentar o banho frio. Mas um grupo de 12 moradores de Triunfo, a 451 quilômetros do Recife, quer transformar o banho morno em rotina sem prejudicar o bolso dos habitantes e o meio ambiente. Com latas de alumínio e garrafas PET, eles aprenderam a criar um aquecedor solar alternativo e receberam a missão de espalhar a técnica pela cidade e zona rural. A proposta é do Centro Sabiá, entidade organizadora das atividades. Se a moda pegar, Triunfo poderá ainda virar a cidade ecológica do Sertão pernambucano.
A produção de água quente é um dos itens mais caros na conta de energia de uma casa, representando cerca de 26% do consumo. Mas numa região beneficiada pela exposição ao sol, o desperdício dessa fonte de calor parece aindamais grave. "Triunfo chega a registrar temperaturas de até 10ºC nos meses de maio a julho e toda casa precisa ter aquecedor de água. Mas temos muito sol também e essa fonte de energia precisa ser aproveitada", destacou Wallace Medeiros, coordenador local do Centro Sabiá.
Na semana passada, durante três dias, a entidade reuniu representantes de associações e outras entidades em oficinas de criação do aquecedor solar. As oficinas tiveram um público mais representativo de jovens, com idades entre 19 a 30 anos. Eles aprenderam os benefícios teóricos do aquecedor, construíram dois modelos do equipamento e receberam a missão de repassar o conhecimento para outros moradores.
Os modelos seguem experiências bem-sucedidas de cidades do Sul e Sudeste, mas ainda raras pelo Nordeste. "Bastam 50 garrafas e 50 latinhas", descreveu Wallace. As latas devem ser pintadas de preto e instaladas dentro das garrafas, compondo um aquecedor com um metro quadrado, em média. "O funcionamento é o mesmo de placas solares tradicionais. A água aquecida é conduzida por canos até uma caixa d'água", afirmou, lembrando a diferença de custo econômico.
Conhecimentos - O reservatório de água deve ser situado no teto da casa e próximo ao chuveiro em que se pretende aquecer a água. O morador de Triunfo e proprietário da pousada Baixa Verde, Pedro Oliveira Júnior, contou que os jovens capacitados ficaram ansiosos para colocar seus conhecimentos em prática e espalhar os aquecedores pela cidade.
"Um funcionário da pousada já vinha se informando e foi um dos instrutores das oficinas. Ele ficou com um dos modelos construídos, mas agora todo mundo quer o seu", ressaltou. A mudança no sistema de aquecimento de água, acrescentou Pedro Júnior, deverá render uma economia de cerca de 40% na conta. E ainda irá melhorar a paisagem da cidade que, de acordo com o proprietário da pousada, já estava poluída pelas garrafas PET, latas e outros tipos de plástico. "Nosso lago já está sujo e, dessa maneira, temos outro estímulo para guardar as garrafas", concluiu. O lago,localizado no centro de Triunfo, faz parte dos atrativos turísticos e ecológicos da cidade, que ainda conta com o Museu do Cangaço, engenhos de rapadura, cachoeiras e grutas.
O Centro Sabiá também apoia projetos rurais na região, como a criação de galinhas e caprinos. Esse semestre o projeto terá R$ 19 mil para ser distribuído de maneira rotativa. Os participantes recebem o valor e, no término do prazo estabelecido, o devolvem para que possa chegar às mãos de outros trabalhadores rurais. Fonte: Diário de Pernambuco - Júlia Kacowicz
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