QUE TIPO DE ONDAS VÃO SOBRAR PARA NOSSOS FILHOS E NETOS?
Escrito por ASCOM | Rede Sul Bahia |
Seg, 09 de Novembro de 2009 22:23 |
Essa pergunta foi feita por Jocélio de Jesus, ou simplesmente Jojó de Olivença, 42 anos, e uma das maiores referências do surf mundial. Para ele, a proposta de vida é a de utilizar o surf como instrumento para a educação, ensinando jovens a domar as ondas, a amar o esporte e respeitar a natureza. Atleta de Deus, diz que teve a vida transformada, salvo das drogas e das influências que o levaram a duvidar que a felicidade existe. Mas diz não aos megas investimentos que propõem agredir a Mata Atlântica. Na década de 80, embalado pelos Hits da época, como “Menino do Rio”, Jojó descobriu sua vocação. Começou a surfar aos 11 anos. No início as pranchas eram emprestadas, até que um grupo de amigos resolveu fazer uma “vaquinha” e comprar uma prancha para ele. O baiano, acostumado a domar as ondas da praia de Batuba, em Olivença, rápido conquistou os mais diferentes picos do mundo. “Quem me conhece e acompanhou minha trajetória, sabe muito bem como na década de 80 o surf era bastante movimentado, promovendo eventos de cunho nacional e projetando atletas para o Brasil e para o mundo. Tudo era muito simples e tínhamos pessoas apaixonadas pelo surf. Lembro da Pizzaria Castelinho e Freitas Turismo que sempre ajudavam com patrocínios, entre outros do comércio local e, inclusive, a prefeitura”, relembrou Jojó. Quase 10 anos depois Jojó ganhou o mundo. Foi bicampeão brasileiro profissional em 1988 e 92, vice em 93, ano que também foi campeão paulista e ingressou no WCT, que reúne a elite mundial, título que manteve por cinco anos. Hoje é top 16 do Super Surf. O atleta resolveu se aposentar das grandes competições, mas continua mais ativo do que nunca. Ele fundou a ONG Projeto Ondas, Surf & Cidadania que oferece uma oportunidade para cerca de 50 crianças e adolescentes de 8 a 14 anos de idade de mudarem de vida e construírem um futuro através do surf. O projeto é desenvolvido na cidade do Guarujá, São Paulo, onde Jojó mora com a família. Por esta missão, Jojó de Olivença conquistou fãs e admiradores por todo o mundo. Respeitado pelas suas ações, não esconde seu amor pelo Sul da Bahia. “Nunca esqueci de minha infância e adolescência, vivendo atrás dos portões da simplicidade, entre ondas boas e "ruins", até que encontrei em Jesus o complemento que faltava para felicidade plena.”, afirmou Jojó. A sua preocupação com a natureza também é marcante. Ele está preocupado com os rumos que Ilhéus vem tomando quando anuncia a destruição de ecossistemas em detrimento de empreendimentos que querem destruir nosso maior bem, como a instalação de um complexo intermodal na Ponta da Tulha, uma das regiões rica em mata atlântica da região e onde jovens também aprendem a surfar. “Eu era desprovido de todos os recursos de informação e tecnologia porque era de família humilde. No entanto, desfrutava do maior patrimônio que tinha. Da natureza tirava tudo que precisava: alimento e muita diversão. Creio que esta foi uma base importante para formação do meu caráter e personalidade. Não tive pai presente, mas tive alguns amigos e o melhor deles foi a próprio contato com a NATUREZA e isto me fez uma pessoa mais humilde. Compreendo que todos nós somos parte de um sistema Divino inseparável: Deus...Homem...Natureza. No entanto, os olhos humanos estaão matando a natureza e esquecemos que somos parte dela. Se ela morre, morreremos com ela!!! Jojó vê com bons olhos investimentos que tornem Ilhéus conhecida e que dêem espaço para o esporte em geral, “Adorei a ideia da região sediar um evento tão importante como o Mahalo Pan Surf Games & Music. Na minha humilde opinião, todo investimento para o esporte é bom e bem-vindo, entretanto, é preciso visualizar um pouco além do glamour momentâneo e daqueles beneficiados direto e indiretamente por quantias monetárias que não são bens duráveis. Que tipo de desenvolvimento trará esse tipo de empresa? Será desenvolvimento sustentável? Pensem nisso! O que gostaria é que todos refletissem sobre o fato da nossa ingenuidade imatura, cega e estúpida quando dropamos qualquer onda sem avaliar os riscos e suas consequências”, desabafou o campeão. “ QUE DEUS ABENÇOE A TODOS E INSPIRE NOSSOS GOVERNANTES A AGIREM COM MUITA COERÊNCIA E QUE EXERÇAM SUAS FUNÇÕES COM EXCELÊNCIA E NÃO LEGISLEM EM CAUSA PRÓPRIA”. (Jojó de Olivença) Fotos: Acervo Jojó de Olivença| José Nazal - Fonte: AÇÃO ILHÉUS |
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Estou fazendo um trabalho escolar e tomei conhecimento desse movimento isso deveria ser muito mais divulgado e tem muita informação para gente leiga como eu . Thayná de 10 anos.
ResponderExcluirOlá Thayná,
ResponderExcluirObrigado por seu comentário.
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