SOS a uma nascente e a um sonho. Mensagem enviada ao grupo Casaterra em 28/12/2009 as 11:58h
pôr - Edgard Moreno
Olá a todos e a todas.
Tem uma coisa que eu quero contar pra vocês porque acredito que tem muito a ver com a Agenda 21 de Santo André.
Na quarta-feira (23/12/09) conheci um jovem senhor, morador de Santo André, na Rua Álvaro Annes, 151, bairro Campestre: o Miguel.
Muito esforçado, com dificuldades de locomoção, usando um andador, ele foi até o DPAV pra falar sobre uma árvore e uma tal água de mina que passava no seu terreno.
Quem acabou atendendo ele fui eu.
O Miguel é uma figura um tanto exótica: anda com o auxílio de um andador; tem bigodes e barbas grandes e brancas, parecendo um Papai Noel. E como usa óculos escuros, também lembra um pouco o Hermeto Pascoal. Ele tem um jeito de falar muito gentil e educado, mas que transparece um certo sofrimento. Não é para menos, seus pais morreram recentemente, sua situação financeira é ruim, ele tem diabetes, está perdendo a visão de um olho, além de outros problemas de saúde.
Como estava meio confuso entender o que queria, fui até sua casa para ver de perto o que acontecia e no que poderia ajudá-lo.
Chegando lá, o problema com a árvore foi fácil de resolver. Mas, o que me chamou mais a atenção foram duas outras coisas: o caso de uma nascente e um sonho que ele tem.
É justamente sobre essas duas coisas que eu quero falar com vocês.
O Miguel me falou que quando era criança, há uns 40 anos atrás, a água de uma nascente passava dentro do seu quintal e nela ele brincava. Passados os anos, hoje essa água passa sob o seu terreno, por uma tubulação de concreto, instalada pelo SEMASA, misturada à água de esgoto. Água de nascente e esgoto, correm até caírem no Rio Tamanduateí, ali perto. É o fim da água pura...
A outra coisa, o sonho dele, é tão bonita quanto a nascente. Mas, antes, preciso contar uns detalhes importantes pra vocês entenderem melhor o sonho do Miguel.
- O terreno dele tem 10 metros de frente e 30 de fundos;
- A frente do terreno fica numa cota superior à dos fundos;
- A casa do Miguel é muito simples (tijolos baianos à vista) e bem antiga.
Ele disse que iria contar um sonho, mas que eu o perdoasse se parecesse tolice.
Contou que seu sonho era trazer a água daquela nascente novamente pra cima, fazê-la entrar no terreno pela frente (como era antes), correr até os fundos, na mesma cota da rua, e depois despencar como uma pequena cascata para formar um lago. A casa atual seria desmanchada e no fundo do terreno teria uma casa de madeira, suspensa, pra não interferir no terreno abaixo dela.
Todo o piso do terreno ficaria só na terra e em todo ele seria plantada vegetação nativa. Assim transformado, o local iria receber animais feridos e/ou maltratados que a Polícia Florestal encontrasse, para serem tratados e depois libertados ou algo parecido.
Eu tive o prazer de conhecer a nascente que ele falou e, realmente, é de arrepiar. Fica no quintal da frente de uma casa simples, na Rua das Jabuticabeiras, duas ruas pra cima da Álvaro Annes, há uns 500 metros da sua casa.
Ali, no meio de um bairro urbano, onde só tem casa e asfalto, uma NASCENTE PERENE verte água dia e noite, com uma vazão de cerca de 600 litros por hora. Conversamos com um antigo morador da rua, Sr. Nelson, e ele disse que as casas próximas à nascente foram construídas em cima de rochas.
Minha intenção em escrever pra vocês é ver se conhecem alguém (pessoa(s) física(s), empresa(s), ONG(s), etc.) que possa ajudar o Miguel a fazer essas coisas.
No meu entender a realização este sonho tem algumas implicações muito importantes:
- Utilizar a água de uma nascente para um fim nobre;
- Trazer à luz um tesouro “perdido”: uma nascente perene;
- Voltar os olhos do bairro, quiçá da cidade, para a importância de uma nascente;
- Descanalizar um corpo d’água;
- Criar, num terreno particular (coisa rara), ainda mais urbano, uma área ecológica, com vegetação nativa, para amparar animais silvestres;
- Encher de vida o coração de um ser humano lutador;
- Entre outras.
O problema é que esse ser humano não vai conseguir fazer nada disso sozinho. Tudo ficará apenas em sonho.
Calculo que pra fazer uma casa suspensa (de madeira, sei lá) com todas as instalações elétricas e hidráulicas necessárias, demolir a existente, tirar todo o piso de cimento do terreno, canalizar a água da nascente para o fundo, fazer a cascatinha e plantar a vegetação nativa, fica aí, por baixo, uns R$ 50.000,00. Se não ficar mais.
Para uma pessoa só, como o Miguel, isso é impossível. Mas, imagino que para grupos organizados (ONGs, empresas, etc.) a empreitada se torne fácil para a importância que representa.
Gente, a única força significativa que posso dar ao Miguel, no momento, é tentar iniciar alguma mobilização através deste e-mail.
Sei que muitos de vocês conhecem fortes canais. O problema é como sensibilizá-los a abraçar essa causa.
Se puderem ajudar.
O celular do Miguel é 9120-7395.
Coloquei, em anexo, algumas fotos do local.
Tem uma coisa que eu quero contar pra vocês porque acredito que tem muito a ver com a Agenda 21 de Santo André.
Na quarta-feira (23/12/09) conheci um jovem senhor, morador de Santo André, na Rua Álvaro Annes, 151, bairro Campestre: o Miguel.
Muito esforçado, com dificuldades de locomoção, usando um andador, ele foi até o DPAV pra falar sobre uma árvore e uma tal água de mina que passava no seu terreno.
Quem acabou atendendo ele fui eu.
O Miguel é uma figura um tanto exótica: anda com o auxílio de um andador; tem bigodes e barbas grandes e brancas, parecendo um Papai Noel. E como usa óculos escuros, também lembra um pouco o Hermeto Pascoal. Ele tem um jeito de falar muito gentil e educado, mas que transparece um certo sofrimento. Não é para menos, seus pais morreram recentemente, sua situação financeira é ruim, ele tem diabetes, está perdendo a visão de um olho, além de outros problemas de saúde.
Como estava meio confuso entender o que queria, fui até sua casa para ver de perto o que acontecia e no que poderia ajudá-lo.
Chegando lá, o problema com a árvore foi fácil de resolver. Mas, o que me chamou mais a atenção foram duas outras coisas: o caso de uma nascente e um sonho que ele tem.
É justamente sobre essas duas coisas que eu quero falar com vocês.
O Miguel me falou que quando era criança, há uns 40 anos atrás, a água de uma nascente passava dentro do seu quintal e nela ele brincava. Passados os anos, hoje essa água passa sob o seu terreno, por uma tubulação de concreto, instalada pelo SEMASA, misturada à água de esgoto. Água de nascente e esgoto, correm até caírem no Rio Tamanduateí, ali perto. É o fim da água pura...
A outra coisa, o sonho dele, é tão bonita quanto a nascente. Mas, antes, preciso contar uns detalhes importantes pra vocês entenderem melhor o sonho do Miguel.
- O terreno dele tem 10 metros de frente e 30 de fundos;
- A frente do terreno fica numa cota superior à dos fundos;
- A casa do Miguel é muito simples (tijolos baianos à vista) e bem antiga.
Ele disse que iria contar um sonho, mas que eu o perdoasse se parecesse tolice.
Contou que seu sonho era trazer a água daquela nascente novamente pra cima, fazê-la entrar no terreno pela frente (como era antes), correr até os fundos, na mesma cota da rua, e depois despencar como uma pequena cascata para formar um lago. A casa atual seria desmanchada e no fundo do terreno teria uma casa de madeira, suspensa, pra não interferir no terreno abaixo dela.
Todo o piso do terreno ficaria só na terra e em todo ele seria plantada vegetação nativa. Assim transformado, o local iria receber animais feridos e/ou maltratados que a Polícia Florestal encontrasse, para serem tratados e depois libertados ou algo parecido.
Eu tive o prazer de conhecer a nascente que ele falou e, realmente, é de arrepiar. Fica no quintal da frente de uma casa simples, na Rua das Jabuticabeiras, duas ruas pra cima da Álvaro Annes, há uns 500 metros da sua casa.
Ali, no meio de um bairro urbano, onde só tem casa e asfalto, uma NASCENTE PERENE verte água dia e noite, com uma vazão de cerca de 600 litros por hora. Conversamos com um antigo morador da rua, Sr. Nelson, e ele disse que as casas próximas à nascente foram construídas em cima de rochas.
Minha intenção em escrever pra vocês é ver se conhecem alguém (pessoa(s) física(s), empresa(s), ONG(s), etc.) que possa ajudar o Miguel a fazer essas coisas.
No meu entender a realização este sonho tem algumas implicações muito importantes:
- Utilizar a água de uma nascente para um fim nobre;
- Trazer à luz um tesouro “perdido”: uma nascente perene;
- Voltar os olhos do bairro, quiçá da cidade, para a importância de uma nascente;
- Descanalizar um corpo d’água;
- Criar, num terreno particular (coisa rara), ainda mais urbano, uma área ecológica, com vegetação nativa, para amparar animais silvestres;
- Encher de vida o coração de um ser humano lutador;
- Entre outras.
O problema é que esse ser humano não vai conseguir fazer nada disso sozinho. Tudo ficará apenas em sonho.
Calculo que pra fazer uma casa suspensa (de madeira, sei lá) com todas as instalações elétricas e hidráulicas necessárias, demolir a existente, tirar todo o piso de cimento do terreno, canalizar a água da nascente para o fundo, fazer a cascatinha e plantar a vegetação nativa, fica aí, por baixo, uns R$ 50.000,00. Se não ficar mais.
Para uma pessoa só, como o Miguel, isso é impossível. Mas, imagino que para grupos organizados (ONGs, empresas, etc.) a empreitada se torne fácil para a importância que representa.
Gente, a única força significativa que posso dar ao Miguel, no momento, é tentar iniciar alguma mobilização através deste e-mail.
Sei que muitos de vocês conhecem fortes canais. O problema é como sensibilizá-los a abraçar essa causa.
Se puderem ajudar.
O celular do Miguel é 9120-7395.
Coloquei, em anexo, algumas fotos do local.
Valeu gente!
Feliz Tudo pra todos!!!
SOS a uma nascente e a um sonho.
Postado por Ricardo Bortolato em 29 dezembro 2009 às 20:23
Fonte: BANCO DO PLANETA
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASILMEIO MILHÃO DE VISITAS AO BLOG
Divulgando, Promovendo e Valorizando
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ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
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