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24 de junho de 2010

Diga com todo AMOR “EU ODEIO A PETROLEIRA BP British Petroleum”


Quando olha para o Golf do México o que é que você vê?

Dr. Negociação - Dr. Nacir Sales

Narciso, quando olhou para o espelho d’agua e viu a si mesmo ficou petrificado: virou estátua, virou mito, virou personagem neste texto.

Você, quando olha para o espelho d’agua de um manancial, olha para você mesmo e nisto reside o problema: você olha para tudo e vê a si próprio o seu próprio interesse. Você, sujeito e senhor de direitos, de interesses!

Você consegue compreender que um lago é sujeito de direitos?

Você considera legítimo que uma árvore tenha direitos adquiridos? Ou é você que detém direitos sobre a árvore?

Você solta foguetes na virada do ano explodindo em alto e mal som: “que se explodam os passarinhos”. Ou compreende que o direito ao silêncio é um direito irrenunciavel dos pássaros e animais que se assustam com o barulho?

O homem é prisioneiro da leitura que faz do mundo a partir da condição de sujeito ativo de direitos sobre o ecosistema em que vive.

Nossa sociedade tem dificuldades de compreender que o direito das águas é da água, não do homem que toma água.

(veja a entrevista com Pedro, ele não vê a si mesmo quando olha para a água, Pedro é deficiente visual?)


Aristóteles foi um Homem de Ruptura: para aumentar o conhecimento feriu mortalmente os mitos e fundou uma nova cosmologia. Aos Homens de Ruptura devemos todas as desculpas, eles possuem os pés em dois mundos, o mundo que desconstitui e o mundo que inaugura. Compreendemos a sua inércia frente à escravatura, a dominação do homem sobre os seres humanos e não humanos. Compreendemos Aristóteles, um homem deve ser avaliado conforme a sua época e como reage às idiossincrasias de seu tempo. Por isso compreendemos Descartes e com muito mais facilidade Rousseau para quem a única diferença entre o homem e os demais seres não humanos era a capacidade do homem em realizar renúncias em nome dos animais e da natureza. A esta capacidade Rousseau deu o nome de LIBERDADE, compreendemos: viveu ele em um mundo onde o homem gritava por liberdade.

Mas, mesmo para Rousseau, os seres não humanos eram beneficiários da renuncia dos direitos dos humanos, não eram eles próprios sujeitos de direitos, titulares de direitos, mesmo que contrários aos direitos humanos ou das sociedades humanas.

Ora, se compreendo a todos, com mais facilidade compreendo você. Compreendo que é hora de você ir mais além que nossos antepassados e compreender que não renunciamos a nada em favor dos outros seres não humanos, sensitivos ou não sensitivos. Não podemos renunciar ao que não temos. Não somos nós que temos o direito de beber água, é a água que possui seu direito natural à existência.

Não somos nós que temos direito à Floresta, é a Floresta que tem seus direitos e é credora de tudo que nos empresta.

Não é você que é dono do boi, o boi é dono de si, quer o toureiro reconheça ou não, quer o frigorífico reconheça ou não: ao violar o direito do boi à vida cometemos um crime contra um ser não humano, como comete crime aquele que viola o direito à vida nos termos das legislações penais de todo o mundo.

Pena de morte? Sim, ao conceito, ao instituto da pena de morte, de qualquer morte.

Então, quando olhar para o Golfo do México e ver a mancha preta de óleo da BP, quando não conseguir ver a si mesmo no espelho negro da água, aproveite para se libertar deste simulacro de Narciso, não procure a você, ao seu interesse, ao olhar para a foca, a baleia, o golfinho. Não procure o seu direito à água: reconheça o direito da água, que é da água. Reconheça a legitimidade do direito natural dos seres humanos e não humanos, animados e inanimados, sensitivos e não sensitivos. Quando atingir a este estágio monte um negócio e conte comigo: precisamos de empresários e empresas que tenham por móvel este objetivo.

Enviado pelo colaborador Dr Nacir Sales - Dr. Negociação - Blog

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ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

2 comentários:

  1. Professor Jarmuth,

    É uma honra ver um dos nossos artigos publicados nas páginas do Instituto SOS Rios do Brasil. Honra porque amplia a visibilidade de nossas idéias, honra porque significa uma assinatura sublime desta organização exemplar, que assina pelos Rios do Brasil, eles plenos de direitos, ainda que não salvaguardados pela legislação e autoridades de nossa época.
    Obrigado pelo prestígio!

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  2. Caro colaborador, Dr. Nacir Sales,

    Agradecemos suas palavras que aumentam nossa responsabilidade nessa luta pela recuperação e preservação de nossos cursos d' água.
    Veja o artigo do Prof. Dr. Rios da UFRJ que chama a atenção para os riscos da exploração de Petróleo no PRÉ-SAL (pouco conhecido até dos pesquisadores) e também do presidente da Petrobrás sobre cuidados na exploração:

    1. PROF. DR. JORGE RIOS PERGUNTA: QUE PROVIDÊNCIAS SERIAM TOMADAS NO CASO DE VAZAMENTO DE PETRÓLEO NO PRÉ-SAL? (18 jun)

    2. PRESIDENTE DA PETROBRAS E OS ACIDENTES NA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO (23/06)

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