Monumento Natural das Cagarras, emissário de Ipanema e Protocolo de Annapolis
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) e de Engenharia do Ambiente (DEA), a Associação Brasileira de Profissionais Especializados na França (ABPEF) e a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes) promoveram, no dia 1º de junho, a palestra “Monumento Natural das Cagarras, emissário de Ipanema e Protocolo de Annapolis”. Os palestrantes foram o conselheiro do Clube de Engenharia Jorge Paes Rios, especialista do LNEC, perito concursado do Ministério Público da União e professor do Cefet–RJ, e o diretor da Abes e da Globaltech, Fernando Botafogo Gonçalves.
O diretor da Abes falou sobre os efeitos do lançamento há quarenta e cinco anos de 6.000 l/s de esgotos brutos nas águas do Arquipélago das Ilhas Cagarras. Ele exibiu reportagem do jornal O Globo (“Pequenas Maravilhas dos Mares do Rio”), com fotos de mergulhadores mostrando a exuberância da fauna marinha nos locais próximos ao emissário de Ipanema, “permitindo assim que fosse agora decretado o Monumento Natural das Cagarras”.
Próximo à Praia de Ipanema, o arquipélago é formado por um conjunto de sete ilhas e rochedos que além do esgoto que recebe, sofre com a pesca predatória e o turismo descontrolado. Segundo Rios, a criação do Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras é um bom exemplo de conservação ambiental inteligente, que pode mitigar a degradação da área.
Fernando Botafogo abordou o pouco conhecido Protocolo de Annapolis, patrocinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidade, sobre tratamento de esgotos sanitários com emprego de disposição oceânica.
INTERCEPTOR OCEÂNICO
Fernando Botafogo contou “como tudo começou no Brasil”, com a fundação da Sursan, criada por Enaldo Cravo Peixoto, e a Comissão de Planejamento do Sistema de Esgotos Sanitários, dotada de um grupo de pesquisas oceanográficas. Este grupo, formado por profissionais da UC-Berkeley, conviveram por longo período com equipe multidisciplinar da qual participaram Eugênio da Silveira Macedo, Amarilio de Vasconcelos P. de Souza, Luiz de Souza Botafogo e Paulo Moreira da Silva.
– Nosso campo de estudos foi a mancha de esgotos que se lançava, permanentemente da Ponta do Vidigal, que nos serviu de campo vivo para realização de experiências. Nesta mancha foram lançados 45 mil cartões à deriva, com anotações de local, data, hora, dia de lançamento, sendo ao fim de sua jornada anotadas local, data, hora e dia de recolhimento – disse.
O emissário apresenta 2,40 m de diâmetro, um comprimento de 4.325 m, lançando a 28 m de profundidade vazões de esgotos sanitários brutos que variam entre 80 e 120 m3/s, salientou.
– O sistema completo implantado e em operação conta com uma enorme tubulação denominada Interceptor Oceânico, que se estende ao longo da costa marinha, desde as proximidades do Aeroporto Santos Dumont, seguindo ao longo desta costa pelas praias do Flamengo Botafogo e de Copacabana, até a de Ipanema, que é alcançada pelo recalque e uma última estação elevatória, com capacidade de atender a elevadas vazões para tratamento em águas oceânicas.
Uma tubulação difusora final, que apresenta a capacidade de diluir um volume de esgotos sanitários em cem volumes de águas marinhas, representando uma capacidade de tratamento de cerca de 99 %. É mais elevada do que qualquer estação de tratamento localizada em terra, evitando adicionar a seus efluentes altas concentrações de cloro, substância esta nociva à biota marinha – concluiu Fernando Botafogo.
Na fase de debates o engenheiro Jorge Rios lembrou a utilização dos modelos matemáticos e dos modelos físicos que servem para o cálculo dos emissários submarinos e sub-fluviais, nos quais participou dos estudos, sobretudo os das usinas nucleares francesas construídos pelo Laboratoire National d’ Hydraulique, em Chatou, onde estagiou. Rios ressaltou que a solução de lançamento de esgotos no mar é muitas vezes a mais barata e a melhor tecnicamente, sendo adotada atualmente em cidades americanas e européias. Fonte: Site do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro - indicação do Prof. Dr. Jorge Rios
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