Juazeiro (BA) sedia a última oficina de combate à desertificação
A cidade de Juazeiro (a 511 km de Salvador) sediará a quarta e última oficina de combate à desertificação, entre os dias 10 e 12 de agosto, no Hotel Rio Center (Travessa Lauro de Freitas 34, Centro), sob a supervisão do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá). Estarão presentes o secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, e os diretores e técnicos do Ingá, além da comunidade da região.
Nos encontros regionais já realizados em Guanambi (16 a 18/06), Irecê (13 a 15/07) e Paulo Afonso (27 a 29/07), todas as pessoas envolvidas no processo elaboraram linhas de ações estratégicas e desafios a serem superados no combate aos efeitos da seca, o que possibilitou o compromisso de atuação e intervenção na realidade dos municípios, aprimorando as práticas de plantio e educação ambiental sustentável no território, o incentivo à valorização das mulheres e dos jovens.
O Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE-Bahia) está sendo construído com base nessas vivências populares. A sociedade tem apontado sugestões como: o beneficiamento de frutos da Caatinga; a apicultura e a utilização de espécies nativas da flora regional do Semiárido para alimentação de caprinos e ovinos; a utilização de sementes crioulas, derivadas dos cultivos tradicionais sem a utilização de agrotóxicos, entre outros.
Estão convidados a participar diretamente, trazendo contribuições, membros da sociedade civil organizada, comunidades Fundo de Pasto, grandes usuários (irrigantes e mineração), representantes do Comitê de Bacia Hidrográfica(CBH) Salitre e CBH do Entorno do Lago do Sobradinho e do Colegiado do Território do Sertão São Francisco. Além de outros atores relevantes, entre eles, dirigentes de entidades representativas do setor produtivo, da comunidade científica, dirigentes de órgãos municipais, estaduais e federais.
De acordo com os organizadores, esse encontro também irá contar com a presença de representantes dos grandes usuários de água (Associações como o Perímetro Irrigado Tourão, Mandacaru, Fruticultores, entre outros) e das comunidades de Fundo de Pasto da região. Para a coordenadora da Unidade de Combate à Desertificação do Ingá, Nilza de Jesus, a participação de diferentes segmentos caracteriza o evento como o de maior oposição de interesses entre os participantes. “As diferentes realidades encontradas nesta região darão maior legitimidade às propostas e ações determinantes que irão definir as políticas mais apropriadas, na tentativa de minimizar os conflitos e unir forças para uma melhor convivência da população com o Semiárido”, ressalta.
Ao final da oficina de combate à desertificação os participantes poderão eleger dois representantes, um titular e suplente, para compor o comitê gestor do PAE-Bahia. Já foram eleitos como titulares o Centro de Agroecologia no Semiárido (Casa)-Guanambi; o Grupo de Apoio e de Resistência Rural e Ambiental (GARRA)-Irecê; a Associação Regional de Convivência Apropriada a Seca (Arcas)- Paulo Afonso. Ao todo, serão seis representantes das entidades da sociedade civil, sendo quatro eleitos nas oficinas e dois indicados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh).
Ao todo estão sendo investidos, aproximadamente, R$ 1,5 milhão para o PAE-Bahia, que irá beneficiar cerca de 3,7 milhões de baianos que vivem em 289 municípios no Semiárido. O Ingá, com o apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) identificou 52 municípios no entorno das regiões de Guanambi, Irecê, Jeremoabo e Juazeiro vulneráveis ao processo de desertificação no Estado.
Experiências anteriores
A apicultura foi o destaque entre as vivências locais demonstradas na oficina de Paulo Afonso. Através da criação de abelhas e da comercialização de produtos derivados do mel como, cera, pólen, própolis e seu diversificado uso medicinal, é possível potencializar o manejo sustentável dos recursos naturais da Caatinga, gerando renda e melhorando a qualidade de vida. Outras experiências bem sucedidas foram apresentadas nas cidades de Guanambi e Irecê, como construções de barragens subterrâneas, cisternas, utilização de espécies nativas da flora regional para alimentação animal e a permacultura.
Metodologia da oficina
Através de um processo participativo e de formação cidadã, as oficinas trabalham com quatro eixos temáticos: sistema de produção agrícola e sustentabilidade socioambiental; vulnerabilidade às mudanças climáticas e seus reflexos na questão das migrações populacionais e da saúde; gestão dos recursos hídricos, segurança hídrica e o acesso à água como direito humano; revisão da Política Estadual de Combate à Desertificação na perspectiva da legislação ambiental vigente. Cada um desses eixos conta com um mediador para facilitar as discussões e criarem uma dinâmica onde os participantes possam debater em todos os temas.
Mais informações
Ascom Ingá
(71)3116-3286,3215,3042
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
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