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26 de novembro de 2010

CONSUMIDOR VAI PAGAR MAIS PELA CONTA DE LUZ NO NORDESTE...FALTA ÁGUA NOS RESERVATÓRIOS





Reservatório em baixa deve afetar conta de luz
Falta de água para as hidrelétricas força o aumento de geração pelas termelétricas; custo extra de R$ 500 mi será pago pelo consumidor. Risco de haver apagão é descartado, mesmo com armazenamento nos reservatórios abaixo das metas estipuladas.



"O custo dessa produção de energia em 2009 foi de R$ 230 milhões. A despesa deste ano não atingiu os R$ 2,3 bilhões de 2008, mas indica aceleração desse custo."

Os reservatórios das usinas hidrelétricas do Nordeste, do Sudeste e do Centro-Oeste vão encerrar o mês abaixo do nível determinado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o gestor do SIN (Sistema Interligado Nacional).
Isso ocorrerá mesmo com o aumento da geração de energia por termelétricas, mecanismo usado para garantir que o nível-meta dos reservatórios para o fim de novembro fosse atingido.

A situação é de atenção, embora haja indicações de que o período de chuvas, que se inicia agora, seja generoso para o setor elétrico, principalmente em razão do enfraquecimento do fenômeno climático La Niña, o que pressupõe chuvas acima do pior nível histórico no verão.

Apagões por falta de energia estão afastados, porque, se houver chuvas insuficientes para encher os reservatórios, o ONS tem a opção da geração térmica. O problema é o custo para o consumidor.

O valor que o consumidor deve receber na sua conta de luz em 2011 por geração "fora da ordem de mérito de custo" (fora do critério de geração pelo preço mais baixo) já chega a R$ 500 milhões.

O custo dessa produção de energia em 2009 foi de R$ 230 milhões. A despesa deste ano não atingiu os R$ 2,3 bilhões de 2008, mas indica aceleração desse custo.

A substituição da geração hidrelétrica pela termelétrica foi o mecanismo encontrado pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) em 2008, exatamente quando o país consumiu a energia armazenada nos reservatórios e topou com um verão de poucas chuvas.

Embora tenha turbinas suficientes para abastecer o país, o regime de chuvas precisa ser favorável.

O país não pode entrar no período seco (que se inicia em maio) com níveis baixos nos reservatórios -do contrário, terá problemas de abastecimento ao longo do inverno. Se isso ocorrer, o país terá de acionar o parque de geração térmica.

A região que compreende o Sudeste e o Centro-Oeste deve fechar o mês com 39% do nível de armazenamento nos reservatórios. O objetivo em novembro era entre 43% e 44%. Segundo dado do ONS para o dia 23, o nível dos reservatórios dessas regiões estava em 40,85%.

No Nordeste, a situação é semelhante. Na terça-feira, o nível dos reservatórios estava em 39,50%. Pela meta original, era para estar em 45% no fim de novembro.

FONTE: Folha de São Paulo

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