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17 de novembro de 2010

O ESGOTO SEM TRATAMENTO NAS CIDADES LITORÂNEAS DE SÃO PAULO


Praia do Lázaro, em Ubatuba, foi considerada imprópria pela Cetesb

Cidades turísticas lidam mal com esgoto 

No litoral de São Paulo, coleta não chega a 50%

De São Paulo

Embora a riqueza ambiental seja um dos principais fatores de atração turística, a relação entre cidades com essa vocação econômica e os indicadores de saneamento básico é normalmente ruim.

O desempenho de Campos do Jordão em coleta de esgoto (44% do total) é tão deficiente quanto o de outras cidades turísticas de São Paulo, como Ubatuba (30%), Ilhabela (36%), Bertioga (40%) e São Sebastião (42%).
"Ainda bem que estão acordando para o problema, senão matam a galinha dos ovos de ouro", afirma Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, entidade que estuda o setor de saneamento em parceria com instituições como a Fundação Getulio Vargas.
Segundo ele, "existiu por muito tempo essa ideia de que, jogando no mar, está tudo resolvido". Para ele, o Onda Limpa, programa do governo de SP, é um exemplo de mudança de atitude.

O Onda Limpa, diz a Secretaria de Estado de Saneamento e Energia, vai investir R$ 1,9 bilhão para elevar de 53% para 95% o índice de coleta no litoral sul e de 35% para 85% no litoral norte.

Para Carlos, a omissão afastou o turista das praias centrais, levando com ele hotéis, comércio, rodovias e outros tipos de infraestrutura. Ele cita grandes centros turísticos com desempenho ruim. "Maceió coleta só 31% do esgoto, Fortaleza, 46%, e Recife, 37%. O turista acha que terá praia limpa e nem sempre isso é verdade."

Segundo o Trata Brasil, são necessários R$ 270 bilhões para levar a coleta e o tratamento de esgoto a toda a população. O PAC, do governo federal, prevê investimento médio em saneamento de R$ 10 bilhões por ano.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1411201006.htm


Saneamento básico e turismo: o que essas coisas têm em comum

CARLOS TIEGHI
Carlos Tieghi
Especial para a Folha

Coleta e tratamento de esgoto são direitos garantidos constitucionalmente no país.
Esse reconhecimento legal se deve aos impactos dos serviços na saúde e no meio ambiente. Sua carência também influencia as áreas de educação, trabalho, economia, biodiversidade e turismo.

A realidade traduzida em um deficit de rede coletora de esgotos para 57% da população (dado de 2008 do Sistema Nacional de Informações de Saneamento) revela, no entanto, o atraso da agenda nacional em saneamento.
Apesar de o país possuir hoje o 10 maior PIB (Produto Interno Bruto) do mundo, está na 73ª posição quando o assunto é IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Em um terceiro ranking, o de pessoas sem acesso a banheiro, divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o país aparece em 9 lugar: são 13 milhões sem um banheiro em casa.

Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil encomendada à FGV e intitulada "Saneamento, Educação, Trabalho e Turismo" mostra que a indústria do turismo, apesar de proporcionar mais arrecadação e renda, não gera melhorias no saneamento. Os 20 locais estudados apresentaram subinvestimento na área.

Contrapondo-se ao aumento de arrecadação e renda, a indústria do turismo gera custos ambientais e sociais cujo resultado é o próprio esvaziamento e a redução do consumo turístico.
A maioria das praias está poluída, o que faz com que a população passe a frequentar locais cada vez mais distantes dos centros urbanos.

Apesar de serem o principal destino turístico no Brasil, as cidades com praias têm menos acesso à rede de esgoto que as não litorâneas.
Uma melhora nos índices de coleta e tratamento de esgotos traria benefícios às cidades e, consequentemente, mais turistas e mais renda.

Um país que receberá milhares de turistas durante a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 deveria priorizar os investimentos nessa área, fundamental para o desenvolvimento e para a melhoria geral da qualidade de vida.
O melhor legado que as cidades sede da Copa, todas destinos turísticos importantes, poderiam deixar à sua população seria uma solução definitiva para os seus esgotos. Seria, talvez, mais motivo de orgulho aos seus governantes e moradores do que outras obras vultosas, mas de aproveitamento questionável para a sociedade local.
Carlos Tieghi é presidente do conselho do Instituto Trata Brasil

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1411201007.htm

FSP, 14/11/2010, Cotidiano, p. C1, C3-C4 
 / FONTE: ISA - SOCIOAMBIENTAL

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