Data: 25/3/2011
Itaipu instala nova rede de sismógrafos em torno da barragem
Fonte: Jornal da Energia
O laboratório de eletromecânica da hidrelétrica binacional de Itaipu iniciou nesta semana os testes de novos equipamentos para as sete estações sismográficas que rodeiam a usina. As máquinas, compradas no final do ano passado, terão a implantação acompanhada por uma equipe da Universidade de Brasília (UnB).
As estações estão instaladas em torno do reservatório - três do lado brasileiro e outras três do lado paraguaio, além de uma sétima, no topo da barragem. Cada estação é composta pelo sismógrafo, equipamento que mede o efeito dos tremores, e um rádio-transmissor, que envia as informações para uma central. A sétima estação conta com um acelerômetro, que mede o efeito do tremor na barragem.
Fixados na rocha, sob a terra, em áreas isoladas e profundas, os sismógrafos têm capacidade de registrar abalos a longas distâncias, inclusive do outro lado do mundo, como no caso do Japão. Outros tremores intensos já foram registrados pela rede de Itaipu, como o terremoto de 8,8 graus de magnitude que atingiu o Chile em fevereiro de 2010.
Coordenador técnico do Observatório Sismológico da UnB, Darlan Fontenele veio a Foz para acompanhar os primeiros testes com a nova rede. Esta rede existe desde o começo da Itaipu. É importante preservá-la para continuar o monitoramento da área, afirmou, nesta terça-feira (22). Os equipamentos que serão trocados estão em funcionamento no local há mais de trinta anos.
O engenheiro Claudio Issamy Osako, da Divisão de Engenharia Civil e Arquitetura, comenta que, em 1978, quando a rede de Itaipu foi montada, o objetivo era observar os efeitos da formação do reservatório - formado por 29 bilhões de litros de água. Osako lembra que em algumas barragens pode ocorrer o chamado Sismo Induzido por Reservatório, efeito que não ocorreu em Itaipu.
O engenheiro da hidrelétrica ressalta que a barragem foi dimensionada para suportar sismos e ainda destaca que a Bacia do Paraná está em uma região de baixa sismicidade. "Estamos distante de áreas mais suscetíveis a abalos sísmicos, porém foi um cuidado que se teve no projeto, até porque na época nós não tínhamos o nível de informação que temos hoje", explica Osako.
"Os atuais equipamentos, desde que foram instalados, só passaram pelo serviço de manutenção. Até hoje, mais de 30 anos depois, são os mesmos e são analógicos. Os novos são digitais, têm maior sensibilidade e filtro para redução de ruídos", comenta o representante da divisão de Engenharia Civil e Arquitetura. A expectativa é de que até o final do ano o novo sistema esteja em operação.
Fonte:
Geojurídicas
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