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24 de outubro de 2008

ESTUDO DA FGV DIZ QUE SOLUÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL SÓ EM 2112

DAQUI A 115 ANOS ATINGIREMOS A UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À REDE GERAL DE ESGOTO
A falta de saneamento em áreas de risco é uma das principais causas de doenças (Foto: Gustavo Pelizzon)

Em Bayeux (PB), poucas casas têm fossas; as demais despejam seus dejetos diretamente no Rio Sanhoá
Enquanto as obras de saneamento não são feitas, a população mais carente sofre com as chuvas, em Natal (RN)... (Foto: Gustavo Pelizzon)
... e Juazeiro do Norte (CE) (Foto: Kiko Silva)

SANEAMENTO BÁSICO - Solução só no século XXII?

Investir em saneamento é mais barato do que tratar doença.
No entanto, no Brasil, prevalece a política de medicalizar, de forma paliativa, problemas estruturais graves, como reconhece o médico sanitarista Alberto Novaes.
Ele lamenta que, até hoje, o País não tenha resolvido o problema. A perspectiva é que a universalização do acesso à rede de esgoto só aconteça daqui a 115 anos.
A carência de saneamento básico é uma questão que deveria ter sido resolvida no século passado”, analisa o médico sanitarista Alberto Novaes Ramos Júnior, professor do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Para ele, essa carência de infra-estrutura afetará o Brasil até o próximo século. Isso porque a universalização do acesso à rede geral de esgoto só deve ocorrer daqui a 115 anos, por volta do aniversário de 300 anos da independência do Brasil, em 2122.
A projeção do médico tem como base um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) solicitado pelo Instituto Trata Brasil, atestando que 53% da população brasileira não possui saneamento. O estudo estima que serão necessários 56 anos para que o déficit seja reduzido à metade.As populações mais afetadas são crianças de um a seis anos de idade e gestantes, que vivem em precárias condições sociais e econômicas. O médico considera o tema ´instigante´, principalmente no contexto do Nordeste, onde as atividades econômicas estão no centro das questões ambientais e sociais.
Trata-se de tema histórico, que é colocado em todos os fóruns, de diferentes setores, para debate técnico e político.
Tanto isto é verdade que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2008 como o Ano Internacional do Saneamento Básico, frente aos desafios históricos que ainda se apresentam.O investimento em ações na área é menos oneroso do que tratar doenças provocadas pela ausência de esgotos e de água tratada.
Diversos estudos fortalecem esta relação e o impacto positivo em termos ambientais e econômicos ultrapassa o setor saúde´, ressalta do médico.
Apesar do reconhecimento da eficácia de se investir em saneamento básico nos últimos 30 anos, os governos — em todas as esferas — não elegeram como prioridades essas medidas de forma sistemática, daí o problema persistir por tanto tempo.
´De fato, as obras de saneamento básico não dão tanta visibilidade à gestão, em uma visão restrita e imediatista´.Sem contar que, de uma forma geral, a sociedade não incorpora a relação entre saneamento e doenças. Ou seja, medidas estruturantes de promoção à saúde, como o saneamento, são desvinculadas de doenças e tratamento.
´Medicalizam-se, de forma paliativa, problemas graves estruturais´, afirma o sanitarista.
O médico, apoiando-se nos dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirma que, de 1994 a 2005, o Brasil gastou 0,09% do Produto Interno Bruto (PIB) com saneamento e 1,76% do PIB com saúde. O Ceará, por exemplo, investiu no ano de 2005 apenas 5,91% do PIB com saúde (R$ 246,30 per capita), figurando em nono lugar no ranking nacional. Fonte: Diário do Nordeste - LEIA MAIS

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