CIDADES SE UNEM PARA LIMPAR RIOS FLUMINENSES

A casa flutuante do biscateiro Luiz Fernando Bispo, de 40 anos, ganhou um novo cômodo. Fica fundeada no Canal do Cunha, próximo à Ilha do Fundão, na área mais poluída da Baía de Guanabara

CIDADES SE UNEM PARA LIMPAR RIOS FLUMINENSES

Novo secretário de Meio Ambiente quer otimizar uso de máquinas.

"São quarenta milhões. Vamos limpar o Canal do Fundão que é uma péssima porta de entrada para o Rio, reforçar as eco-barreiras e reflorestar as margens. Aliás, esse é um acordo com Prefeitos: para cada metro cúbico dragado, cinco árvores planatadas"

DO G1, NO RIO, COM INFORMAÇÕES DA TV GLOBO


Foi marcado para o dia 20 de janeiro um mutirão de limpeza dos rios para combater as enchentes no estado do Rio. O novo governo já preparou um plano de emergência para a dragagem dos rios que cortam a região como parte do programa de prevenção contra enchentes.

"São quarenta milhões. Vamos limpar o Canal do Fundão que é uma péssima porta de entrada para o Rio, reforçar as eco-barreiras e reflorestar as margens. Aliás, esse é um acordo com Prefeitos: para cada metro cúbico dragado, cinco árvores planatadas"

Na Baixada Fluminense, pelo menos oito municípios já firmaram parceria com o governo do estado. Eles vão ceder funcionários e máquinas para a limpeza. Cada cidade vai escolher os rios que serão dragados.

Na quarta-feira, um homem morreu e outro ficou levemente ferido na queda de uma casa por causa da chuva, em Queimados, na Baixada Fluminense. O pedreiro Sérgio Martiliano morreu soterrado nos escombros da casa onde morava. A casa, feita de bambu e barro, não agüentou a força da chuva.

Os temporais são um dos grandes problemas da Baixada Fluminense onde todos os municípios são cortados por rios. Mas apesar da importância dos recursos hídricos, a imagem de abandono é comum.

Muita sujeira, construções irregulares e um acelerado processo de desmatamento das margens estão por toda a parte. A falta de vegetação em vários trechos contribui para o assoreamento e para as enchentes.

Minc anuncia programa de reflorestamento
Numa reunião com prefeitos da Baixada Fluminense, na quarta-feira (3), o novo secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou um programa de reflorestamento.

"As ações começam com consciência. Tem todo o trabalho de não deixar jogar sujeira. Cada município vai escolher seus rios. A reunião é emergencial: ver os rios mais assoreados e montar um esquema mais ágil para as dragas poderem funcionar e limpar esses rios", explica.

Serão R$ 250 milhões para ajudar na recuperação das margens dos rios Sarapuí e Iguaçu. O estado já conseguiu R$ 100 milhões, parte em recursos próprios, além da ajuda dos ministérios da Integração e das Cidades. Os outros R$ 150 milhões poderão ser liberados pelo Banco Mundial.


DIGA NÃO ÀS ENCHENTES
A bacia dos rios Sarapuí e Iguaçu está entre as mais importantes da Baixada. São mais de 700 quilômetros pelos seis maiores municípios da região: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, São João de Meriti. Nestas cidades, os rios transbordam com freqüência.

As primeiras ações de combate as enchentes devem ser definidas na sexta-feira (5). Minc vai se reunir com representantes das prefeituras da Baixada e da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla). Carlos Minc quer montar, com apoio da Serla, um extenso cronograma de utilização das 26 máquinas de dragagem do governo do estado.

"A prioridade na Baixada é evitar inundação. A gente vai ter que relocalizar as casinhas que estão em cima das margens", disse.

Os córregos, valões e rios onde o trabalho será feito ainda estão sendo mapeados. O governo do estado vai fazer campanhas para alertar a população sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, não jogando lixo nos rios, por exemplo e, assim, evitar enchentes.

Triste realidade
Aterros e ocupação irregulares das margens, despejo de lixo, de esgoto e até de metais pesados também formam a triste realidade dos canais e rios que desaguam na Baía de Guanabara. A poluição está provocando o assoreamento da Baía. Em alguns pontos, a profundidade da água não ultrapassava meio metro. Em outubro, a Serla anunciou a retomada das negociações com a Petrobras para o financiamento das obras de dragagem e despoluição.

As enchentes também preocupam no interior do estado do Rio. A prefeitura de São Fidélis decretou situação de emergência no município por causa da enchente. O número de desalojados chega a 2.500.

"Tem o trabalho emergencial e tem o trabaho de prevenção, porque várias dessas regiões vão ter recursos para planejar. No caso de Araruama vamos investir pesado em saneamento e em prevenção", comenta.

Temporais também atingiram a área rural do município de Campos e municípios da Região dos Lagos, principalmente Araruama.

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