Casan admite que água da Grande Florianópolis contém mais alumínio que o permitido
Diário Catarinense 13/01/2009
Para o presidente da companhia, Walmor de Luca, esse excesso não seria prejudicial à saúde
O presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Walmor De Luca, admitiu nesta terça-feira que a água fornecida pela empresa a consumidores da Grande Florianópolis contém, em certos momentos, teor de alumínio acima do permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas disse que a quantidade encontrada não faz mal à saúde.
Na análise da água de um condomínio residencial em Florianópolis, realizada em dezembro de 2008, foi encontrado 1,07 mg de alumínio por litro de água, mais de cinco vezes superior ao permitido, que é de 0,20 mg/l.
— Nós reconhecemos isso, mas não é constante. Não é todo dia e em todos os pontos, há uma variável, que pode chegar em alguns dias a 1%. Entretanto esse 1% por litro não significa risco nenhum para a saúde. O próprio Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece que pode ter risco a partir de 3,5%. Nós estamos muito longe disso — destacou.
De Luca disse que fala não como o presidente da Casan, mas como bioquímico, e afirmou que o alumínio também está presente em diversos produtos de consumo diário da população.
— O alumínio vive presente na nossa vida. Na latinha de cerveja que nós tomamos, na comida que é feita na panela de alumínio, no medicamento que nós tomamos para o estômago, num teor muito mais acima.
O presidente da Casan afirmou ainda que a Anvisa só estabelece um teor máximo de alumínio porque o excesso do produto pode provocar alteração na cor ou no sabor da água, e que o Ministério da Saúde estuda rever esta norma.
— O organismo tem a capacidade de eliminar tudo que é excesso de alumínio, diferente de outros metais, com o chumbo, o mercúrio, que são cumulativos. O que pode acontecer com o teor mais alto é que a cor ou sabor da água podem ser alteradas. No nosso caso, mesmo com o teor mais alto, não constatamos ainda qualquer alteração quanto ao aspecto e ao sabor da nossa água, que continua muito boa.
Filtros
O problema do excesso de alumínio foi detectado pela primeira vez em março de 2007, quando moradores do condomínio, localizado na área central da Capital, receberam uma notificação da construtora informando que a água estava corroendo os canos de cobre do prédio. Eles solicitaram análises e foram informados que o alumínio, em grande concentração, reage com o cobre, corroendo o encanamento.
A Casan informou que os dez filtros da sua estação de captação de Pilões, em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, estão com problemas. A estação é responsável pela captação de água que é distribuída em Santo Amaro da Imperatriz, São José, Biguaçu, Palhoça e parte de Florianópolis.
— Ficamos um certo período sem saber exatamente qual era a causa das alterações que nós tínhamos. Até chegarmos à conclusão de que eram os filtros. Imediatamente começamos com um programa de reforma desses filtros, que é escalonado. Nós não podemos recuperar esses filtros todos no mesmo momento porque senão ficaríamos sem água para abastecer a população — disse o presidente.
Ele informou que os dois primeiros filtros estão sendo consertados emergencialmente. Os outros oito serão reparados após processo licitatório.
— Temos um prazo, estabelecido pelo próprio Ministério Público, com a participação da universidade, de técnicos, da Vigilância Sanitária, que estabeleceu um ano de prazo. E a Casan vai cumprir isso seguramente. (Fonte: Diário Catarinense)
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