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31 de outubro de 2009

PRIMEIRO PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA DA BAHIA SERÁ DA BACIA DO RIO SALITRE


Planos de Bacias : Rio Salitre terá novo Plano de Bacia Hidrográfica

em 29/10/2009

A Bacia do Rio Salitre será a primeira região da Bahia a ter um Plano de Bacia Hidrográfica, que indicará os limites, o potencial e as condições de suas águas à luz da Nova Lei das Águas da Bahia (11.612/09). Isto porque o Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) está investindo R$ 1,2 milhão para a execução do projeto, cujo contrato foi assinado na última semana de outubro.

Além de fazer um diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos, o plano possibilita a realização de um balanço entre as disponibilidades e demandas futuras, com identificação de potenciais conflitos pelo uso da água.

Construído pela primeira vez de forma democrática e com a participação da sociedade e do Comitê da Bacia do Salitre, o Plano vai apontar a realidade sobre o uso da água na bacia com base em cenários de curto, médio e longo prazos.

O Plano de Bacia Hidrográfica é um instrumento de gestão dos recursos hídricos previsto nas Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos (Lei Federal nº 9.433/97 e Lei Estadual nº 11.612/09), que define as ações metas e estratégias a serem implantadas na bacia visando à melhor gestão de suas águas.

Conflito pelo uso

Os resultados do Plano, que tem prazo de 12 meses para ser concluído, estão sendo particularmente aguardados por uma população de cerca de 162.000 habitantes que vivem na região da Bacia do Rio Salitre, no norte do Estado, onde as disputas pelo acesso à água em uma área de clima predominantemente semiárido causaram o único registro de morte por conflitos entre usuários de água na Bahia, na década de 90.

Para o diretor de Planejamento de Recursos Hídricos do INGÁ, José George Santos Silva, a construção do Plano de Bacia do Salitre vem coroar a boa fase da Política de Recursos Hídricos do Estado, trazida com a reformulação do seu principal marco legal, que fortalece e moderniza as suas maiores ferramentas de gestão.

“O Plano vai nos dar condições de identificar diferentes cenários sobre o uso da água na Bacia do Salitre, ajudando a responder algumas questões-chave, como: qual a real disponibilidade de água na bacia? Quais as demandas atuais e futuras? Quais as necessidades prioritárias para um aproveitamento equilibrado dos mananciais? Como resolver os conflitos pelo uso da água na bacia? Tudo isso de acordo com as contribuições da sociedade, tanto através do Comitê da Hidrográfica do Rio Salitre, a quem compete aprovar o Plano, como a partir das sugestões da comunidade, nas audiências públicas que irão acontecer ao longo de todas as fases do processo”, explica.

Fases

As etapas de elaboração de um plano de bacia hidrográfica compreendem um ciclo que parte de um diagnóstico integrado das suas restrições e potencialidades, (uma espécie de radiografia da bacia, sob o ponto de vista ambiental, físico, social e econômico), passando por uma fase de prognóstico, em que são apresentados cenários alternativos futuros, do mais otimista ao mais conservador, de acordo com as tomadas de decisão e as ações que poderão ser realizadas ou não na bacia, culminando com o estabelecimento de diretrizes, metas e construção de programas, fase em que todas as ações se traduzem em programas e projetos específicos de intervenção na área da bacia. “De forma resumida, um plano de bacia nos dá a indicação da bacia que temos, da bacia que queremos, e também da bacia que podemos ter”, afirma Santos.

Quando foram elaborados os 13 planos diretores de bacia hidrográfica da Bahia, no início da década de 90, a legislação de recursos hídricos à época era bastante incipiente, e a participação popular na gestão das águas era inexpressiva, pois sequer existiam Comitês de Bacias Hidrográficas. Não havia ainda o Plano Estadual e o Plano Nacional de Recursos Hídricos. Nesse contexto, as ações propostas no plano tiveram baixa implementação, não tendo sido monitoradas nem avaliadas.

“Desta vez, tivemos uma grande preocupação em propor um instrumento dinâmico e aberto à participação popular, desde o início da construção do Termo de Referência para a contratação da empresa que realizará o Plano, feito em conjunto com o Comitê e acompanhado pelo INGÁ, pois acreditamos que só assim ele terá a legitimidade necessária para refletir os anseios da comunidade em relação ao futuro desejado para as águas da Bacia do Salitre”, conclui o diretor. Fonte: Ascom INGÁ - Letícia Belém

Vale do Rio Salitre


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Planos de Bacias : Rio Salitre terá novo Plano de Bacia Hidrográfica

em 29/10/2009

A Bacia do Rio Salitre será a primeira região da Bahia a ter um Plano de Bacia Hidrográfica, que indicará os limites, o potencial e as condições de suas águas à luz da Nova Lei das Águas da Bahia (11.612/09). Isto porque o Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) está investindo R$ 1,2 milhão para a execução do projeto, cujo contrato foi assinado na última semana de outubro.

Além de fazer um diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos, o plano possibilita a realização de um balanço entre as disponibilidades e demandas futuras, com identificação de potenciais conflitos pelo uso da água.

Construído pela primeira vez de forma democrática e com a participação da sociedade e do Comitê da Bacia do Salitre, o Plano vai apontar a realidade sobre o uso da água na bacia com base em cenários de curto, médio e longo prazos.

O Plano de Bacia Hidrográfica é um instrumento de gestão dos recursos hídricos previsto nas Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos (Lei Federal nº 9.433/97 e Lei Estadual nº 11.612/09), que define as ações metas e estratégias a serem implantadas na bacia visando à melhor gestão de suas águas.

Conflito pelo uso

Os resultados do Plano, que tem prazo de 12 meses para ser concluído, estão sendo particularmente aguardados por uma população de cerca de 162.000 habitantes que vivem na região da Bacia do Rio Salitre, no norte do Estado, onde as disputas pelo acesso à água em uma área de clima predominantemente semiárido causaram o único registro de morte por conflitos entre usuários de água na Bahia, na década de 90.

Para o diretor de Planejamento de Recursos Hídricos do INGÁ, José George Santos Silva, a construção do Plano de Bacia do Salitre vem coroar a boa fase da Política de Recursos Hídricos do Estado, trazida com a reformulação do seu principal marco legal, que fortalece e moderniza as suas maiores ferramentas de gestão.

“O Plano vai nos dar condições de identificar diferentes cenários sobre o uso da água na Bacia do Salitre, ajudando a responder algumas questões-chave, como: qual a real disponibilidade de água na bacia? Quais as demandas atuais e futuras? Quais as necessidades prioritárias para um aproveitamento equilibrado dos mananciais? Como resolver os conflitos pelo uso da água na bacia? Tudo isso de acordo com as contribuições da sociedade, tanto através do Comitê da Hidrográfica do Rio Salitre, a quem compete aprovar o Plano, como a partir das sugestões da comunidade, nas audiências públicas que irão acontecer ao longo de todas as fases do processo”, explica.

Fases

As etapas de elaboração de um plano de bacia hidrográfica compreendem um ciclo que parte de um diagnóstico integrado das suas restrições e potencialidades, (uma espécie de radiografia da bacia, sob o ponto de vista ambiental, físico, social e econômico), passando por uma fase de prognóstico, em que são apresentados cenários alternativos futuros, do mais otimista ao mais conservador, de acordo com as tomadas de decisão e as ações que poderão ser realizadas ou não na bacia, culminando com o estabelecimento de diretrizes, metas e construção de programas, fase em que todas as ações se traduzem em programas e projetos específicos de intervenção na área da bacia. “De forma resumida, um plano de bacia nos dá a indicação da bacia que temos, da bacia que queremos, e também da bacia que podemos ter”, afirma Santos.

Quando foram elaborados os 13 planos diretores de bacia hidrográfica da Bahia, no início da década de 90, a legislação de recursos hídricos à época era bastante incipiente, e a participação popular na gestão das águas era inexpressiva, pois sequer existiam Comitês de Bacias Hidrográficas. Não havia ainda o Plano Estadual e o Plano Nacional de Recursos Hídricos. Nesse contexto, as ações propostas no plano tiveram baixa implementação, não tendo sido monitoradas nem avaliadas.

“Desta vez, tivemos uma grande preocupação em propor um instrumento dinâmico e aberto à participação popular, desde o início da construção do Termo de Referência para a contratação da empresa que realizará o Plano, feito em conjunto com o Comitê e acompanhado pelo INGÁ, pois acreditamos que só assim ele terá a legitimidade necessária para refletir os anseios da comunidade em relação ao futuro desejado para as águas da Bacia do Salitre”, conclui o diretor.
Ascom INGÁ - Letícia Belém

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ANOTEM: JANAÚBA (MG) - ESTA CIDADE E SEU POVO MERECEM DESTAQUE !

Nova Porteirinha (MG) - Sob o sol forte, mulheres e meninas lavam roupa nas águas do Rio Gorutuba, que divide as cidades de Nova Porteinha e Janaúba, para ajudar no sustento da família Foto: Valter Campanato/ABr


Rio Gorutuba: Por que o rio é limpo?


Ecodebate - 31/10/2009
artigo de Aroldo Cangussu


O Rio Gorutuba é um dos raríssimos rios que corta uma cidade de quase oitenta mil habitantes e continua limpo. Isso é devido ele não receber esgotos nem efluentes industriais. Janaúba, até pouco tempo atrás, não tinha coleta de esgoto. Assim, as residências tinham seu próprio “tratamento” de esgoto através de fossas. Cada casa tinha – ou tem – a sua própria fossa. E quanto aos efluentes industriais, as poucas indústrias que temos aqui não jogam os seus resíduos no rio. Só por isso ele foi preservado.

Recentemente, a Copasa implantou em Janaúba uma estação de tratamento de esgotos e a rede coletora em parte da cidade. A opção de ligar o esgoto doméstico à tubulação da Copasa é do próprio morador. Entretanto, pelo que eu sei, a adesão da população ao sistema de esgoto da concessionária tem sido baixa. Talvez, por isso, não está acontecendo a ampliação da rede coletora. De qualquer maneira, os efluentes tratados na ETE da Copasa estão sendo devolvidos ao Rio Gorutuba e espera-se que sejam de boa qualidade e não comprometa a classe a que o nosso rio está enquadrado.

Os efluentes líquidos industriais das duas indústrias próximas ao rio – a Best Pulp e o Frigorífico Independência – são tratados especificamente. Da indústria do tomate, os resíduos são direcionados para uma área próxima à fábrica e usados para fertirrigação. O frigorífico tem a sua própria estação de tratamento, complementada pela da Copasa, que fica em frente.

Mas, infelizmente, nem tudo são flores. O nosso Rio Gorutuba tem muitos problemas. O principal deles é o lixo que é atirado por todo o lado pelas pessoas que não têm consciência. Esse lixo, principalmente plástico, é levado pelo vento e pelas enxurradas e vai direto para as águas do rio. Com o aumento da ocupação das margens do reservatório da Barragem do Bico da Pedra, a quantidade desse lixo também cresceu. Pode se ver facilmente, no lago, garrafas pet, sacolinhas de plástico e uma infinidade de outros resíduos. Ao longo do rio, à jusante da barragem, o panorama é o mesmo.

Outro problema que temos, é a ausência de mata ciliar. Precisamos ainda de plantar muitas árvores para que se possa ter, realmente, uma proteção adequada.

Outros impactos negativos são: lançamento clandestino de efluentes, assoreamento, proliferação de tabuas, captação excessiva de água para irrigação, extração ilegal de areia, lavagem de carros, motos e roupas, além de intervenções no seu leito.

Devemos – e podemos – ter orgulho do nosso rio, porém temos que fazer a nossa parte e tentar preservá-lo para que ele se torne realmente a nossa identidade.

* Colaboração de Aroldo Cangussu, Engenheiro, Coordenador Adjunto do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, para o EcoDebate, 31/10/2009

Conheça o Rio Gorotuba:

Rio Gorutuba nasce no município de Francisco Sá (Minas Gerais) e percorre o município de Janaúba, banhando a cidade no sentido sul-norte. Faz divisa com os municípios de Riacho dos Machados, Porteirinha e Nova Porteirinha à leste. É o principal rio do município, de onde gira toda a vida histórica, econômica e social do município. Foi represado para construção da Barragem Bico da Pedra, localizada a 6 km da Sede, com volume de 750.000.000 m³ de água que serve para exploração e irrigação de áreas do Projeto Gorutuba com aproximadamente 5.500 hectares, abastecimento de água para a cidade, lazer, irrigação e para lavadeiras, que o utilizam como fonte de sustento. Fonte: Wikipédia

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Enviado pela colaboradora Profª Silvia Helena Nascimento - Pindamonhangaba - SP

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REVISTA NATURE GEOSCIENSE LISTA A FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO ENTRE AS MAIS AMEAÇADAS DO MUNDO


Artigo da BBC revela: Foz do Rio São Francisco é uma das mais ameaçadas do mundo.

Matéria publicada no portal da BBC cita um estudo divulgado na revista Nature Geoscience, que mostra que a maioria dos deltas dos grandes rios em todo mundo estão em processo de rebaixamento pondo em risco milhões de pessoas que moram nestas áreas.

Barragens e transposições são responsáveis pela diminuição dos sedimentos que chegam até os deltas. Além disso, a extração de gás e água subterrânea causa rebaixamento de terra.

Enviado por admin em qui, 29/10/2009 - 20:54.

* Transposição

http://www.saofranciscovivo.com.br/node/390


O Rio São Francisco, segundo a matéria, está entre os rios mais afetados, juntamente com os rios Colorado (EUA), Nilo (Egito), Pearl (China), Rhone (França) e Yangtze (China). Calcula-se que 85% da foz destes rios, onde em soma vivem cerca de meio bilhão de pessoas, estão sujeitos à inundações nos últimos anos e que nos próximos 40 anos as inundações aumentarão em 50%.

Confira a matéria completa no site da BBC

Lista dos rios mais ameaçados:

Chao Phraya, Tailândia

Colorado, Mexico

Krishna, India

Nile, Egito

Pearl, China

Po, Italia

Rhone, França

Sao Francisco, Brasil

Tone, Japão

Yangtze, China
marelo, China


Rema Atlântico por João Suassuna — Última modificação 31/10/2009

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O CRIME DA TRANSPOSIÇÃO NO RIO DAS VELHAS


Barragem em Santo Hipólito - A degola do rio das Velhas.

Veja abaixo o crime da transposição no Velhas.
O CBH Velhas acabou de aprovar 3 PCHs no afluente Paraúna. O MIN está por trás de tudo. No caso das PCHs, foi a Cemig. Algumas Ongs apoiaram e estabelecerá, “parcerias”. Revoltante a situação. Massacre ambiental. Apolo Heringer

Um absurdo sem tamanho está para se consolidar nas barbas de Minas. O rio das Velhas será decepado por uma barragem em sua calha principal, obra que só atende ao governo federal e a sua transposição. A proposta é que ela seja construída na calha do rio das Velhas em Santo Hipólito, logo abaixo da foz do rio Paraúna/Cipó. E isto nos chega com o nome de revitalização do São Francisco. Desde quando interferência em leito natural de um curso d’água pede ser chamado revitalização? Para mim o único verbete para isto é desnaturalização.

Naturalização, recuperação ou conservação se faz criando condições para que um curso d’água seja conduzido a voltar o que era a sua realidade natural antes da interferência humana. Isto só é possível não permitido que se chegue até suas águas, os efluentes industriais, esgotos domésticos, produtos químicos da agropecuária, assoreamentos provocados pela mineração, arruamentos urbanos, abertura de estradas, destoca de trator, lixos não tratados, e as conseqüentes retirada das proteções naturais do solo como desmatamentos e cortes da mata ciliar. Então para se renaturalizar e ou revitalizar um rio temos é que impedir que as ressacas de nossas atividades o atinjam. Se queremos manter ou aumentar seu volume de água temos é que recuperar nascentes, repor as matas ciliares, reflorestar as áreas de recarga, criar bacias e vales de decantação para impedir seu assoreamento, tratar os esgotos e efluentes industriais, diminuir a velocidade o fluxo das águas no meio urbano evitando a impermeabilização do solo, criando caixas de contenção das águas de chuvas sob os prédios e etc. Não será fazendo barragem que a água voltará. Como diz o ditado popular isto é “tampar o sol com a peneira”.

Aí eu me pergunto, onde está o PAC do saneamento? Qual política o governo federal consistente para impedir o desmatamento de florestas nativas na bacia do São Francisco e especificamente no Velhas foi apresentada pelo governo federal? Estamos ouvido falar em revitalização do São Francisco desde o lançamento do projeto da transposição. O que há de real? Para mim tudo tem soado tortuoso, pouco claro e até mesmo me colocando para me sentir enganado com o cheiro de má fé no ar.

O governo mineiro acampou a Meta 2010 como um Projeto Estruturador. O objetivo revitalizar o rio das Velhas em seu trecho mais poluído. Em outras palavras, retirar de seu leito o esgoto da região metropolitana. O lema é nadar, pescar e navegar no rio das Velhas até o ano de 2010. Traduzindo, recuperar o rio em suas funções de lazer, transporte e produção de alimento. Já investiu milhões e várias ETEs estão em construção. E os esgotos sendo conduzidos até elas co m obras de inteerceptores de esgoto e tratamento de fundos de vales Só com o funcionamento da ETE Arrudas que realiza o tratamento secundário de 65% do esgoto da bacia Arrudas e início de funcionamento da ETE Onça, os dois principais ribeirões poluidores do rio das Velhas, a melhoria foi sentida pela volta do peixe. È pouco, mas não é qualquer coisa. Estamos falando de um bioindicador, de um ser vivo que se desenvolve dentro das águas do Velhas e que tinha sumido. Alguns peixes que há anos não subiam acima da grande BH já estão sendo pescados em rio acima. O dourado já alcança o ribeirão da Mata.

O que fará esta barragem além de acumular água para regularizar a vazão do São Francisco e ter excedente para a transposição? Fará sim muita coisa de ruim para a população da bacia que além de pagar a conta terá a Meta 2010 abortada. Adeus pescarias... Devido ao grande número de dejetos e material orgânico em suas águas o mais provável é que este vire um grande lago malcheiroso e infestado de cianofíceas, as famigeradas algas azuis produtoras de toxinas prejudiciais à vida humana e dos animais. Isto não é difícil de acontecer, pois nos últimos anos sua infestação foi tamanha que já colocou o baixo Velhas em alerta. Também serão perdidos milhares de hectares de terras produtivas, cidades e povoados serão inundados.

Minas permitirá isto? É isto que queremos para este nosso rio que já sofreu tanto em seus 400 anos de exploração e fez parte da história da colonização e do desenvolvimento do país?
Procópio de Castro

Ambientalista e Mobilizador do Projeto Manuelzão/UFMG

procopiodecastro@gmail.com

tel: 9629-2735 e 31 3409-9818

Visite o site do ribeirão da Mata: http://sites.google.com/site/ribeiraodamata/
por João Suassuna — Última modificação 31/10/2009 - Rema Atlântico

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CANTINHO LITERÁRIO: "POEMA DA ÁGUA"

Nascente de Paranapiacaba (foto arquivo ISA)


Raul Machado
*
Poema da Água

A água também nasce pequenina
- nasce gota de orvalho ou de neblina...

A água também tem a sua infância
- quando apenas riacho cantarola
brinca de roda nos redemoinhos
salta os seixos que encontra
e faz apostas de corrida - travessa -
por entre as grotas e peraus
e arranca as flores que a marginam
para engrinaldar a cabeleira solta
sobre o leito revolto das areias...

A água também tem adolescência
- sonha lagos românticos à lua
fitando os astros namorados dela
embevecida em seus olhos de ouro...
e assim sempre amorosa e sonhadora
vai tecendo e bordando - dia e noite
o seu vestido de noiva nas montanhas
e o seu véu de noivado nas cascatas...

A água também tem maturidade
- fica serena e grave em rios fundos
e num destino generoso e amigo
espalha a vida que em si mesma encerra
semeia bençãos para o grão de trigo
abre caminhos líquidos da terra
e enlaça os povos através dos mares...

A água também tem sua velhice
-e de ver-lhe os cabelos muitos brancos
onda lenta de espuma destrinçada em neve, nos ares flutuando...

A água também sofre...e quando sofre
se faz divina e vem brilhar em lágrimas
ou se reflete a dor da natureza
geme no vento trnasformada em chuva.

A água também morre...e quando seca
- e a sua morte entristece tudo :
choram-lhe, enfim na desolação,
todos os seres vivos que a rodeiam
porque ela é o seio maternal da vida
e de tal maneira ama seus filhos rudes
que muitas vezes para os salvar se deixa
ficar sem o murmúrio de uma queixa
prisioneira de poços e açudes...

Bendita seja, pois, água divina
que fecunda, consola, dessedenta, purifica,
e que, desde pequenina,
feita gota de orvalho,
mata a sede das plantas entreabertas
e prepara o festivo esplendor da primavera...
e que, nascida em píncaros da serra
vem de tão alto, procurando sempre ter
um fim de planície e de humildade
até perder, na última renúncia,
o nome de batismo de seus rios
para ficar anônima nos mares.

RAUL MACHADO*

Você sabe quem é o autor "RAUL MACHADO"?
Estamos querendo identificá-lo.
Se souber, nos avise, por favor!


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A FALTA DE ÁGUA E O PESADO FARDO DAS MULHERES PARA PROVÊ-LA



O fardo das mulheres em busca de água

Por Zenaida Machado, da IPS
29/10/2009

Maputo, 29/10/2009 – A menos de cem quilômetros da segunda maior represa da África, várias mulheres caminham com seus bebês presos às costas e levando baldes de água sobre suas cabeças. Avançam lentamente, cansadas, e enquanto cai a noite desaparecem na escuridão que tinge as vermelhas areias do deserto. “Faço este caminho desde que me casei e vim viver aqui, há 10 anos. Às vezes tenho de enfrentar fila durante horas para conseguir água. A cada dois dias saio de casa às quatro da manhã e só volto a descansar quando o sol já se pôs”, conta Benedita Cadeado, de 32 anos e mãe de três filhos.

Benedita caminha cerca de 20 quilômetros desde sua pequena aldeia nas proximidades de Songo para chegar ao lugar mais perto com uma torneira pública. E depois regressa também caminhando. “Sempre transporte água com três recipientes de 20 litros, suficientes para abastecer minha família por dois dias. Isso me obriga a descer e subir a montanha três vezes ao dia. Já estou acostumada. Nos movimentamos em grupos, para a que a distância da estrada até minha aldeia pareça mais curta”, acrescentou.

Ao longo dessa mesma estrada, em meio à floresta que envolve as montanhas de Moçambique atravessadas pelo rio Zambezi, se estende a majestosa Cahora Bassa. É a segunda maior central hidrelétrica da África. A represa situada no distrito de mesmo nome, na província de Tete, tem seus escritórios centrais na aldeia de Songo. Ali há casas com piscinas e jardins bem irrigados. Os restaurantes e os postos de combustíveis se localizam ao longo de estradas asfaltadas, construídas especialmente para dar conforte aos residentes que trabalham na represa.

A eletricidade de Cahora Basse não atende toda a bacia onde fica a aldeia de Songo, e nem mesmo todo o distrito. “Nos disseram que produzia energia. Pensei que essa casa grande (a represa) só podia guardar água. No ano passado nos disseram que Cahora Bassa já não pertencia aos portugueses e que agora era nossa. E que por isso, finalmente, teríamos eletricidade em casa. Ainda estou esperando”, contou Benedita. Em novembro de 2007, Moçambique assumiu o controle total da represa das mãos de Portugal, após décadas de negociação. Desde a independência do país africano em 1075, os portugueses retinham 82% do controle da usina.

Entretanto, os moradores de Songo ainda não têm eletricidade. Dependem de painéis solares, velas ou lamparinas a óleo. Ao mesmo tempo, veem como a vizinha África do Sul compra o que deveria ser sua eletricidade. Essa energia é transferida ao longo de mais de mil quilômetros, enquanto a menos de cem quilômetros da central a população não tem luz. A água da represa cobre apenas uma área muito pequena à sua volta. A maior parte da população de Songo usa o rio como fonte de água para beber e lavar.

Na aldeia, como na maioria dos distritos em volta do rio Zambezi, a população depende da pesca e da agricultura. Esses dois meios de sobrevivência são afetados quando o rio transborda, o que ocorre anualmente. Saindo de Songo, cerca de 60 quilômetros corrente abaixo, a aldeia de Changara assistirá em 2011 a construção de outra importante hidrelétrica, a de Mphanda Nkuwa. Prevê-se que essa represa será uma solução para atual escassez de energia em parte da região da África austral.

“Ainda sofremos muitos apagões. Uma represa como a de Mpanda Nkuwa em Moçambique ajudará a melhorar a distribuição de eletricidade na região”, disse Phera Ramoeli, da Secretaria de Água da Comunidade de Desenvolvimento da África austral (SADC), cujo mandato é garantir uma distribuição justa dos recursos hídricos em toda a região. A nova usina produzirá 1.350 megawatts. Moçambique consome cerca de 900 MW, suficientes para levar luz a 400 mil famílias. A represa de Cahora Bassa, também no rio Zambezi, já gera mais de dois mil MW, principalmente fornecidos pela firma Eskom na África do Sul.

Ramoeli disse que Mphanda Nkuwa ajudará a prevenir inundações e promoverá o desenvolvimento em áreas vizinhas ao rio. “Pode-se ver quanto água flui nas cataratas de Victoria. Precisamos encontrar maneiras de usar essa água em beneficio da população local. Se for bem administrada, pode impulsionar o desenvolvimento das pessoas que vivem na área do Zambezi”, explicou Ramoeli. Mas, ambientalistas moçambicanos são contra a construção da hidrelétrica, dizendo que isto somente vai piorar as condições de vida da população de Changara e outras aldeias do outro lado do Zambezi.

“A construção da represa de Mpanda Nkuwa obrigará o reassentamento de mais de 1.400 pequenos agricultores aos quais foi informado muito pouco sobre sua situação futura”, disse a organização Justiça Ambiental. Os ativistas afirmam que este país já tem represas suficientes que, se forem bem manejadas, podem representar ganhos consideráveis à população até agora marginalizada dos benefícios da usina de Cahora Bassa. “A construção causará variações no nível do rio Zambezi, já afetado pela represa de Cahora Bassa, prejudicando a atividade pesqueira, o tráfico fluvial e a agricultura na bacia, deixando a população mais vulnerável a desastres como secas, inundações e fome’, alertou Justiça Ambiental.

A organização também propôs que a comunidade seja informada sobre os riscos da construção de uma hidrelétrica em área de terremotos. A represa de Mphanda Nkuwa será erguida no centro do país, perto do distrito de Machaze, na província de Manica. Este lugar foi o epicentro de um terremoto de 7,5 graus na escala Richter em 2006. mas, “não se pode fazer nenhuma obra sem impactos negativos”, afirmou Ramoeli.

Na SADC “estamos realizando projetos com nossos engenheiros para minimizar os impactos negativos no meio ambiente local. Estes planos consideram todos os grupos da política, da ciência, da sociedade. Temos de considerar todos os aspectos que envolvem o meio ambiente e o desenvolvimento”, acrescentou. IPS/Envolverde

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APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DO RIO XINGU É INEVITÁVEL, DIZ MARINA SILVA


"Não há como fugir do aproveitamento energético do rio Xingu", diz Marina

Por Fabíola Munhoz, do Amazônia.org.br
29/10/2009

A senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo Partido Verde (PV), Marina Silva, disse desta quinta-feira (29) que não há como o Brasil fugir da exploração sustentável de seus recursos hídricos, dentre os quais o do rio Xingu, no Pará, onde se pretende construir a usina hidrelétrica de Belo Monte.

A afirmação foi feita durante participação da senadora no lançamento de um produto da Serasa Experian, que pretende reunir informações sobre empresas e produtores rurais, quanto ao cumprimento da legislação ambiental.

Considerando as usinas hidrelétricas como fonte de energia limpa, Marina afirmou que o País tem que aproveitar seus rios, já que precisa apresentar ao mundo metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Para ela, é preciso, porém, que a construção de hidrelétricas preveja um Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) que dê governança sustentável a esses empreendimentos.

"Belo Monte é um projeto complexo. Se já tivesse sido feito um estudo sobre a necessidade de energia e de conservação do meio ambiente na região, seria possível a implantação da usina de forma sustentável", afirmou.

De acordo com a senadora, a elaboração de um PDS para a obra, prevendo a mitigação e a prevenção de possíveis impactos socioambientais da usina de Belo Monte, deve ser vista, não como entrave à realização do empreendimento, mas como exigência e necessidade.

"Não temos como preterir os recursos hídricos. Temos que resolver o problema no mérito, com planos de desenvolvimento sustentável, criação de unidades de conservação e criação de ferramentas que permitam implantar tudo isso", disse.

Nessa mesma linha de raciocínio, a senadora também defendeu as obras na BR-163- entre Santarém (PA) e Cuiabá (MT), dizendo que, embora o PDS do projeto ainda não tenha sido efetivado, está prevista a criação de áreas de conservação da floresta amazônica na região de abrangência da estrada.

"Não se pode pegar o que ainda não foi feito dentre o previsto no plano e generalizar, dizendo que ele não será cumprido", argumentou.

COP 15

Com relação a suas expectativas para a Conferência das Partes (COP 15), encontro internacional que discutirá, em dezembro, um acordo global para o enfrentamento das mudanças climáticas, Marina se mostrou otimista.

"Entendo que a preparação do Brasil para o evento não avançou, mas a entrada dos Estados Unidos nessa discussão multilateral já é um ponto favorável", afirmou.

Ela ponderou, porém que os países em desenvolvimento deverão assumir metas de redução de emissões de carbono de acordo com suas responsabilidades e em respeito à equidade entre as nações. De acordo com a senadora, as metas de redução das emissões brasileiras deverão ser estabelecidas entre 20% e 40%, com relação ao ano base de 1995.

O governo brasileiro já sinalizou que irá se comprometer com a redução de 80% do seu desmatamento, considerado a principal causa das emissões brasileiras. "É preciso que o Brasil tenha metas não só para as florestas, mas também para energia, agricultura e indústria, sendo que essas são perfeitamente factíveis", destacou Marina. (Envolverde/Amazônia.org.br)

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O OUTRO LADO DA MOEDA:

29/10/2009
“Belo Monte pode ser muito danosa” - Clique



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HABITANTES DA AMAZÔNIA COMEM ATUM ENLATADO PORQUE O PESCADO DO RIO ESTAVA CONTAMINADO PELA CHEVRON


Luta contra a Chevron vira filme

Por Matthew Berger, da IPS
30/10/2009

Washington, 30/10/2009 – A história começou há quase 40 anos. Mas o cineasta Joe Berlinger se deu conta de que “deveria fazer algo” quando viu os habitantes da Amazônia equatoriana “comendo atum enlatado porque o pescado dos rios estava muito contaminado”. Seu documentário, intitulado “Crudo” (tanto pode significar petróleo quanto cruel), é a última arma na guerra de relações públicas que no Equador cerca o processo judicial no qual a companhia de petróleo Chevron é acusada de derramar 70 bilhões de litros de líquidos tóxicos, deixar 916 fossos com dejetos e queimar milhões de metros cúbicos de gases contaminantes.

Todos esses crimes ambientais aumentaram a incidência de câncer e outras doenças na região equatoriana de Lago Agrio, segundo os autores da ação. Trata-se de determinar se a Chevron é legalmente responsável pelos danos, se é possível remediá-los ou repará-los – e como – e se, como a empresa alega, o vínculo entre contaminação e doenças não está comprovado. Luis Yanza, membro da equipe de advogados dos demandantes, comparou a tragédia das comunidades amazônicas com a sofrida pelo Alasca após o vazamento do navio petroleiro Exxon-Valdex em 1989. “Aquilo foi um acidente. O que ocorreu no Equador, não: foi algo deliberado”, disse Yanza na estréia de “Crudo” em Washington, na semana passada.

Mas, a visão de Chevron é muito diferente. “Vemos as fotos, vemos a contaminação e não é só nossa”, disse o próximo gerente-geral da companhia, John Watson, no auditório da Câmara de Comércio dos Estados Unidos. “Trata-se de reclamações absurdas sem nenhuma base científica”, disse. Na década de 60, a Texaco começou a extrair petróleo em uma área da Amazônia equatoriana afastada dos centros urbanos. Após 23 anos de operações havia derramado 64 milhões de litros de petróleo e 68 bilhões de litros de água contaminada e tóxica, segundo a organização ambientalista Amazon Watch, que dá assistência aos demandantes.

Nos anos 90, a Texaco cedeu suas operações à estatal PetroEquador, que continua explorando os poços de Lago Agrio e admite continuar lançando água suja no meio ambiente. A Chevron, que adquiriu a Texaco em 2001, considera que a maior parte da contaminação é responsabilidade da empresa equatoriana. E que a Texaco se desfez da sua em 1998, quando terminou de limpar alguns dos locais, ao custo de US$ 40 bilhões, cumprindo um acordo assinado em 1995 com o governo do Equador. Mas auditores de Quito concluíram em 2003 que a companhia não havia cumprido adequadamente sua parte do trato.

No filme, moradores de Lago Agrio descrevem com descobriram que haviam construído suas casas em buracos que foram enchidos com petróleo e depois cobertos. Apesar da auditoria, Watson alegou que a Texaco foi exonerada formalmente de toda responsabilidade pelo governo após completar sua operação de limpeza. E acrescentou que a PetroEquador nunca cumpriu sua parte e que, muito pelo contrário, continua contaminando.

“Muitas das práticas habituais da Texaco se mantêm, embora a PetroEquador tenha feito mudanças desde a saída dessa empresa para operar com mais responsabilidade”, afirmou Yanza. “A Texaco desenhou um sistema que contaminou e tem toda a responsabilidade”. Outro advogado da demanda, Pablo Farjado, diz no documentário que a PetroEquador não é inocente, e sugere que questionar a estatal pode ser o próximo passo. A demanda vincula 1.401 mortes por câncer na região com a contaminação causada pela Texaco entre 1985 e 1998, contabilizadas em um informe realizado por um grupo de trabalho independente ao qual a justiça equatoriana encomendou a avaliação dos danos.

O estudo dos especialistas conclui que a Chevron deve pagar US$ 27 bilhões para limpar o meio ambiente e compensar as comunidades afetadas. Esta soma converte a demanda no principal processo por danos ambientais na história da humanidade, e supera em US$ 3 bilhões os ganhos da Chevron em 2008. “Será muito caro limpar, mas ainda assim será bem menos do que o lucro obtido pela empresa no Equador”, disse na semana passada outro advogado dos queixosos, Steven Donzinger. A batalha legal já dura 16 anos.

Em 2002, a Texaco convenceu o juiz norte-americano Jed Rakoff a transferir o caso para tribunais do Equador, país que na época tinha um governo conservador ávido por capitais estrangeiros. A condição foi que a empresa se abstivesse de questionar uma eventual condenação no Equador na justiça dos Estados Unidos. Agora o caso fica cada vez mais emaranhado no Poder Judiciário equatoriano, algo que, segundo os advogados dos queixosos, era a intenção da companhia.

Gravações feitas com microfones ocultos em relógios e canetas parecem revelar um esquema de suborno envolvendo, ao menos indiretamente, o juiz do caso, Juan Núñez, a irmã do presidente Rafael Correa e um equatoriano que trata de colaborar com um empresário norte-americano. Devido ao escândalo, Núñez deixou de continuar trabalhando no caso, embora negue qualquer falta de sua parte. Os advogados de acusação veem o episodio como uma manobra da Chevron paa desviar a atenção das questões-chave do caso e, fundamentalmente, para solapar o Poder Judiciário do Equador.

Na semana passada, a Chevron pediu a anulação das anteriores resoluções de Nuñez, moção que foi rejeitada pelo novo juiz do caso, Nicolas Zambrano. O magistrado anterior previra no ano passado que a sentença seria emitida no final de 2009, mas não há uma resolução à vista. “Se perdermos, lutaremos vigorosamente”, disse Watson.

O problema da responsabilidade pela contaminação é tão pegajoso como a própria contaminação. O caso parece deixar evidente a incapacidade dos tribunais em tratar de assuntos como este, nos quais uma multinacional parece, ao menos em parte, em falta e, ao mesmo tempo, tem os recursos e a vontade para enfrentar uma batalha legal durante décadas. A Chevron “não quer de modo algum” ser julgada, segundo Donziger, que destaca as gestões da empresa para levar o caso de tribunais dos Estados Unidos para os equatorianos. “Eles se consideram acima do alcance de qualquer sistema nacional”, lamentou.

Por outro lado, a batalha pela opinião pública está perdida para a Chevron no Equador, onde o governo de Correa alinhou-se com os queixosos, ao contrário de seus antecessores conservadores. Mas a empresa mantém sua influência nos Estados Unidos, onde procura se mostrar como a mais socialmente consciente dentre das companhias de petróleo. “Não creio que para a Chevron isto seja uma mera questão de dinheiro, mas de reputação”, afirmou Donziger.

Mas os esforços da empresa poderão naufragar com fatos como a exibição de “Crudo”. Além disso, figuras populares como o músico britânico Stinge a ativista norte-americana Kerry Kennedy alinharam-se com os demandantes em uma luta vista por eles como a de Davi contra Golias. “Como legislador e como cidadão dos Estados Unidos me sinto envergonhado”, disse o representante oficialista Jim McGovern, que visitou Lago Agrio na semana passada. “A Chevron tem a obrigação moral e, creio, também legal, de resolver o conflito”, acrescentou. IPS/Envolverde (Envolverde/IPS) - Veja Mais

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24ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA JOVENS MOSTRAM SOLUÇÕES PARA DESPOLUIR RIOS



Jovens cientistas buscam soluções para poluição da água

Por Vivian Lobato, do Aprendiz
30/10/2009

Corantes e outros compostos remanescentes das etapas de processamento do couro como nitrogênio, cálcio, magnésio, ferro e lítio são lançados nas águas dos rios da cidade de Novo Hamburgo (RS). Para minimizar o impacto dos poluentes produzidos pela indústria calçadista, Willian Lopes, estudante do Ensino Médio da Fundação Liberato, desenvolveu o projeto de pesquisa Biorremediação: Utilização do fungo Aspergillus Niger.

Os resultados do trabalho são apresentados na 24ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec). O estudante testou a remoção do corante e de outros poluentes através de um sistema de filtração, utilizando como agente removedor a biomassa do fungo. “Os resultados apontaram o sistema de filtração desenvolvido como sendo capaz de remover todos os compostos pesquisados”, explica Lopes.

Outra etapa da investigação é encontrar um método para extrair o corante da biomassa para reaproveitamento da indústria no processo de tingimento do couro.

O problema da contaminação das águas também instigou os estudantes paraguaios Miguel Angel Nina, Jessica Paola Fernandez e Marcos Antonio Servin. Neste caso, a questão era com os poluentes resultantes de lavagens de máquinas industriais que utilizam tinta.

Os pesquisadores descobriram a peroxidase, uma enzima, altamente eficaz para o tratamento das águas contaminadas com resíduos fenólico – encontrados na tinta de maquinários de impressão.

“Extraída do chuchu, a peroxidase exerce uma ação oxidante sobre a substância que vai eliminar”, explica Jessica. A pesquisa mostrou a eficácia desse processo. O índice de remoção do poluente chegou a 95% das águas dos testes.

O uso da peroxidase no tratamento das águas pode ser uma alternativa para conseguir eliminar os resíduos de tinta (anilinas), especialmente do tipo flexo gráfico (solúvel em água), permitindo a reutilização da água na indústria (Envolverde/Aprendiz)

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SAIBA MAIS SOBRE A MOSTRATEC

Vencedores da Mostratec serão conhecidos neste sábado

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PRESERVANDO A TERRA - ROBERTO DANGELO "FAZ SUA PARTE" ATRAVÉS DA MÚSICA


Roberto Dangelo - Imagine Again
Taubaté - SP

Boa tarde, professor!!
Segue o link do my space, tem duas músicas minhas, uma fala sobre a preservação da Terra:
Um abraço!!


Essa música veio da minha cultura beatle... Para John...
Muito boa a montagem, Ciça e Mika !!


Imagine again

roberto dangelo | MySpace Video


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30 de outubro de 2009

INVASORES DE ÁREAS DE PROTEÇÃO NO RJ ESTÃO SENDO PENALIZADOS COM PESADAS MULTAS E DEMOLIÇÃO DE CONSTRUÇÕES


Secretaria do Ambiente do Rio começa demolição de construções em área de proteção

A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro começou a demolir cinco construções irregulares, que formariam uma luxuosa pousada na Ilha das Palmeiras, na Baía da Ilha Grande, na Região da Costa Verde. O proprietário responderá por crime ambiental e será multado em até R$ 1 milhão.

Segundo a secretaria, o trabalho, que está sendo feito por operários do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), deverá se estender por pelo menos 60 dias. As construções foram erguidas em uma encosta inserida em Área de Proteção Ambiental (APA), o que configura crime ambiental.

De acordo com a estimativa da secretaria, o empreendimento deve ter exigido investimentos de R$ 1,5 milhão e a construção ocupa uma área de 1.250 metros quadrados. O proprietário havia sido notificado sobre a ilegalidade, mas prosseguiu com a obra.

A medida é um desdobramento da Operação Cartas Marcadas, montada para combater a emissão de licenças ambientais ilegais que ocorreu na região de Angra dos Reis e Paraty.
(Fonte: Agência Brasil)

QUE O BOM EXEMPLO E A CORAGEM DA SEMA DO RJ, NÃO SE CURVANDO AOS PODEROSOS E DESRESPEITADORES DA LEI, SEJA SEGUIDO POR OUTRAS CIDADES E ESTADOS! GUERRA AOS INVASORES DE ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL !

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MINISTÉRIO PÚBLICO VAI APURAR RESPONSABILIDADES DA ENCHENTE NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO COTIA (SP)


Lição não aprendida


"Na noite da segunda-feira, durante um temporal, seis bairros da cidade de Cotia submergiram - três ficaram completamente isolados - e o Morro do Macaco deslizou, colocando vidas em risco."

Tão repetitivas quanto as cenas da enchente que atingiu as cidades de Cotia, Barueri e Carapicuíba, na zona oeste da região metropolitana de São Paulo, na terça-feira, são as razões que levaram centenas de pessoas a, mais uma vez, perderem na lama tudo o que tinham na vida. Muda apenas o cenário, mas a falta de planejamento urbano, de política habitacional, de fiscalização e a negligência em preservar as áreas de mananciais são falhas comuns da administração da maior parte dos municípios da Grande São Paulo. Prevalece o crescimento desenfreado, para prejuízo da população.

Na noite da segunda-feira, durante um temporal, seis bairros da cidade de Cotia submergiram - três ficaram completamente isolados - e o Morro do Macaco deslizou, colocando vidas em risco. Assoreado, o Rio Cotia subiu mais de dois metros e, junto com seus afluentes, invadiu ruas e casas em Carapicuíba e Barueri. As áreas atingidas, segundo informações das autoridades dos três municípios, são de preservação permanente e as moradias existentes são irregulares.

Os proprietários, no entanto, têm as escrituras dos imóveis construídos há anos e os carnês quitados do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que recebem em casa. Se aquelas são zonas de preservação e áreas de risco, a prefeitura e o governo estadual deveriam ter agido há décadas para evitar a ocupação do local.

Na Bacia Hidrográfica do Rio Cotia, que compreende 9 municípios, há 2 sistemas, que abastecem de água mais de 500 mil pessoas.

Entre os dois sistemas, no entanto, fica a Rodovia Raposo Tavares, eixo que, nos últimos anos, induziu um processo de urbanização e industrialização desordenado, sem que tenha sido tomada nenhuma medida de proteção da bacia.

A contaminação das águas ameaça o abastecimento da população local e o assoreamento do Rio Cotia é provocado pela ocupação irregular e pela movimentação intensa de terra para a construção de novos empreendimentos imobiliários, quase sempre apresentados aos potenciais compradores como se estivessem localizados em meio à "natureza intocada". A prefeitura de Cotia informou que o transbordamento do rio se intensificou no último ano por causa do estreitamento do leito, provocado por aterros ilegais.

No início do ano, após uma sequência de inundações em Cotia, o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (Daee) anunciou que desassorearia o Rio Cotia. O prefeito Carlão Camargo afirmou que complementaria o trabalho do Daee com um projeto de despoluição do rio e determinou às Secretarias de Obras e do Meio Ambiente que encontrassem soluções definitivas para as enchentes que atingem grande parte do município.

Como sempre, a burocracia emperrou os processos e o governo estadual só autorizou as obras de desassoreamento no último dia 20. Resultado: as condições do rio pioraram tanto durante esse tempo de espera que a Estrada do Morro Grande tem ficado permanentemente sob as águas, chova ou faça sol, impedindo o acesso dos 2,5 mil moradores da Reserva do Morro Grande ao centro de Cotia.

É uma sequência de irregularidades. Afinal, não deveria haver moradores numa área de preservação, que já foi tombada pelo Condephaat, que considerou o conjunto de fauna, flora e mananciais de inestimável valor para o Estado. A reserva corresponde a um terço do território de Cotia e sua preservação é essencial para a manutenção da qualidade dos mananciais ali existentes.

Portanto, bem faz o Ministério Público estadual, que abriu procedimento para apurar as responsabilidades pelos efeitos da enchente de terça-feira. O promotor de Justiça de Barueri, Marcos Mendes Lyra, pretende identificar, entre outros pontos, obras irregulares que possam ter contribuído para a inundação. Bom seria se as autoridades dos municípios da Grande São Paulo se convencessem da necessidade de frear o boom imobiliário que ameaça várias regiões e de fazer um planejamento urbano sério, que ordene o crescimento e evite prejuízos à população e ao meio ambiente.

DIGA NÃO ÀS ENCHENTES

BREVE O RELANÇAMENTO DE NOSSA CAMPANHA "DIGA NÃO ÀS ENCHENTES", QUE EM 2008 AJUDOU A PREVENÇÃO DE MUITAS ENCHENTES E INUNDAÇÕES NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS QUE ADERIRAM E TOMARAM PROVIDÊNCIAS DE LIMPAR BUEIROS, DESOBSTRUIR E DESASSOREAR SEUS CÓRREGOS E RIOS, ANTES DA CHEGADA DAS CHUVAS DE VERÃO ! (VEJA MAIS)

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JORNALISTA WASHINGTON NOVAES FALA DA VERDADE ÚNICA DA TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO


A verdade única da transposição

"Especialistas do porte dos professores Aldo Rebouças, Aziz Ab'Saber, João Suassuna, João Abner e muitos outros mostraram que se tratava de um mau caminho, já que o problema de água nas regiões a serem beneficiadas não era de escassez, e sim de má gestão - pois existem ali, em 70 mil açudes, nada menos que 37 bilhões de metros cúbicos (m3) de água (sem redes que os distribuam), quando a transposição levará 2,1 bilhões de m3, mas também sem redes de distribuição para as áreas isoladas, mais carentes.

Nada menos que 70% da água se destinará a projetos de irrigação e 26% ao abastecimento de cidades. O Comitê de Gestão da Bacia do São Francisco, por 44 votos a 2, condenou o projeto, que considerou 'centrado em grandes obras', que se destinariam a beneficiar essencialmente grandes projetos de exportação de grãos e frutas", artigo de Washington Novaes (jornalista)

LEIA NA ÍNTEGRA:

"A verdade única da transposição"

(Enviado pelo colaborador Eng. Luciano Mendes Aguiar - Site ECOS DA SERRA - SP)

*
SAIBA MAIS SOBRE A TRANPOSIÇÃO DO VELHO CHICO:

1.Viagem de Lula ao São Francisco teria custado R$ 400 mil


2.Agência vê atraso de Estados nas ações para transposição do rio São Francisco


3.Serra critica falta de investimento em irrigação no Nordeste


4.Lula diz que Ciro e Dilma têm vocação para cantores solo


5Transposição do São Francisco: no palanque, Lula ataca político de duas caras


6.Ritmo de obras do São Francisco em locais beneficiados é desigual


7.Visita de Lula foi mais uma de suas grandes mentiras, entrevista com D. Cáppio


8.Transposição vai gerar R$ 50 milhões anuais em taxas


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BRASILEIRO VALORIZA SUSTENTABILIDADE, MAS MANTÉM ANTIGOS HÁBITOS



Distância entre discurso e prática

Jornal Estadão - 30/10/2009

...Apenas 27% dos brasileiros reciclam seus resíduos e fazem uso de produtos recicláveis; 20% afirmam conservar árvores; 13% dizem proteger a natureza e apenas 5% controlam o desperdício de água.(Pesquisa Sustainable Futures 2009)

Andrea Vialli

O brasileiro tem elevado grau de consciência sobre sustentabilidade, superior ao de moradores de países ricos como Alemanha e Suécia. Ao mesmo tempo, tem grande dificuldade em trazer o conceito para o seu dia a dia e suas decisões de consumo. Escassez de água e poluição ambiental, por exemplo, figuram em terceiro lugar entre as maiores preocupações de 61% da população e só ficam atrás de educação (68%) e crime e violência (72%). Mudanças climáticas e aquecimento global, por sua vez, são motivo de preocupação para 49% dos brasileiros.

Quando a sociedade é questionada sobre suas ações efetivas para proteger o meio ambiente, os números são mais modestos: 27% dos brasileiros reciclam seus resíduos e fazem uso de produtos recicláveis; 20% afirmam conservar árvores; 13% dizem proteger a natureza e apenas 5% controlam o desperdício de água.

Esses dados constam da pesquisa Sustainable Futures 2009, levantamento feito pelo grupo de publicidade Havas no qual foram ouvidas mais de 24 mil pessoas em dez países: Alemanha, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, México, Reino Unido e Suécia. No Brasil, foram entrevistadas 2.532 pessoas no primeiro semestre de 2009.

O estudo também aponta o brasileiro como um dos mais atentos no mundo às práticas de sustentabilidade das empresas: 86% afirmam estar dispostos a recompensar companhias com boas práticas e 80% dizem punir as que agem de forma irresponsável nas questões socioambientais.

Porta-voz do estudo no País, André Zimmermann acredita que o grau elevado de consciência sobre sustentabilidade pode ser explicado pela presença do tema na mídia e pela percepção de que os recursos naturais são um diferencial do Brasil, considerado um país rico nesse aspecto. "O consumidor daqui se mostrou mais em sintonia com o tema do que os consumidores dos países desenvolvidos."

Outro dado que ampara essa percepção: 64% das pessoas entrevistadas pelo grupo Havas no País afirmam que aceitariam pagar até 10% a mais por um produto feito de modo social e ambientalmente responsável - nos demais países, esse porcentual é de 48%. Outros 84% acreditam que têm o poder de fazer as empresas se comportarem com mais responsabilidade - o índice médio global é de 63%. "O mundo está caminhando nessa direção, mas no Brasil essa tendência é ainda mais clara", diz Zimmermann.

CETICISMO

Há também no País ceticismo em relação à falsa propaganda sobre as atitudes "verdes" das empresas. Para 64% dos brasileiros, elas só investem em sustentabilidade para melhorar sua imagem pública, o que revela desconfiança em relação às marcas. "Os consumidores deixam de ser fiéis às marcas quando acreditam que falta autenticidade da parte delas", diz Zimmermann.

O tom crítico de boa parte dos consumidores em relação às ações sustentáveis das empresas indica que as pessoas não estão vendo correlação entre discurso e prática das corporações, acredita Lisa Gunn, coordenadora executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). "O brasileiro está consciente e cobrando mais ação das empresas, mas a mudança de hábitos não depende só dele", diz.

Lisa afirma que falta informação honesta no ponto de venda, que oriente o consumidor, e sobra publicidade. "Ainda é muito pequena a gama de produtos que trazem um selo independente de eficiência energética, por exemplo. Só este ano alguns veículos começaram a trazer informações sobre o quanto emitem de poluentes. O consumidor fica sem parâmetros para avaliar", diz.

Outro obstáculo para uma ação mais efetiva do consumidor no País é o fato de que produtos "verdes" ou sustentáveis ainda são vistos como nichos de mercado e ficam restritos a consumidores de maior poder aquisitivo. "Muitas empresas fabricam 1% de produto "sustentável" para 99% de produtos "não-sustentáveis". Para mudar isso, o poder público poderia desempenhar um papel de estimulador de um mercado mais responsável", afirma Lisa.

O Instituto Akatu, entidade que incentiva o consumo consciente, realiza desde 2001 pesquisas sobre a percepção do consumidor brasileiro sobre a responsabilidade socioambiental das empresas. O último levantamento, feito pela ONG em 2007, também mostrou que o consumidor desconfia da propaganda verde das empresas.

"Mais da metade deles não acredita no que as empresas estão dizendo", afirma Hélio Mattar, presidente do Akatu. "E isso se reflete na ação, porque a pessoa começa a pensar que seu ato de consumo, sozinho, não faz diferença no mundo."

REDES SOCIAIS

Mattar afirma, no entanto, que um dos motores de mudança de comportamento é o acesso à internet e o fenômeno das redes sociais, que estão transformando o modo como as informações sobre as empresas circulam. "As companhias deixaram de ter controle sobre o que se fala delas, então precisam ser coerentes e aprender a lidar com um consumidor sensível às questões sociais e ambientais, que vai cobrar isso delas." Fonte: O Estadão/Noticias Socioambientais

SAIBA MAIS:

''Falta informação sobre como agir''

"Consumidor desconfia de empresas"


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PAULISTANOS POLUEM LAGO DO IBIRAPUERA COM 500 KG DE LIXO POR SEMANA

Lixo do lago do Ibirapuera - foto Keiny Andrade - AE


Por semana, 500 kg de lixo saem do lago do Ibirapuera

Dupla responsável por recolher a sujeira já encontrou saco com seringas e até bicicleta velha; parque é o único que limpa as águas todo os dias

Cristiane Bomfim, JORNAL DA TARDE

Todos os dias, às 6h30, José da Silva Galdino, de 38 anos, e Luiz Antônio Carvalho de Oliveira, de 47, vestem galochas, põem luvas de plástico e entram em um pequeno barco de alumínio. Por oito horas, eles remam pelo lago do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. O objetivo é recolher o lixo que boia nas águas. Tem de tudo: garrafas pet, copos de plástico, embalagens de salgadinho, bitucas de cigarro, papel.

Por semana, são retirados 50 sacos plásticos de 100 litros repletos de lixo - que somam 500 quilos. "Tem tanta lixeira espalhada pelo parque e o povo insiste em jogar no chão. Acham que só porque tem quem limpe podem fazer uma imundície", relata Galdino. O parque tem 1 mil lixeiras e mais de 140 pessoas responsáveis por manutenção, conservação e limpeza. Na maioria das vezes, o que sobrou do piquenique ou do lanche da tarde é esquecido no gramado. "E o vento leva para o lago." Em dias de chuva, o lixo aumenta. Ele vem carregado pelo Córrego do Sapateiro, que deságua no lago.

No trajeto de barco, os rastelos têm outra função, além de recolher lixo - são usados para remar. "É mais prático." Galdino e Oliveira já têm experiência no assunto - estão há 8 e 7 anos, respectivamente, no serviço - e desenvolveram técnicas para o trabalho render mais. "Somos os limpadores oficiais. É a nossa área", brincam. Eles percorrem inicialmente as margens, que é onde há maior concentração de lixo. As áreas entre o Portão 4 do parque e a ponte de ferro são, segundo Oliveira, onde há maior circulação de pessoas. "Precisa de cuidado mais intenso", explica. O Ibirapuera tem três lagos, que somam 142 mil m² de área.

No fim de um dia de trabalho, o barco chega a pesar até 200 quilos.Vazia, a embarcação pesa 90 quilos. O item mais esquisito que já encontraram foi um saco repleto de seringas usadas. "Isso faz uns dois anos. Achei esquisito demais e é perigoso", comenta Galdino. Oliveira se lembra de ter recolhido uma bicicleta toda retorcida e enferrujada. "Não tinha mais nenhuma utilidade." Dinheiro que é bom, nada. Oliveira, certa vez, achou uma nota de US$ 1 e entregou para o amigo de trabalho. "Eu deixei na carteira para dar sorte, mas deu foi azar. Eu fui assaltado e levaram tudo."

PROBLEMA CULTURAL

Segundo a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, o lago do Parque do Ibirapuera é o único que é limpo diariamente. Os dos outros parques passam pela faxina sempre que há demanda. A pasta diz que descartar lixo em locais irregulares "é um problema cultural presente na cidade como um todo".

Waverli Neuberger, coordenadora do núcleo e agência ambiental do curso de Gestão Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, acredita que falta consciência ambiental. "É uma questão cultural. As pessoas não sabem discernir que o coletivo tem tanto valor quanto o particular. Todos nós temos responsabilidade pelo que é público." Fonte: Jornal da Tarde/Notícias Socioambientais

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MESMO DECONHECENDO OS IMPACTOS SOBRE OS POVOS INDÍGENAS, FUNAI LIBERA A USINA DE BELO MONTE


Funai libera construção de Belo Monte apesar de não saber quais serão seus impactos sobre os povos indígenas

ISA - 29/10/2009

Em decisão política que contradiz seu próprio parecer técnico, órgão oficial indigenista considera empreendimento “viável, observadas as condicionantes”, embora reconheça que o EIA/Rima de Belo Monte não dimensionou corretamente todos os impactos e tampouco apresentou propostas concretas de como evitar ou diminuir aqueles esperados sobre os povos indígenas da região.

A pressa é inimiga da perfeição. Ou pelo menos do bom-senso. Pressionada pela Presidência da República a liberar rapidamente a construção da UHE Belo Monte, no Rio Xingu (PA), para que o leilão de concessão possa ocorrer ainda no primeiro semestre de 2010, a direção da Funai acabou atropelando a análise de sua equipe técnica e opinou favoravelmente à construção da obra. Mesmo sem esclarecer de que forma os gravíssimos impactos socioambientais, previstos no EIA/Rima e por sua equipe técnica, serão evitados ou minimizados. (Veja aqui o ofício da Funai ao Ibama).

O Parecer Técnico n° 21 – Análise do Componente Indígena dos Estudos de Impacto Ambiental, de 30 de setembro, destaca, entre outras coisas, a falta de estudos e informações complementares que permitam a completa avaliação dos impactos sobre os povos indígenas; a manifestação insistente de indígenas contra o empreendimento; e a necessidade de consulta adequada aos povos afetados. Apesar disso, decidiu pela viabilidade da usina hidrelétrica, com as seguintes condicionantes:
1) que se defina uma vazão mínima (“hidrograma ecológico”) a ser liberada no trecho do rio Xingu situado entre a barragem e a casa de máquinas que garanta a sobrevivência dos peixes e quelônios e a navegabilidade das embarcações dos povos indígenas que ali vivem;
2) que sejam apresentados estudos sobre os impactos previstos no Rio Bacajá, na beira do qual vive o povo Xikrin, que possivelmente sofrerá graves alterações mas que não foi estudado no EIA;
3) que haja "a garantia de que os impactos decorrentes da pressão antrópica sobre as terras indígenas serão devidamente controlados"

Impacto dimensionado, mas solução negligenciada

A grande questão é que todas essas informações são fundamentais para avaliar a própria viabilidade socioambiental do empreendimento. Um dos principais impactos previstos pela equipe técnica da Funai é o aumento da pressão sobre os recursos naturais das diminutas terras indígenas da região, que já sofrem com a exploração madeireira, a caça e a pesca realizadas por terceiros. Segundo o EIA serão atraídos para a região pelo menos 96.000 pessoas, o que levará ao aumento significativo dessas atividades ilegais. Não há nesse estudo, no entanto, a indicação de ações concretas que deveriam ser tomadas para evitar esses impactos, muito menos o seu dimensionamento em termos financeiros. Há apenas a sugestão de que “medidas apropriadas devem ser tomadas”.

O mesmo se diga para a vazão ecológica a ser garantida ao Rio Xingu. Como a barragem desviará as águas de um trecho de cerca de 100 km do leito do rio (na chamada Volta Grande), as condições ecológicas do rio nesse trecho serão profundamente alteradas, com impactos sobre a reprodução de peixes, tartarugas, sobre as florestas e, obviamente, sobre os povos indígenas que ali vivem, que dependem diretamente desses recursos para sua sobrevivência física e cultural. Para que o ecossistema local não entre em colapso e as comunidades indígenas não sejam obrigadas a abandonarem suas terras é necessário garantir um mínimo de água nesse trecho. Ocorre que cada litro de água que passa pela barragem faz falta na geração de energia 100 quilômetros abaixo. Para uma usina que, durante a seca, produzirá pouco mais de 30% de sua capacidade instalada mesmo com toda a água sendo usada para geração, a definição do “hidrograma ecológico” é fundamental para saber inclusive da viabilidade econômica da obra. Mas ele ainda não foi definido e a Funai considerou a obra viável assim mesmo.

Falta de consulta adequada aos povos indígenas

Mais gritante é a informação sobre as consultas realizadas aos povos indígenas que serão impactados, obrigação do Estado em razão da Convenção 169 da OIT. Mesmo dizendo que as comunidades indígenas “não apresentam consenso quanto à implementação do AHE Belo Monte” e que tampouco consideraram adequadas as consultas realizadas, conclui que “… considera que cumpriu seu papel institucional no processo de esclarecimento e consulta junto às comunidades indígenas (…) no decorrer do processo de Licenciamento, realizando diversas oitivas nas aldeias.” Dessa forma, a consulta se transformou em mera formalidade, uma etapa burocrática a ser cumprida, sem nenhum significado real sobre a decisão a ser tomada ou sobre qualquer alteração no projeto ou nas medidas de mitigação e compensação ambiental. Essa conclusão desconsidera, inclusive, a solicitação feita por diversas lideranças indígenas ao Presidente Lula para que fossem realmente ouvidos e suas opiniões levadas em consideração, tal como dispõe a Convenção 169 da OIT (saiba mais).

No início da semana, representantes dos Povos Indígenas da região publicaram Moção de repúdio ao Parecer Técnico emitido pela Funai sobre a Usina de Belo Monte. Veja aqui. Índios Kayapó começaram nessa quarta-feira (28/10) uma semana de protestos na comunidade de Piaraçú. A expectativa é reunir mais de 200 indígenas com representantes do Ministério de Minas e Energia e do Ministério do Meio Ambiente.

Perguntas que não querem calar

Diante de tão contraditória posição é o caso de perguntar: 1) Como poderia a Funai justificar a viabilidade de Belo Monte diante de um parecer que identifica tantos impactos sobre os povos indígenas? 2) Como poderia a Funai, sem conhecer devidamente todas as informações que permitiriam a avaliação de impactos, manifestar-se sobre a viabilidade? 3)Como poderia declarar que a consulta foi realizada, ao mesmo tempo que afirma que os povos indígenas afetados não se consideram consultados?

Veja no quadro a transcrição de alguns trechos do documento.

O que diz o parecer técnico

O Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte trará impactos aos povos indígenas das terras Paquiçamba, Arara da Volta Grande/Maia, Juruna Km17, Apyterewa, Araweté, Koatinemo, Kararaô, Arara, Cachoeira Seca e Trincheira Bacajá, além de indígenas que estão nas cidades e os isolados.

O documento divide em dois os principais vetores de impacto do AHE Belo Monte:

1) aqueles que são decorrentes da obra e a geração de energia, como a vazão reduzida no trecho da Volta Grande do Rio Xingu, com impactos diretos sobre o transporte fluvial, e efeitos em cadeia sobre as populações de peixes, quelônios aquáticos e outros elementos da fauna que fazem uso das florestas marginais ou inundáveis;

2) aqueles associados à atração de um contingente populacional para a região com o subsequuente aumento de pressão sobre os recursos naturais de uma forma geral, resultando em invasões das Terras Indígenas, bem como o esgarçamento dos serviços sociais.

Impactos da obra

Sobre a obra, o parecer técnico considera que os impactos de maior potencial para afetar as comunidades indígenas estão relacionados ao “trecho de vazão reduzida da Volta Grande do Xingu, por conta do jusante do barramento,” mais do que os efeitos causados pelo reservatório do empreendimento.

Conclui que "a vazão reduzida promovida pelo Projeto Belo Monte causará uma reconfiguração no modo de vida dos povos que habitam a Volta Grande do Rio Xingu. Hoje, o cotidiano dos indígenas é intimamente ligado ao rio, tanto para sua subsistência, pelo consumo de pescado e outros animais aquáticos, como na geração de renda, seja de peixes ornamentais ou do pescado comercial.” (p. 90)

Explica o parecer que o “hidrograma ecólógico” proposto no EIA-RIMA implica uma redução do volume e do período de cheias. Essa redução de vazão causaria, entre outras coisas, o encurtamento da fase entre a desova e criação e engorda dos peixes e quelônios - importantes para a subsistência das populações indígenas. Além disso, cita a possível proliferação de insetos, tais como mosquitos, que encontram locais de procriação nas poças de água parada e com a vazão reduzida, tendo em vista que “poderá haver a formação de poças no início de cada época chuvosa, sem que haja o enchimento correspondente do rio, de forma a conectar essas poças ao ambiente aquático maior.” (parecer p. 92)

Considera, ainda, que “a avaliação técnica dessa matéria, por parte do órgão ambiental licenciador, Ibama, é essencial para a compreensão dos impactos do empreendimento sobre as comunidades indígenas da Volta Grande do Xingu e, por consequência, para quaisquer formulações de planos e programas de mitigação e/ou compensação.” (parecer p. 92)

Impactos do contingente populacional

O maior impacto identificado até o momento para as comunidades indígenas advém do aumento do contingente populacional na região. O parecer técnico identifica que a atração de um contingente populacional à região (96.000 pessoas, segundo o EIA), causado pelo AHE Belo Monte, agravará a pressão sobre os recursos naturais das Terras Indígenas (TIs) – que já é critica na região por conta do acúmulo de impacto de outras obras previstas como a pavimentação da Transamazônica BR163 e a construção da linha de transmissão de Tucuruí a Juruparí - ameaçando sua segurança e proteção.

O aumento populacional que o empreendimento trará para a região afeta também as comunidades indígenas porque vai incentivar um consequente “aumento da pesca e caça ilegal, da exploração madeireira e garimpeira, de invasão às TIs e da transmissão de doenças.”

Identifica-se a situação de vulnerabilidade de áreas que continuam sendo ilegalmente ocupadas por não-índios, como as TIs Arara da Volta Grande e Cachoeira Seca; das ilhas no Xingu, que se encontram entre as Terras Indígenas Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu e que precisam ser declaradas de usufruto exclusivo dessas comunidades indígenas; e a necessidade de se estabelecer um corredor ecológico ligando as Terras Indígenas Paquiçamba, Arara da Volta Grande e Trincheira Bacajá.

O parecer técnico da Funai conclui que sem “integração efetiva de políticas públicas, o Projeto Belo Monte corre o risco de não conseguir debelar as pressões sobre recursos naturais e as Terras Indígenas que poderão ser causadas pelo fluxo migratório para a região.” (parecer, p. 93). Apesar disso, a presidência se posicionou pela viabilidade do empreendimento, colocando tais preocupações como meras condicionantes.

Desenvolvimento sim. De qualquer jeito, não!

Entenda a polêmica da Usina de Belo Monte.

Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.

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