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21 de janeiro de 2010

CANTINHO DAS HISTÓRIAS DE PESCADOR - "NUM PESQUEIRO EM BAURU (SP)"



10/12/2009 - Pesca & Lazer

História de pescador: A pesca e o pescador

Certo dia fomos a um pesque-solte lá em Glicério (SP), onde os peixes têm tamanhos avantajados, mas neste dia/tarde/noite os peixes não estavam nem aí para as iscas, mas mesmo assim pegamos uns piauçus – poucos, tá certo. E como era um dia normal, terça-feira, no pesqueiro só estávamos em duas turmas, a nossa, composta do Du e o Beiço, e a outra turma, que eram os concorrentes.

De início nós vigiávamos as varas de espera do concorrente, que era um número bastante expressivo: 17 varas para quatro pescadores e as quatro varas nossas. Ficávamos como felinos observando, mas pouco se movimentavam. Mesmo assim, de quando em quando, um concorrente atravessava para nosso lado da lagoa pesquisando o movimento e, incitando a disputa, dizia: “- Até agora só pegamos uns cinco piauçus, dois pacus, uma pirarara etc., etc.”.

E o Du, como bom pescador, falava e olhava para o Beiço e dizia em bom tom de voz: “- Tá ruim, pois até agora só pegamos o dobro que vocês, coisa que nunca acontece conosco”. E às vezes contava um pouco da pesca anterior, que havia pego um monte de peixes e o concorrente saía e ia conversar com seus colegas.

E nós ficávamos sorrindo e achando que os outros tinham acreditado e eles da mesma forma, pensando o mesmo de nós. E fomos tocando a pescaria, trocando de lugar, de isca, de posição, de linha, de anzol, de altura da chumbada, mas por obra do destino ou milagre, lá pelas 6h30 do dia seguinte, uma de nossas varas foi acionada e cantou bonito.

E lá foi o Du pra dentro d’água e o Beiço pegou o barco a remo e tome puxão do pirarucu. E como nunca havíamos fisgado um peixe desse porte, ficamos eufóricos: e solte linha e prende a fricção. Com o barco acompanhamos troca de lado, troca de mão, troca de pescador e o peixe mal se cansava até que ele resolveu passar perto dos concorrentes e mostrar o seu dorso, aí foi a glória.

Mesmo sem muito fôlego, eu gritei para o Beiço: “- Esse é o terceiro ou quarto pirarucu que pegamos hoje”. E tome mais puxões do pirarucu e parecia que estávamos sendo puxados pelo peixe, e na hora de tirar o peixe d’água, o Du disse para o Beiço: “- Pule na água e abrace o peixe”. Mas nós estávamos impressionados com o tamanho e receosos, até que o Beiço agarrou firme e eu pulei na água e agarrei também o bicho, que é liso. Aí nós dois ficamos derrapando no barro e na grama até que tiramos, aí foi só alegria para fotos, 60 quilos de felicidade. Quem não acreditar vide foto acima.

Eduardo Bush Cameshi, o Du, e Fernando Henrique Gomes Cornélio, o Beiço, são pescadores e contadores de histórias. (Fonte: JCNET - BAURU - Pesca e Lazer)

Sobre o Pirarucu

Site PESCAPARA

Pirarucu , Origem: Wikipédia.

O pirarucu (Arapaima gigas) é um peixe que é encontrado geralmente na bacia Amazônica, mais especificamente nas áreas de várzea, onde as águas são mais calmas. Costuma viver em lagos e rios de águas claras e ligeiramente alcalinas com temperaturas que variam de 24° a 37°C, não sendo encontrado em zona de fortes correntezas e águas ricas em sedimentos.

Este peixe é um dos maiores de água doce do mundo, e conhecido também como o bacalhau da Amazônia. Seu nome vem de dois termos indígenas: pira, "peixe", e urucum, "vermelho", devido a cor de sua cauda.

Mitologia Nativa
Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos uaiás, que habitava as planícies do Sudoeste da Amazônia. Ele era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo.

Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder. Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhuma motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses.

Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhase seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçu, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucu, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia.

O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprezo. Então Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Xandoré, acertou o coracão do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.

Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados, enquanto o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo foi o terror da região.


Características
Esta espécie de peixe possui características biológicas e ecológicas bem distintas: De grande porte, sua cabeça é achatada e ossificada, com um corpo alongado e escamoso. Pode crescer até três metros de comprimento e pesar cerca de 250 kg, possui dois aparelhos respiratórios, as brânquias, para a respiração aquática e a bexiga natatória modificada, especializada para funcionar como pulmão, no exercício da respiração aérea, obrigatória principalmente durante a seca, ocasião em que os peixes formam casais, procuram ambientes calmos e preparam seus ninhos, reproduzindo durante a enchente; é papel do macho proteger a prole por cerca de seis meses. Os filhotes apresentam hábito gregário, e durante as primeiras semanas de vida, nadam sempre em torno da cabeça do pai, que os mantém próximos à superficie, facilitando-lhes o exercício da respiração aérea.

Apesar de ser uma espécie resistente, suas características ecológicas e biológicas o tornam bastante vulnerável à ação de pescadores. Os cuidados com os ninhos, após a desova expõe os reprodutores à fácil captura com redes de pesca ou arpão. Durante o longo período de cuidados paternais, a necessidade fisiológica de emergir para respirar ocorre em intervalos menores, ocasião em que os peixes são pescados. O abate dos machos nestas circunstâncias e também a longa fase de imaturidade sexual dos filhotes, conhecidos como "bodecos" onde seu peso varia entre 30 e 40 quilos, propicia na captura destes por predadores naturais como as piranhas, fazendo assim com que o sucesso reprodutivo da espécie seja diminuído. O Pirarucu não apresenta dimorfismo sexual externo, salvo quando em época de reprodução, que apresenta diferenças nas colorações de suas escamas.

Classificação científica


Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Osteoglossiformes
Família: Osteoglossidae
Género: Arapaima
Espécie: A. gigas
Nome binomial
Arapaima gigas
( Cuvier, 1829)

Fonte: Pescapara.com.br

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