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23 de março de 2011

SOS SETE IGARAPÉS URBANOS DE BOA VISTA - RR



Professor Vlademir Sousa apresenta atlas com os mapas da bacia hidrográfica dos igarapés urbanos de Boa Vista

Boa Vista ainda dispõe de sete igarapés 

VANEZA TARGINO

O Dia Mundial da Água foi comemorado ontem, 22 de março, e para mostrar a importância da água, a Folha fez ampla matéria sobre recursos hídricos de Boa Vista, preservação da mata ciliar e informações de impacto ambiental causado por obras que podem prejudicar os mananciais de água potável, principal fonte que atende ao consumidor na capital boa-vistense.

A necessidade de informações sobre os recursos hídricos de Boa Vista despertou no professor em Geologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Vladmir Sousa, o início de um projeto pioneiro em mapear e identificar a bacia hidrográfica urbana de Boa Vista. Após dois anos, o professor e mais equipe formada por 30 pessoas concluíram o trabalho que identificou sete igarapés que formam a bacia hidrográfica urbana.

Os sete grandes igarapés são: Caranã, Caxangá, Frasco, Pricumã, Grande, Paca e Mirandinha. O maior em extensão é o Caranã, com cerca de 10 quilômetros de comprimento, que passa por vários bairros da zona oeste da cidade.  Outro importante igarapé é o Caxangá, que fica na área central, passando pelo São Vicente, Calungá e Centro. Já o igarapé do Frasco vem sofrendo agressões com obras que estão destruindo a mata ciliar. Ele percorre bairros como Aeroporto, Cauamé e Jardim Floresta.

O igarapé em pior estado e praticamente morto, na área urbana, é o Pricumã, que passa pela zona oeste, ao longo do Pricumã, Asa Branca, Cinturão Verde, Jóquei Clube e outros. “Esse igarapé virou um esgoto”, disse o professor.

O igarapé Grande recebeu esse nome porque é formado por vários igarapés que se unem, formando uma grande área alagada, atingindo os bairros Araceli, Raiar do Sol e Nova Cidade. O igarapé Paca nasce no bairro Jardim das Copaíbas e se une ao igarapé Grande, desaguando no rio Branco. Já o Mirandinha passa pelos bairros dos Estados, Aparecida, Canarinho, Paraviana e Caçari.

“Falta pouco para o Mirandinha ficar completamente canalizado. Felizmente, uma parte dele está preservada dentro do condomínio Alfavile, no bairro Aparecida. A água é limpa e tem muitos peixes. É importante preservar a mata ciliar”, analisou ao justificar que os igarapés são abastecidos por pequenas lagoas que formam nascentes. “Hoje mais de 90% das lagoas desapareceram, pois foram aterradas. Os bairros que têm grandes problemas de alagamento são em locais que tiveram as lagoas aterradas. Em mapas podemos confirmar essa degradação”, explicou ao apontar o igarapé Mirandinha no Atlas.

O professor Vladimir explicou que o estudo fez um levantamento socioambiental de toda a margem dos igarapés. “Não tínhamos livros com essas informações. Então, vimos essa necessidade. Antes não se conhecia e, com o estudo técnico, encontramos os seus mananciais e suas funções até desaguarem nos rios Cauamé e Branco”, justificou.

Com base na pesquisa, Vladimir confirmou que mais de 90% das lagoas foram aterrados na área urbana. “Na área rural, quase 100% estão preservados. No estudo, tentamos mostrar a verdadeira realidade socioambiental dos igarapés de Boa Vista, do seu uso e ocupação do solo, além de analisar o estado de preservação da mata ciliar, que é um dos fatores que confirmam se a lagoa está preservada”.

Segundo ele, o pior problema causado pelo aterramento das lagoas, além das enchentes, é a eliminação das nascentes. “O aterramento faz perder o filtro natural da água da chuva. A lagoa retém essa água, que fica armazenada e é liberada lentamente em direção aos canais dos igarapés, na forma de centenas de nascentes, conhecidas como olho d’água”, explicou ao lamentar a degradação ambiental na área urbana.

Já a impermeabilização do solo dificulta a infiltração da água e provoca o rápido alagamento das ruas e avenidas em época de chuva. “Isso acontece em grandes centros, como São Paulo e Rio Janeiro. A enchente é a resposta do que se alterou na natureza”, observou.

A intervenção do homem de maior agressão, segundo o professor, é a canalização dos igarapés. “Isso causa muitos problemas, pois retira toda a mata ciliar e o igarapé vira um esgoto, pois retifica o canal e a águas correm mais rápido. Isso prejudica a dinâmica fluvial do igarapé, extinguindo o habitat dos peixes que estavam no igarapé. Os peixes são predadores naturais de larvas de mosquitos, como da dengue e malária. A canalização ainda acaba com a flora e a fauna”.

Um exemplo da degradação foi registrado pela Folha, num trecho do igarapé do Frasco, que teve parte da mata ciliar arrancada às margens da BR-74, no bairro Cauamé, para duplicação da rodovia.

“Uma parte da margem do igarapé do Frasco, no bairro Jardim Floresta, tem a mata ciliar preservada, com buritizal e lá surgem vários animais, como tucanos, papagaios, curica, paca, jacaré, sucuri e muitos outros animais que vão para lá se alimentar de frutas e de peixe”, citou ao justificar que reside próximo à área preservada. Fonte: Jornal Folha de Boa Vista/Manchetes Socioambientais ISA

COM A PALAVRA AS ENTIDADES AMBIENTAIS E O MINISTÉRIO PÚBLICO DE BOA VISTA...VAMOS SALVAR OS IGARAPÉS URBANOS DA CAPITAL DE RORAIMA?


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2 comentários:

  1. sou a rayjila da que de são paulo, morei 10 anos aí em boa vista rr,posso convirma,que essa cidade é um paraísso pra queles que sabem cuidar,amo de paixão essa cidade linda,e maravilhosa,pode não parecer cerdade mais eu cuidava das ruas,dos rios,dos igarapés,como se fossem a minha casa,tenho orgulho de dizer que eu morava aí,e ficava muito triste quando passava na televisão que,os lagos,lagoas,rios,ruas estavam muito sujos,poluídos...em fim "o planeta terra é a nossa casa"então vamos evitar de jogar lixos nas ruas,nos rios,nas lagoas,cuide bem no lugar onde vivemos,por que se não os preojudicados seram nós mesmos,e viver em mundo poluído não é bom!

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  2. É muito interessante esse trabalho voltado para as bacias hidrograficas do município, porém um igarapé muito extenso e sempre esquecido deveria fazer parte desse atlas já que está sendo alvo de degradações impactantes. Me refiro ao igarapé Ai grande que está localizado perto do "aterro sanitário" de boa vista. não temos muito material de estudo sobre ele.

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