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7 de maio de 2011

ENCHENTES PODEM SER EVITADAS E EXISTEM SOLUÇÕES INTELIGENTES PARA AS MESMAS



5 soluções para as enchentes
Entenda como a população e os governos podem evitar que as chuvas causem estragos nas cidades


Por Rodrigo Gallo / ILUSTRAÇÕES: RAFAEL URNHANI
REVISTA VIDA NATURAL & EQUILÍBRIO

É só o verão chegar que algumas cidades brasileiras sofrem com inundações, enchentes e deslizamentos. E o pior de tudo é que a cada ano, essas tragédias ficam mais graves, com números alarmantes de mortos e desabrigados. Resultado: as regiões afetadas podem demorar de um a dois anos para se recuperarem. E quem sofre com isso é a população. Mas será que os moradores também têm sua parcela de culpa pelos desastres?

Claro que sim, por jogarem lixo nas ruas ou construírem moradias em lugares proibidos e perigosos... E não apenas o povo, mas os governos também, que muitas vezes investem de forma insatisfatória em obras de contenção. É barato? Não. Mas sai mais em conta investir em prevenção do que consertar os estragos depois – até porque, as tragédias não causam apenas desastres fi- nanceiros. “Se não financeiramente, as pessoas são afetadas psicologicamente”, conta o major Anderson Silva, do Corpo de Bombeiros, do Rio de Janeiro.

Fato é que boa parte desses problemas podem ser evitados com iniciativas tanto do poder público quanto da população, que incluem construções eficientes, aplicação das leis, boa vontade e muita cidadania. Com o auxílio de profissionais da área, VIDA NATURAL indica cinco sugestões que podem minimizar as catástrofes ocasionadas pelas chuvas. Vamos a elas!

1. Áreas de risco
Não tem jeito. As autoridades precisam reforçar as fiscalizações e impedir a construção de imóveis em áreas de risco. Segundo o Código Florestal, é proibido firmar residência em encostas de morros ou barrancos com mais de 45 graus de inclinação. Também não se podem erguer casas a uma distância inferior a 30 metros de qualquer rio. O motivo? Se chover muito forte, podem ocorrer desmoronamentos e transbordamentos.

Mas só isso não basta, pois em alguns casos, já existem moradores nesses locais e não há como simplesmente expulsá-los. “O poder público precisa criar políticas que incentivem as pessoas a sair de suas casas em áreas de risco para se mudar para outros imóveis. Se não houver vantagem, muitos não vão sair”, afirma a socióloga Irene Freire, de Campinas, São Paulo.

Calçada ecológicaUm dos maiores problemas que contribuem para as enchentes é a impermeabilização do solo. Em grandes metrópoles, o asfalto das avenidas cobre boa parte do território. Assim, a água da chuva não pode escoar para a terra. Portanto, é fundamental manter áreas livres do concreto. Como, por exemplo, construir a calçada com blocos intertravados – peças pré-moldadas que encaixam no chão e permitem o escoamento da água. A outra vantagem é que, ao contrário do asfalto, este piso não se deteriora facilmente.


Não basta apenas cruzar os braços e cobrar soluções do poder público. A população também pode ajudar
2. Bom senso
Quem nunca viu sofás velhos, colchões furados ou pedaços de móveis jogados na rua? Essa atitude irresponsável pode causar um entupimento nas bocas de lobo, onde teoricamente a água deveria escorrer. Por isso, as pessoas precisam ter consciência dos riscos causados por esses atos e descartar o entulho em lugares apropriados. E, para incentivar, as prefeituras podem aumentar o número de operações cata-bagulho no decorrer do ano. Assim, a população terá a oportunidade de despejar esse tipo de lixo nos caminhões de coleta.

3. Educação
“É de pequeno que se aprende”. A frase pode ser batida, mas é bem verdadeira. Enchente é, em parte, um problema de infraestrutura: faltam piscinões, galerias pluviais, bocas de lobo limpas... Por outro lado, também é uma questão de cidadania – que deveria ser uma disciplina obrigatória nas escolas. Os professores poderiam, por exemplo, ensinar as crianças sobre reciclagem e como cuidar do meio ambiente e, principalmente, que não se pode jogar lixo nas ruas. E como os jovenzinhos aprendem rápido, com certeza vão reproduzir esse conhecimento para os pais, criando uma “corrente do bem”.

4. Assoreamento
Maltratar a natureza traz um retorno muito negativo aos seres humanos. E não só por conta da poluição. Há outros problemas muito graves, como o desmatamento em áreas próximas a rios. Quando as margens ficam com pouca vegetação, ocorre o assoreamento: o solo fica carente das raízes que seguram os desmoronamentos. Assim, essa terra desaba no rio, deixando-o mais raso. Daí, quando chove demais, ele transborda com rapidez. Portanto, a alternativa é plantar árvores próximas aos rios.

5. Obras públicas
Vale lembrar a parte que cabe às prefeituras e governos: as obras públicas. A população pode ter consciência, as escolas podem educar as crianças e o Código Florestal pode ser aplicado de forma mais rígida, ainda assim a administração pública precisa fazer sua parte. São ações em longo prazo e que custam caro, mas são necessárias para evitar enchentes. Os bueiros precisam ser limpos com mais frequência. Os córregos devem ser canalizados, para evitar que transbordem durante as estações chuvosas. E é preciso construir mais piscinões em locais que costumam alagar. Porém, infelizmente, isso está longe de acontecer. Um relatório do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) aponta que a cidade de São Paulo precisaria de 50 piscinões para evitar alagamentos. “O problema é que não há espaço físico para a construção de tantos piscinões”, pondera o engenheiro civil Rafael Duran, de São Paulo.


Voluntários conscientesNão basta apenas cruzar os braços e cobrar soluções do poder público. A população também deve contribuir para minimizar as tragédias ocasionadas pelas enchentes. E, para isso, a sugestão é organizar mutirões de voluntários para limpar bueiros, remover entulhos das ruas e colaborar com programas de coleta seletiva de lixo.


BLOG SOS RIOS DO BRASIL
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