TCU investiga irregularidades nas obras de transposição do Rio São Francisco
Publicação: 05/06/2011
Da Redação do Poti
O projeto de transposição, orçado em R$ 5 bilhões, prevê a construção de dois canais. O primeiro, cujo início é próximo a Cabrobó, a 530 quilômetros de Recife, é chamado de Eixo Norte e percorrerá 402 quilômetros até os rios Salgado eJaguaribe, ambos no Ceará, Apodi, no Rio Grande do Norte, e Piranhas-Açu, que corta a Paraíba e o Rio Grande do Norte. O segundo ramal, o Eixo Leste, cujo início é no município de Floresta (PE), também está em obra para levar parte do leito ao agreste de Pernambuco e da Paraíba. Além de empresas que venceram licitações, alguns trechos também são feitos pelo Exército, como o canal próximo a Cabrobó.
Embora o projeto estabeleça que a revitalização do rio seja feita paralelamente à transposição, o assoreamento ainda é um problema. Perto do município de São Francisco, no Norte de Minas, montes de areia brotam do leito, dificultando a navegação em alguns trechos. "Surgiram ilhas na região", relata o motorista Adelson Rodrigues de Souza, de 32 anos. Ele morou 14 anos em São Paulo e resolveu voltar à terra natal em dezembro de 2010. "Fiquei assustado com o que encontrei", diz. "O assoreamento está em todo lugar e os barrancos vão sendo derrubados pela má conservação do rio", acrescenta.
Outro desafio para a revitalização é a poluição do leito. Um exemplo disso ocorre em Propriá (SE), conhecida como a Princesinha do São Francisco. A cidade, que já foi a segunda economia do estado, atrás apenas da capital, Aracaju, ocupa hoje, segundo a prefeitura, a 22ª posição. Para sobreviver, muitos moradores fazem bico lavando carros, motos, ônibus e caminhões às margens do rio. Embora a atividade seja proibida, muitos "flanelinhas" chegam a estacionar os veículos com duas rodas dentro do rio, para onde escorrem sabão e outros produtos químicos usados na limpeza.
Irregularidades
O Tribunal de Contas da União investiga as obras de transposição do São Francisco. Em abril, técnicos do TCU encontraram indícios de fraude, no valor de R$ 29,9 milhões, na execução do contrato de um dos consórcios responsáveis por parte da obra. Desse total, mais de R$ 27 milhões já teriam sido pagos ao consórcio pelo Ministério da Integração Nacional, pasta responsável pelo projeto.
A suspeita é a de que o valor - ou boa parte dele - tenha sido repassado para pagar funcionários fantasmas. O relatório dos técnicos do tribunal sustenta, entre outras coisas, que "há a possibilidade de que os profissionais constantes dos boletins de medição não tenham sido contratados de fato, situação que ensejaria ilícito grave, caso comprovada". Em nota, o ministério informou que instaurou processo administrativo interno para apurar o caso. Fonte: Redação do Poti
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