Grande São Paulo vai buscar água no vale do Ribeira
Em cinco anos, parte dos paulistanos da zona sul e oeste, ao abrirem a torneira, vão consumir água carregada por quase 80 km.
Segundo o engenheiro responsável pelo projeto executivo da obra, Ivanildo Calheiros (da empresa Concremat), além da distância, há outro desafio: a água terá que vencer um desnível de 360 m para chegar aos paulistanos.
MANANCIAIS
O objetivo da Sabesp é até o final do ano contratar a empresa que fará as obras, a serem concluídas em 2016.
Será uma parceria público-privada e a vencedora poderá lucrar com a venda da água (por um período ainda não determinado).
Segundo Pena, a relação custo/benefício da obra é positiva. "Teremos competição [na licitação]", afirma.
Mesmo se o projeto estiver funcionando em 2016, a segurança hídrica da metrópole está garantida só até 2020, indicam as estimativas da própria Sabesp. Mas, segundo Dilma Pena, também será preciso reduzir as perdas para dar conta da demanda.
"A saída é cuidar da qualidade dos mananciais. Sob pena de sobrar só água muito poluída para o consumo."
Sabesp estuda captar água em outras bacias
DE SÃO PAULO
"Já não temos mais água para captar na região metropolitana de São Paulo. E cada vez que se vai buscar mais longe, você vai dando cotoveladas nos vizinhos", analisa Mônica Porto, especialista em recursos hídricos da Escola Politécnica da USP.
Segundo Porto, fora o vale do Ribeira [onde será feita a nova captação], o restante das cidades do Estado têm uma demanda muito grande por água e haverá disputa.
Hoje, a "cotovelada" só ocorre na região da bacia do Piracicaba, de onde São Paulo traz quase metade da água que consome. "Óbvio que a região de Piracicaba quer diminuir essa transposição. Mas São Paulo precisa dessa água", afirma Porto.
As próximas "cotoveladas" poderão ser dadas nas cidades do Tietê na região de Barra Bonita, em municípios do vale do Paraíba ou até mesmo nos locais no entorno do rio Paranapanema.
A Sabesp estuda captar água em todos esses lugares, segundo Pena, mas ainda não há projetos prontos.
Para abastecer as cidades da Grande São Paulo, a empresa, hoje, usa água de outras bacias. Ela capta, por exemplo, na área do rio Piracicaba e transpõe a água para o sistema Cantareira.
Para a especialista da USP, já não faz mais sentido planejar o abastecimento da região metropolitana sozinha. O foco deve ser a macrometrópole, que inclui a Baixada Santista e as regiões de Sorocaba, Campinas e São José dos Campos.
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
Acho que tem erro no título dessa manchete "CRISE DA FALTA D' ÁGUA NA GRANDE SÃO PAULO: SABESP VAI CAPTAR ÁGUA NO INTERIOR".
ResponderExcluirExplico: No mapa citam Juquitiba e Ibiúna como fornecedores da água. Oras, Juquitiba pertence à Grande São Paulo (região metropolitana), então não é interior de São Paulo.
Sabe que vc tem razão Ivete.
ResponderExcluirOs jornalistas da Folha de SP: VANESSA CORREA e EDUARDO GERAQUE deram um furo, se confundiram na geografia ou então não sabem
mesmo que Juquitiba é uma das dez cidades da região Sudoeste da RMSP. Parabéns. Envie um e-mail para a Folha de S. Paulo informando a eles.