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11 de agosto de 2011

Lixo & Enchente – Luiz Carlos Amorim

Luiz Carlos Amorim* – Florianópolis, SC – crônica publicada em janeiro 2011

Com as enchentes que estão assolando alguns estados do país, destruindo lares, desabrigando pessoas, causando prejuízos incalculáveis na agricultura, nas estradas e nas cidades, um detalhe pequeno me vem à memória. Pequeno, mas que pode fazer diferença.

Todos nós vimos que está chovendo muito, bem acima do esperado para qualquer época, mas o problema da enchente poderia ser minimizado, se as redes pluviais não fossem entupidas com lixo, que insistimos em jogar em qualquer lugar. O lixo que não é colocado no lixo vai para os dutos que escoam a água da chuva. E em chovendo muito, como estamos vendo, os dutos estão interrompidos com o acúmulo de plástico, papel, papelão, vidros e outros tipos de resíduos. E a água começa a se acumular e invade casas, lojas, ruas, etc.

Isso me lembra da coleta de lixo diferenciada que já vi em uma ou outra cidade. O lixo normal é recolhido como em todas as cidades, mas existe uma coleta extra que leva aquele lixo não considerado normal: móveis velhos, como sofás, armários; eletrodomésticos que não têm mais serventia, como geladeiras, lavadoras, fogões, etc. De maneira que os habitantes daquela cidade não precisam esperar a noite para pegar um sofá velho, um fogão velho ou outro aparelho grande que passou do tempo de validade para jogá-lo em algum terreno baldio ou algum barranco perto de casa ou alguma beira de rio.

Às vezes o serviço é até de um particular, como vi em Jaraguá, que recolhe tudo para revender o que pode ser reciclado.

O resultado de uma ação dessas é que as chuvas torrenciais não têm causado problemas de enchente por entupimento nessas cidades, pois as galerias pluviais parecem estar funcionando bem e drenando com eficiência mesmo grandes quantidades de chuva. E as cidades ficam mais bonitas, sem cacarecos pelas beiras das ruas, encostas ou rios.

Na grande Florianópolis, ainda somos ecologicamente muito mal educados – para dizer o mínimo – pois muitos ainda jogam lixo na beira da rua. E não é só lixo doméstico, não. A gente vê montes de lixo que obviamente foi alguma empresa que desovou de caminhão, pela quantidade – em locais como debaixo de viadutos, por exemplo.

O problema dos deslizamentos é responsabilidade do poder público, que não impede que se construa em áreas de risco, mas a obstrução dos dutos de escoamento pluvial é conosco, que não devemos jogar o lixo no chão.

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* Luiz Carlos Amorim – Florianópolis, SC – crônica publicada em janeiro 2011

http://luizcarlosamorim.blogspot.com/2011/01/lixo-enchente.html : 10.01.2011




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