NATAL (RN) MONITORA DESDE FEV AS ÁREAS DE RISCO E PRODUZ CARTILHA EDUCATIVA

Defesa Civil identifica casas em situação de risco de desabamento em Morro Branco

Bárbara Abreu e Ana Karla Martins
UM MODELO COMUNITÁRIO A SER SEGUIDO


Denúncia anônima alertou Defesa Civil

A Defesa Civil de Natal está monitorando as duas casas que correm risco de desabar. Segundo o técnico do órgão, Irimar Matos já foram tomadas todas as medidas necessárias para evitar que as famílias do local corram riscos. "Recebemos uma denúncia sobre as casas, fomos ao local, vistoriamos e constatamos que realmente as famílias que moram no local deviam deixar suas residências e ir para um local mais seguro", explica o técnico. Segundo Irimar Matos, as casas apresentavam rachaduras e as árvores estavam crescendo de forma desordenada.

Ele ressalta que não houve oposição das famílias em se retirar do local. "Explicamos o risco as famílias, eles entenderam e afirmaram que iam sair", afirma. De acordo com o técnico da Defesa Civil, foram encaminhados ofícios ao Corpo de Bombeiros e a Secretária Municipal de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Semthas). "Os bombeiros irão ao local para vistoriar a área, estudar o caso e dar uma solução para que as pessoas possam voltar para suas casas", afirma.

A Defesa Civil do município está monitorando desde fevereiro as áreas de risco em toda a capital e até o momento não houve maiores problemas. "Estamos recebendo denúncias e indo aos locais realizar vistorias, mas até o momento não houve casos que realmente causem risco a população", afirma Irimar Matos, técnico da Defesa Civil do Município.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Natal, o coronel Marcos Pinheiro, vários bairros da cidade que estão em áreas de encosta, próximos a lagoas de captação ou em locais que não possuem drenagem adequada estão sendo monitorados. Entre os mais críticos está o bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte de Natal. "O bairro é uma área bastante critica por não ter a infraestrutura básica para os moradores. Estamos firmando uma parceria com a comunidade para instalar no local, um Núcleo de Defesa Civil para atender melhor as pessoas", afirma.

Cartilha educativa 

Para alertar a população sobre quando a Defesa Civil deve ser chamada, o órgão estará entregando a partir da próxima segunda-feira (3), nas áreas de risco , uma cartilha contendo informações básicas. Bairros como Cidade Nova, Felipe Camarão, Passo da Pátria e Mãe Luiza estão entre os primeiros da lista para receber o novo material. Serão 20 mil cartilhas, distribuídas de forma gratuita. Fonte: Correio da Tarde



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Katarina das Vitórias

Pedro Batista mora a mais de 30 anos na casa em situação de risco

Durante uma vistoria realizada na tarde de ontem (28) na Rua da Torre no bairro de Morro Branco, a Defesa Civil de Natal constatou que duas casas encontram-se em situação de risco de desabamento. A recomendação da Defesa Civil é de que os moradores de ambas as casas se retirem do local, mas apesar de não se oporem a determinação, eles alegam que até agora, não foram informados para onde devem ser transferidos.

A região visitada abriga cerca de 50 famílias e está localizada à beira de um morro. As casas foram atestadas como de risco devido ao posicionamento e a presença de rachaduras nas paredes. Uma delas está localizada na parte mais acima da encosta e por ser uma região de fácil deslizamento, a casa logo abaixo também foi considerada em situação de risco. A família das duas casas alertadas é a mesma.

O porteiro Pedro Batista que mora na casa de baixo há mais de 30 anos com a mulher e um filho é pai de Cristina Batista que reside na casa de cima com o marido e mais quatro filhos.

"Não me oponho a sair, mas ninguém nos avisou nada ainda. Não tenho condições de sair daqui para ir para outro local com minha família. A Defesa Civil disse que viria novamente e estamos no aguardo para saber o que fazer a partir de agora", conta. A neta de Pedro, Raquel Batista, afirma que a mãe também não se opôs. "O problema é justamente esse. Ela está pensando em se mudar para a casa ao lado dessa e que pertence à família, e que não foi considerada com risco de desabamento, mas ainda esperamos uma posição oficial para regularizarmos nossa situação", explica.

Pedro conta que o problema maior é na casa da filha, que há oito meses apresenta grandes rachaduras. "O perigo é que a casa de cima continue rachando e de repente desabe sobre a minha", declara, acrescentando que todos estão cientes do perigo que as casas apresentam. Além dessa situação, outro agravante é que em uma das casas vizinhas, que pertence à outra filha de Pedro, galhos de árvores caíram por cima do telhado há cerca de dois meses e o Corpo de Bombeiros foi chamado para ir ao local.

"Eles vieram e podaram os galhos que haviam desabado, mas avisaram que não podiam cortar mais, pois teriam que ter a autorização do IBAMA. Dias depois um técnico do IBAMA veio, fez algumas anotações de desde então não apareceu mais e nem expediu autorização nenhuma. Os galhos continuam a crescer e o perigo de caírem novamente permanece", alerta.