A aquicultura poderá ser uma das mais importantes indústrias
Peter Druker, considera que a aquicultura deverá ser uma das importantes indústrias das próximas décadas
Fonte: Brasil Econômico por Luiz Valle
Imagem: Reprodução | Getty Images por Rui Caldeira
Até a primeira semana de dezembro, as empresas brasileiras de captura e cultivo de peixes e frutos do mar estavam de cabelo em pé, ante os rumores de que a presidente Dilma eliminaria (entre outros) o Ministério da Pesca e Aquicultura, na esperada reforma ministerial de janeiro.
Passado o susto, com o anúncio da presidente de que o MPA será mantido, o setor agora quer saber qual será o orçamento da pasta em 2012 e nos três próximos anos de governo Dilma.
A dimensão desses números será como um tira-teima para empresários e investidores, muito interessados em saber qual a real importância do MPA e da atividade para esse governo.
Aliás, não apenas para esse governo, mas também para os senadores e deputados da base aliada, a quem sempre resta a possibilidade de engordar a dotação inicial com as suas famigeradas emendas.
Para um ministério que no governo Lula chegou a contar com quase R$ 500 milhões por ano, haver-se com apenas R$ 214 milhões, em 2011, foi um exercício de parcimônia, sobre o qual a ministra Ideli Salvati, à época titular da pasta, assim se referiu: "Temos um desafio oceânico e um orçamento de aquário!".
O aprofundamento da crise econômica internacional vem dificultar ainda mais a situação para o jovem MPA, neste momento de afirmação institucional: o contingenciamento no Orçamento Geral da União tende a elevar-se dos R$ 50 bilhões, em 2011, para R$ 60 bilhões, neste ano.
A sorte está lançada! Peter Druker, Nobel de Economia e pai da administração moderna, considera que a aquicultura deverá ser uma das mais importantes indústrias das próximas décadas e certamente a mais revolucionária. Qual será a consideração de nossos mandatários a respeito?
Que dirá Druker, se lhe dermos a saber que o Brasil detém 12 do total de reserva de água doce do planeta, 5 milhões de hectares de terras alagadas, 8.500 quilômetros de costa marítima e condições naturais das mais apropriadas ao desenvolvimento da aquicultura, e que, ainda assim, só participamos do comércio internacional de peixes e derivados com mísero 0,03 de seu volume global?
Somem-se a isso a elevação vertiginosa do consumo per capita brasileiro de peixe e derivados, ano a ano; o aumento nas importações e a estagnação da produção interna.
Todas as variáveis apontam no mesmo sentido. Vale perguntar: em que sentido apontará o governo brasileiro?
Por que será que a Time Magazine, enquanto o Oriente pegava fogo com os arroubos da "primavera árabe", estampou um peixe na capa de sua edição de 18 de julho de 2011, com a manchete "The future of fish: can farming save the last wild food?"?
Ora, nós nem precisamos descobrir o potencial da riqueza que temos nas mãos: o mundo já nos fez essa gentileza, resta-nos explorá-la.
A manutenção de um ministério que dê sustentabilidade à criação de uma política nacional de aquicultura e pesca, em um país com tamanho potencial a explorar, foi uma questão política ou de bom senso? Empresários e investidores do setor nunca esperaram tanto por uma resposta.
Luiz Valle é administrador de empresas e diretor executivo da Cavalo Marinho-Criação e Beneficiamento de Frutos do Mar
Passado o susto, com o anúncio da presidente de que o MPA será mantido, o setor agora quer saber qual será o orçamento da pasta em 2012 e nos três próximos anos de governo Dilma.
A dimensão desses números será como um tira-teima para empresários e investidores, muito interessados em saber qual a real importância do MPA e da atividade para esse governo.
Aliás, não apenas para esse governo, mas também para os senadores e deputados da base aliada, a quem sempre resta a possibilidade de engordar a dotação inicial com as suas famigeradas emendas.
Para um ministério que no governo Lula chegou a contar com quase R$ 500 milhões por ano, haver-se com apenas R$ 214 milhões, em 2011, foi um exercício de parcimônia, sobre o qual a ministra Ideli Salvati, à época titular da pasta, assim se referiu: "Temos um desafio oceânico e um orçamento de aquário!".
O aprofundamento da crise econômica internacional vem dificultar ainda mais a situação para o jovem MPA, neste momento de afirmação institucional: o contingenciamento no Orçamento Geral da União tende a elevar-se dos R$ 50 bilhões, em 2011, para R$ 60 bilhões, neste ano.
A sorte está lançada! Peter Druker, Nobel de Economia e pai da administração moderna, considera que a aquicultura deverá ser uma das mais importantes indústrias das próximas décadas e certamente a mais revolucionária. Qual será a consideração de nossos mandatários a respeito?
Que dirá Druker, se lhe dermos a saber que o Brasil detém 12 do total de reserva de água doce do planeta, 5 milhões de hectares de terras alagadas, 8.500 quilômetros de costa marítima e condições naturais das mais apropriadas ao desenvolvimento da aquicultura, e que, ainda assim, só participamos do comércio internacional de peixes e derivados com mísero 0,03 de seu volume global?
Somem-se a isso a elevação vertiginosa do consumo per capita brasileiro de peixe e derivados, ano a ano; o aumento nas importações e a estagnação da produção interna.
Todas as variáveis apontam no mesmo sentido. Vale perguntar: em que sentido apontará o governo brasileiro?
Por que será que a Time Magazine, enquanto o Oriente pegava fogo com os arroubos da "primavera árabe", estampou um peixe na capa de sua edição de 18 de julho de 2011, com a manchete "The future of fish: can farming save the last wild food?"?
Ora, nós nem precisamos descobrir o potencial da riqueza que temos nas mãos: o mundo já nos fez essa gentileza, resta-nos explorá-la.
A manutenção de um ministério que dê sustentabilidade à criação de uma política nacional de aquicultura e pesca, em um país com tamanho potencial a explorar, foi uma questão política ou de bom senso? Empresários e investidores do setor nunca esperaram tanto por uma resposta.
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