semiárido: área em vermelho
Água no Semiárido brasileiro
Não é de megaprojetos que o Semiárido precisa. É de pequenos projetos baratos e localizados, que gerem soluções na área da água e também trabalho e renda para as comunidades isoladas.
24/02/2012
Site Mundo Sustentável
Washington Novaes*
São preocupantes algumas notícias sobre a questão de obras no setor de recursos hídricos no Semiárido brasileiro.
A primeira delas é na área do megaprojeto de transposição de águas do Rio São Francisco. Numerosos estudos mostraram inutilmente, durante décadas, que não é essa a melhor solução para prover de água regiões carentes e isoladas, que sofrem com as secas. Agora, informa-se que estão paralisadas, e até se deteriorando, obras em seis dos 14 trechos da transposição, embora os recursos tenham sido aumentados de 5 bilhões de reais para 6,6 bilhões. E embora o Tribunal de Contas da União esteja apontando superfaturamento em certos locais.
Outros estudos confirmam que a água transposta custará muito caro, pois terá de subir centenas de metros. Quem pagará a energia? E por que se vai levar água para cidades que continuam a desperdiçar mais de 40 por cento da que sai das estações de tratamento?
O ex-ministro Ciro Gomes, um dos maiores defensores da transposição para prover comunidades isoladas, agora tem confirmado também que a maior parte da água não será para abastecer casas nesses locais, e sim grandes plantações de produtos destinados à exportação.
E para complicar tudo, o governo federal decidiu substituir as cisternas de placa – que recebem água de chuva recolhida nos telhados – por cisternas de plástico, nas comunidades isoladas. Uma coligação de organizações não governamentais já implantou, com os melhores resultados, mais de 350 mil cisternas de placa, usando mão de obra e materiais locais. Por que substitui-las por cisternas de plástico, menos adequadas e que exigirão mais de 200 mil viagens de caminhões, a alto custo, para transportá-las desde os locais de produção – até completar um milhão de cisternas do projeto?
Não é de megaprojetos que o Semiárido precisa. É de pequenos projetos baratos e localizados, que gerem soluções na área da água e também trabalho e renda para as comunidades isoladas.
* Jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco.
Fonte: Repórter Eco - ASA BRASIL
A primeira delas é na área do megaprojeto de transposição de águas do Rio São Francisco. Numerosos estudos mostraram inutilmente, durante décadas, que não é essa a melhor solução para prover de água regiões carentes e isoladas, que sofrem com as secas. Agora, informa-se que estão paralisadas, e até se deteriorando, obras em seis dos 14 trechos da transposição, embora os recursos tenham sido aumentados de 5 bilhões de reais para 6,6 bilhões. E embora o Tribunal de Contas da União esteja apontando superfaturamento em certos locais.
Outros estudos confirmam que a água transposta custará muito caro, pois terá de subir centenas de metros. Quem pagará a energia? E por que se vai levar água para cidades que continuam a desperdiçar mais de 40 por cento da que sai das estações de tratamento?
O ex-ministro Ciro Gomes, um dos maiores defensores da transposição para prover comunidades isoladas, agora tem confirmado também que a maior parte da água não será para abastecer casas nesses locais, e sim grandes plantações de produtos destinados à exportação.
E para complicar tudo, o governo federal decidiu substituir as cisternas de placa – que recebem água de chuva recolhida nos telhados – por cisternas de plástico, nas comunidades isoladas. Uma coligação de organizações não governamentais já implantou, com os melhores resultados, mais de 350 mil cisternas de placa, usando mão de obra e materiais locais. Por que substitui-las por cisternas de plástico, menos adequadas e que exigirão mais de 200 mil viagens de caminhões, a alto custo, para transportá-las desde os locais de produção – até completar um milhão de cisternas do projeto?
Não é de megaprojetos que o Semiárido precisa. É de pequenos projetos baratos e localizados, que gerem soluções na área da água e também trabalho e renda para as comunidades isoladas.
* Jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco.
Fonte: Repórter Eco - ASA BRASIL
OBS. Segundo o site da Academia Brasileira de Letras (Busca no Vocabulário) a forma correta de escrever (nova nomenclatura) é SEMIÁRIDO (sem o hífem). Semi-árido não existe, segundo aquele site.
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
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