Transbordamento do Rio Paraopeba engoliu Brumadinho, na Grande BH Paola Carvalho - Estado de Minas
Debate Público sobre as enchentes na Bacia do Rio Paraopeba mobiliza comunidade e gestores públicos
Cerca de 50 pessoas de 15 instituições atuantes na Bacia do rio Paraopeba, participaram, dia 15 de março último, de um Debate Público sobre as Enchentes na Bacia do Rio Paraopeba, evento promovido pelo Centro de Ecologia Integral de Betim (CEIB), em parceria com o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba (CIBAPAR) e o Instituto EKOS para o Desenvolvimento Sustentável.
O encontro, que aconteceu no Cine-teatro Glória, na Colônia Santa Izabel, em Betim, faz parte da estratégia de elaboração de um programa estruturador para aumentar a segurança socioambiental na bacia em decorrência de eventos críticos do ciclo hidrológico – secas e enchentes. Projetos neste programa serão submetidos ao Fundo para Recuperação, Melhoria e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais, ao menos um deles deverá ser apresentado no ano de 2012.
A Colônia Santa Izabel em Betim – intensamente alagada a partir da foz do Córrego Bandeirinhas no rio Paraopeba nas duas últimas cheias – é o primeiro “estudo de caso”, com ações práticas, e servirá de modelo, com custos parcialmente arcados pela Prefeitura Municipal de Betim.
Presente à reunião, o Secretário Municipal de Meio Ambiente de Betim, Jomar Carvalho, disse que o município vem acompanhando os alagamentos causados pelo rio Paraopeba devido às chuvas, e que integração ao grupo de trabalho composto por diversas instituições, coordenado pelo Cibapar e EKOS, foi um grande passo para efetivar ações. “Estamos na busca de soluções para as cheias e suas consequências socioambientais. A prefeitura quer colaborar com os estudos e mapeamentos para sanar o assoreamento do Paraopeba, que hoje represa as águas do córrego Bandeirinhas”, explicou.
A assessora da Diretoria de Meio Ambiente da Copasa, Gláucia Brandão, representou, na oportunidade, o Diretor de Meio Ambiente da estatal, Tilden Santiago e destacou a união da comunidade e do poder público, lembrando que essa junção de esforços é o caminho ideal. “É preciso empoderar as instituições e entidades que possuem ressonância nas comunidades para que possamos fazer as intervenções necessárias. Nesse sentido, é louvável o trabalho do Ceib e do Cibapar, pois através dessas instituições conseguimos chegar às pessoas, ouvir o que elas têm a nos dizer. Precisamos também escutar os técnicos e estudiosos das questões ambientais e fazer a interlocução para fortalecer uma rede de apoio em busca das alternativas necessárias.”
Apresentador do programa Rancho Arte da Pesca, que vai ao ar pela TV Betim, Antônio Carlos de Melo (Totonho), considera fundamental levar a discussão dos problemas causados pelas enchentes à população. Segundo ele, a conscientização e publicização do assunto é o caminho para inserir a comunidade no diálogo. “Nós convocamos as populações ribeirinhas para filmar a situação e mostrar a realidade do rio Paraopeba. Para todos, o rio é do pescador simples ao grande empresário”, avalia.
Compreender o problema é o primeiro passo para ajudar a solucioná-lo. Nesse sentido, o vereador Cordovil Neves (Vila), acredita que, quanto mais a situação for debatida pela comunidade, maior será a conscientização dos problemas causadores das enchentes e as chances de solucioná-los. “A insegurança a cada chuva se tornou constante, principalmente aqui na Colônia Santa Izabel. Com esse debate, todos podem tomar conhecimento e se orientar”, explicou.
Já a bióloga e diretora-presidente do Instituto EKOS, Débora Ester Santos, conta que o debate foi decisivo no sentido de fortalecer o Ceib e conscientizar a comunidade sobre as causas das enchentes e como preveni-las. “As instituições apresentaram à população suas experiências com episódios envolvendo enchentes e, a partir daí, as pessoas puderam contribuir também. Chama a nossa atenção os relatos dos moradores de que, após a baixa do nível das águas, grandes quantidades de minério de ferro foram encontradas, o que reascende a suspeita de que o assoreamento do Paraopeba acontece em virtude da ação das mineradoras”.
A Colônia Santa Izabel em Betim – intensamente alagada a partir da foz do Córrego Bandeirinhas no rio Paraopeba nas duas últimas cheias – é o primeiro “estudo de caso”, com ações práticas, e servirá de modelo, com custos parcialmente arcados pela Prefeitura Municipal de Betim.
Presente à reunião, o Secretário Municipal de Meio Ambiente de Betim, Jomar Carvalho, disse que o município vem acompanhando os alagamentos causados pelo rio Paraopeba devido às chuvas, e que integração ao grupo de trabalho composto por diversas instituições, coordenado pelo Cibapar e EKOS, foi um grande passo para efetivar ações. “Estamos na busca de soluções para as cheias e suas consequências socioambientais. A prefeitura quer colaborar com os estudos e mapeamentos para sanar o assoreamento do Paraopeba, que hoje represa as águas do córrego Bandeirinhas”, explicou.
A assessora da Diretoria de Meio Ambiente da Copasa, Gláucia Brandão, representou, na oportunidade, o Diretor de Meio Ambiente da estatal, Tilden Santiago e destacou a união da comunidade e do poder público, lembrando que essa junção de esforços é o caminho ideal. “É preciso empoderar as instituições e entidades que possuem ressonância nas comunidades para que possamos fazer as intervenções necessárias. Nesse sentido, é louvável o trabalho do Ceib e do Cibapar, pois através dessas instituições conseguimos chegar às pessoas, ouvir o que elas têm a nos dizer. Precisamos também escutar os técnicos e estudiosos das questões ambientais e fazer a interlocução para fortalecer uma rede de apoio em busca das alternativas necessárias.”
Apresentador do programa Rancho Arte da Pesca, que vai ao ar pela TV Betim, Antônio Carlos de Melo (Totonho), considera fundamental levar a discussão dos problemas causados pelas enchentes à população. Segundo ele, a conscientização e publicização do assunto é o caminho para inserir a comunidade no diálogo. “Nós convocamos as populações ribeirinhas para filmar a situação e mostrar a realidade do rio Paraopeba. Para todos, o rio é do pescador simples ao grande empresário”, avalia.
Compreender o problema é o primeiro passo para ajudar a solucioná-lo. Nesse sentido, o vereador Cordovil Neves (Vila), acredita que, quanto mais a situação for debatida pela comunidade, maior será a conscientização dos problemas causadores das enchentes e as chances de solucioná-los. “A insegurança a cada chuva se tornou constante, principalmente aqui na Colônia Santa Izabel. Com esse debate, todos podem tomar conhecimento e se orientar”, explicou.
Já a bióloga e diretora-presidente do Instituto EKOS, Débora Ester Santos, conta que o debate foi decisivo no sentido de fortalecer o Ceib e conscientizar a comunidade sobre as causas das enchentes e como preveni-las. “As instituições apresentaram à população suas experiências com episódios envolvendo enchentes e, a partir daí, as pessoas puderam contribuir também. Chama a nossa atenção os relatos dos moradores de que, após a baixa do nível das águas, grandes quantidades de minério de ferro foram encontradas, o que reascende a suspeita de que o assoreamento do Paraopeba acontece em virtude da ação das mineradoras”.
A voz da Comunidade
Os moradores marcaram presença e cobraram soluções para as constantes enchentes no local. Entre eles, alguns exemplos: residente há 57 na região, o aposentado Nelson Flores, 69 anos, conta que sente falta de um Rio Paraopeba que não se vê mais. Seu filho, Thiago Flores, 26, ressalta que a reunião permitiu tanto à comunidade participar do processo de elaboração de medidas para prevenção de enchentes promovidas pelo Cibapar, como também possibilitou à população manter constante o debate sobre o tema. Aldo Belmiro, morador da região do Citrolândia é agente dos Programas Cesta/Escola e Bolsa Família da Colônia Santa Isabel, ambos gestados pela Prefeitura Municipal de Betim. Ele foi um dos agentes voluntários às vítimas das enchentes e, segundo conta, durante 18 dias foi responsável pela distribuição de marmitex a cerca de 350 pessoas desabrigadas.
Os moradores marcaram presença e cobraram soluções para as constantes enchentes no local. Entre eles, alguns exemplos: residente há 57 na região, o aposentado Nelson Flores, 69 anos, conta que sente falta de um Rio Paraopeba que não se vê mais. Seu filho, Thiago Flores, 26, ressalta que a reunião permitiu tanto à comunidade participar do processo de elaboração de medidas para prevenção de enchentes promovidas pelo Cibapar, como também possibilitou à população manter constante o debate sobre o tema. Aldo Belmiro, morador da região do Citrolândia é agente dos Programas Cesta/Escola e Bolsa Família da Colônia Santa Isabel, ambos gestados pela Prefeitura Municipal de Betim. Ele foi um dos agentes voluntários às vítimas das enchentes e, segundo conta, durante 18 dias foi responsável pela distribuição de marmitex a cerca de 350 pessoas desabrigadas.
Já Frei Basílio Resende, pároco da Paróquia Santa Isabel, faz avaliações positivas do encontro e diz que o objetivo é mobilizar a comunidade para ela possa tomar consciência da realidade e exigir das autoridades competentes ações nos âmbitos municipal, estadual e federal. “É preciso desassorear o rio Paraopeba, até porque isso trará também menos danos a todos quando as enchentes acontecerem. Estamos buscando mobilizar as pessoas para essa causa, organizar o conhecimento para atuarmos de maneira sustentável e darmos a nossa colaboração enquanto cidadãos”.
Frei Pedro José de Assis, da Comunidade Santa Isabel, animador do Ceib, por sua vez lembra que é preciso mobilizar cada vez mais as pessoas para o espaço da escuta e do trabalho terapêutico. “A comunidade é agente e sujeito deste processo. É ela que sofre as conseqüências, pois, é atingida nos seus bens e valores maiores, especialmente, quando precisa ser removida de suas localidades por causa das enchentes. Precisamos cuidar melhor da natureza para que possamos ter dignidade de vida”, ressalta.
Da reunião realizada em Betim participaram: Defesa Civil Estadual, Defesa Civil Municipal, IGAM, Copasa, Prefeitura de Betim, Prefeitura de Jeceaba, Programa Rancho Artes da Pesca, Colônia Santa Izabel, Ceib, Cibapar, Câmara Municipal de Betim, Morham, Vigilância Sanitária, ONG Incas, TV Betim, Secretaria Municipal de Saúde de Betim, além de moradores e população local.
Próximo encontro
O secretário-executivo do Cibapar, Mauro da Costa Val, lembrou que o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, entidade responsável por articular políticas públicas para proteção das águas da região, está promovendo uma série de debates, com empresários, produtores rurais e moradores de comunidades ribeirinhas. “Nossa intenção é estabelecer ações que promovam o crescimento econômico, sem prejuízos aos recursos naturais e as populações nestas localidades”, disse.
Os encontros acontecem em regiões correspondentes a 10 das 50 sub-bacias do Paraopeba. Nestas sub-bacias residem 92% da população da Bacia. 17 municípios tiveram estado de emergência oficialmente reconhecidos e outros 3 decretaram estado de alerta. É mais da metade dos municípios inseridos na Bacia, os quais vivem o drama da destruição provocado pelas enchentes.
E, no Dia Mundial das Águas, 22 de março, às 18h 30min, no Centro Cultural Clara Nunes em Caetanópolis, será promovida uma nova reunião aberta ao público. Nesta rodada de trabalhos, será discutido o processo de formalização do Comitê da Sub-Bacia dos Rios Cedro / Chico e Macacos/São João, bem como resultados iniciais do balanço hídrico (demandas versus disponibilidades) destas regiões hidrográficas.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Cibapar: Eficaz Comunicação (3047-6122 / 9968-0652 / 9968-0651)
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