BAIXO NÍVEL DO RIO URUGUAI PREOCUPA SÃO BORJA(RS) QUE PODERÁ PREJUDICAR CAPTAÇÃO DE ÁGUA

Ponta da Faixa virou atração turística com o baixo nível do rio Uruguai Crédito: juliano jaques / especial / cp São Borja Déficit de chuva muda cenário no cais O rio Uruguai em São Borja tem registrado pequenas elevações, mas mantém-se em torno de 1,5 metro além do ponto de captação da Corsan, ainda abaixo das médias históricas do período, de 3 metros. De fevereiro a abril, o manancial ficou sempre a apenas 1 metro da marca de referência.  Os números são reflexo das chuvas escassas no Sul do país. O gerente local da companhia, Sérgio Ribeiro, informa que no dia 13 de abril as águas chegaram a ficar somente 32 centímetros acima do ponto de captação, destacando que a marca deve ser uma das menores dos últimos 50 anos. As pequenas elevações registradas nos últimos dias no rio não alteram, porém, um cenário pouco comum aos são-borjenses, acostumados com grandes enchentes e marcas superiores a 12 metros.  No cais do porto, um dos locais mais visitados no Bairro do Passo, a água recuou entre 40 e 50 metros na chamada Ponta da Faixa, de onde partiam as lanchas que faziam a travessia para a cidade argentina de Santo Tomé antes da inauguração da Ponte da Integração, em 1997. Com a estiagem, o local tem se transformado em ponto de visitação, agora descoberto pelas águas. Em outras épocas, a Ponta da Faixa era área de banho ou de lavagem de veículos. Atualmente, placas de advertência indicam que essas são práticas proibidas, sujeitas a punições. Em janeiro de 2011, o rio manteve-se 2,85 metros além de cota, em média, chegando a 3,6 metros. No mesmo mês deste ano, a média foi de apenas 1,12 metro, chegando a 77 centímetros, segundo dados da Corsan. Nos meses seguintes, o nível seguiu baixando, com uma pequena elevação nos últimos dias. Em abril, a Corsan chegou a acionar um sinal de alerta, pois o serviço de captação e distribuição de água para os 60 mil habitantes da cidade poderia ficar prejudicado. Agora, a situação é de tranquilidade, mesmo que o rio esteja mais de 1 metro aquém das médias. No período mais crítico da estiagem, foi possível atravessar a pé o rio Uruguai para o lado argentino, com água pouco acima da cintura, pouco acima da Ponte da Integração. Diferente de outras baixas em anos anteriores, desta vez não foi possível praia no rio Uruguai em São Borja. Apesar das ocorrências de chuva no mês passado, prossegue o déficit hídrico na região de São Borja, especialmente na área rural. A lenta recuperação dos mananciais tem prejudicado a renovação das pastagens. Em maio, o índice normal de precipitações, segundo as médias históricas, é de 134 milímetros, mas ainda não choveu, conforme a Estação da Fepagro. Em abril, o índice ficou em 102 mm, quando o normal para o período seriam 187. No ano, é o terceiro mês com déficit pluviométrico. Segundo o coordenador da Defesa Civil, José Ênio de Jesus, devido ao quadro, foi prorrogado até 15 de julho o decreto de situação de emergência no município.

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