No leito do Parnaíba corre, a cada ano, 20 bilhões de metros cúbicos de água e a precipitação pluviométrica frenquentemente atinge 1.500mm/ano. Delta do Parnaíba - foto Morais Brito
PESQUISA MOSTRA VULNERABILIDADE DOS SOLOS DO BAIXO PARNAÍBA
São Luis (Agência Prodetec) – Um estudo a cargo de pesquisadores a Universidade Estadual do Maranhão mapeou a região do Baixo Parnaíba maranhense para verificar a vulnerabilidade natural de seus solos ante a erosão. Conforme Willinielsen Jackieline Santos Lago, Elienê Pontes de Araújo e Mércia Gabriely Linhares Teles, todos do Núcleo Geoambiental da UEMA, quase metade da área pesquisada apresenta grau de vulnerabilidade entre "alta" e "muito alta".
O trabalho, feito a partir do levantamento de uma série de dados e variáveis sobre o meio físico e o meio ambiente, é de grande relevância para a tomada de decisões por parte de órgãos governamentais ou privados, em relação a processos relativos ao uso do solo e planejamento geoeconômico.
A área analisada abrangeu as microrregiões dos Lençóis, Baixo Paranaíba Maranhense e Chapadinha, totalizando cerca de 15 mil quilômetros quadrados das bacias dos rios Parnaíba, Preguiças, Preto, Magu e seus tributários. A área representa 4,4 % do território do Estado e possui características naturais diversificadas, ocorrendo ecossistemas de cerrado, capoeiras, dunas e presença de manguezais na zona costeira.
Distribuição espacial
Segundo o mapa elaborado, resultado da integração e ponderação de dados de geologia, geomorfologia, uso e cobertura vegetal e tipos de solos, 43,2% da área apresenta alta vulnerabilidade natural e 1,3%, "muito alta", o que equivale a aproximadamente 6,5 mil quilômetros quadrados. Na categoria "média" foram enquadrados cerca de 7 mil quilômetros (48% da área total do estudo) enquanto 6,6% ficaram na faixa de "baixa" (6,3%) e "muito baixa" (0,3%).
De acordo com os pesquisadores, as áreas de vulnerabilidade baixa estão localizadas sobre vegetação de cerrado, caatinga, cerradão, mangue, carnaúba e restinga arbórea, apresentado solo do tipo latossolo. Por sua vez, as classificadas como de média abrangem principalmente "a formação barreiras e depósito de argilas adensadas com areias, nas unidades geomorfológicas de dunas móveis e nos relevos dissecado ondulado e forte ondulado com vegetação de campo cerrado, capoeira e babaçu e solos do tipo plintossolo, podzólico vermelho-amarelo e planossolos".
Os solos de alta vulnerabilidade estão concentradas nos depósitos eólicos litorâneos, com vegetação de dunas fixas, restinga arbustiva e herbácea e solo do tipo luvissolo enquanto os de vulnerabilidade muito alta correspondem às "formações Poti, Longá e superficiais, aos depósitos aluvionares, coluvionares, flúvio-marinhos, marinhos litorâneos, de mangues, cordões litorâneos e eólicos continentais", esclarece o estudo.
Tabela - Quantificação da classe de Vulnerabilidade Natural à Erosão.
Vulnerabilidade natural à erosão
| ||
Classe |
Área (Km2)
|
% na Área
|
Muito Alta |
188,2
|
1,29
|
Alta |
6.311,5
|
43,25
|
Média |
7.002,7
|
47,98
|
Baixa |
920,2
|
6,31
|
Muito Baixa |
47,6
|
0,33
|
Água |
122,9
|
0,84
|
TOTAL |
14.593,1
|
100,00
|
Para saber mais acesse os anais do XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE.
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