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29 de maio de 2012

NORDESTE BRASILEIRO ENFRENTA UMA GRAVE E LAMENTÁVEL SECA


INTEMPÉRIES... AGORA É A SECA

 Geraldo Margela Correia

A ciência tem especulado, formulado hipóteses e aprovado teses que descrevem com razoável certeza os fenômenos da natureza, suas causas e suas consequências.
Fenômenos climáticos têm sido estudados e, apesar das incertezas das formulações sobre se estamos já em era de aquecimento global ou se, em verdade, estamos entrando em outra era glacial, vemos na prática, que nossa conduta em relação à natureza tem sido desastrosa, pois nela despejamos toneladas e mais toneladas de carbono e de outros gases de efeito estufa e nos desfazemos celeremente de nossas florestas. 
As consequências aparecem em forma de ressurgimento de atividade em vulcões, ventanias descomunais, trombas d´água, tornados onde nunca ocorreram e secas cada vez mais arrasadoras das terras e de vidas, inclusive humanas. 
Assim, independentemente de quem tenha razão sobre que era estaria se instalando, as intempéries se impõem por toda parte, sendo agora a vez da seca, especialmente no semiárido brasileiro, notadamente na região Nordeste, mas não apenas, pois, também em áreas do denominado Polígono da Seca, que inclui o norte de Minas Gerais, já no Sudeste.
Há muito se estabeleceu uma correlação entre o fenômeno El Niño no oceano Pacífico e a ocorrência de secas, como a que agora se dá, em nossa terra nordestina. Desde então deveriam ter sido tomadas providências de eficácia permanente para enfrentar as consequências das prologadas estiagens. Ao revés, sempre são tomadas medidas emergenciais que, escritas em papel, parecem surgidas da mente de quem nunca se deparou com o fenômeno.
Experimentos existem e já são conhecidos e que, bem estudados, analisados nos locais onde se encontram postos em prática, poderiam ser ampliadamente aplicados e gerar efeitos benéficos no sentido de reter o solo, a água no solo e recuperar a vegetação por estes só motivos, evitando ainda o assoreamento que entope riachos e rios e, por esta razão, nas épocas de grandes chuvas geram a superabundância que afeta as áreas ribeirinhas indevidamente ocupadas por negligência, para dizer o mínimo, dos gestores públicos. Tais experimentos apresentam baixo custo de implantação, podendo ser utilizada a mão de obra autóctone para os trabalhos necessários.
É importante também conhecer o Atlas do Semiárido, da ANA – Agência Nacional de Águas, que traz soluções importantes  para o semiárido nordestino, mais bem adequadas e mais baratas que a Transposição das Águas do Rio São Francisco, que se fosse a solução para os doze milhões de que se fala, não teríamos pobres agricultores às margens do Rio padecendo das mesmas mazelas dos que se encontram distantes de quaisquer fontes ou correntes hídricas.
O conhecimento dos riscos que a ciência nos fornece exigiria vontade política para realizar os projetos verdadeiramente estruturadores que permaneçam funcionando com a chegada das secas sempre anunciadas e com os anúncios desprezados. Afinal se descobre que há necessidade do exercício da cidadania com a movimentação popular para que algo mude nesse cenário sempre igual com desperdício de dinheiro público com seus desvios e supervalorizações.
Assim, o Rotary é chamado a se inserir nos trabalhos, aliando-se a outras instituições governamentais ou da sociedade civil organizada para dar efetiva contribuição à solução que seja capaz de minimizar, ao menos, os problemas causados pelas intempéries de que tratamos, especialmente as secas .
Geraldo Margela Correia é Promotor de Justiça de Meio Ambiente e Membro do RC Recife Encruzilhada. 
ENVIADO PELO COLABORADOR João Suassuna —  28/05/2012 

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