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6 de outubro de 2012

QATAR DESSALINIZA 75% DA ÁGUA DO MAR CONSUMIDA NO PAÍS



Qatar transforma os lucros do petróleo em água doce

Estações de dessalinização da água do mar produzem 75% da água consumida no país. Os investimentos em tecnologia sustentável e em energia solar fazem o Qatar tentar vencer o desafio de produzir comida no deserto e resfriar lares.


No meio do deserto, o Qatar está sendo construído ou reconstruído praticamente do zero e pretende ser uma das maiores potências do mundo nos próximos anos. O país é quase uma ilha, uma península no Golfo Pérsico, banhada por águas salgadas. A capital, Doha, concentra 85% da população e se confunde com o país.
A economia tirou o sustento das águas do golfo ao longo dos séculos, antes mesmo da independência, que só veio em 1971. Tudo à base da pesca e do comércio de pérolas, até a descoberta do petróleo, em meados do século passado, quando começou uma revolução sem armas e discursos ideológicos, mas com muito dinheiro.
O pequeno Qatar tem a maior reserva de gás natural do mundo e muito petróleo, os grandes combustíveis da impressionante expansão do país. Só no ano passado, enquanto boa parte do mundo mergulhava na crise, a economia do Qatar nadava na prosperidade: cresceu 18,7%.
O país tem água de sobra. Mas rios, lagos e fontes de água doce, não. E água do mar não serve para o consumo humano, para criações de gado ou para a agricultura. Para pensar no futuro de um país, no meio do deserto, sem água, o dinheiro é usado para transformar os lucros do petróleo em água doce.
Cinco grandes estações de dessalinização do Qatar fornecem, juntas, 75% de toda a água consumida no país. O processo consiste na evaporação, para separar o sal da água. E depois na condensação, que reconstitui o precioso líquido. A operação envolve uma série de etapas, uma grande estrutura, e custa caro. O governo controla todo o processo e também a distribuição para as casas e para o comércio.
Apesar de todo esse esforço, a reserva de água potável do Qatar dá apenas para dois dias.
E se a escassez de água impõe limites à população da cidade, a situação é ainda mais complicada nos campos. Sem água, não existe agricultura. O Qatar importa hoje 90% dos alimentos que consome.
Na lei do mercado, pouca oferta significa preços altos. E muita gente acaba optando pelos alimentos industrializados, mais baratos, mas também menos nutritivos. O resultado é o aumento da obesidade e do diabetes no país
Num país cuja própria existência já é um desafio, outro obstáculo a ser superado pelo Qatar é garantir a produção e distribuição de energia elétrica. Sem rios, hidrelétricas estão fora de questão. Usinas nucleares, no delicado equilíbrio de forças do Oriente Médio, nunca foram uma opção. E a fonte mais usada hoje é a termelétrica, produzida nas usinas movidas a gás, o combustível mais abundante do país.
Por mais centralizado e absolutista que seja a monarquia que governa o país, o Qatar não pode ignorar os grandes debates do mundo. E o governo sabe que o reinado dos combustíveis fósseis é cada dia mais questionado, e vai acabar. Por isso, os esforços para planejar e pôr em prática um futuro sustentável. As apostas estão nas fontes de energia renováveis, principalmente na solar. A região tem um dos maiores índices de radiação solar do planeta.
No verão, com temperaturas que beiram os 40º C à noite, a população depende do uso constante de ar-condicionado. E o centro de pesquisas estuda também uma forma de utilizar energia solar para abastecer esses aparelhos.
Para coordenar os projetos de sustentabilidade do país, o governo criou a Fundação Qatar, uma instituição reúne especialistas de várias áreas.
De certa forma, e em uma escala menor, os desafios e ameaças do Qatar são exatamente os mesmos da Terra toda. E vai ser interessante ficar atento ao que acontece neste laboratório vivo no meio do deserto.
Veja em vídeo a íntegra do Globo News Especial.

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