Cultivando Água Boa, o caminho adiante: Encontro em Foz do Iguaçu chega à décima edição
Dias 22 e 23 de novembro
Foz do Iguaçu - PR
Um dos programas socioambientais de maior destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20 – realizada no Rio de Janeiro, em junho deste ano, o Cultivando Água Boa chega à 10ª edição de seu encontro anual com uma marca reconhecida de boas práticas e uma responsabilidade ainda maior.
Na última terça-feira (13), veio mais um reconhecimento. O programa garantiu à Itaipu Binacional o título de empresa cidadã. O prêmio Pintou Limpeza foi concedido pelo grupo Estadão.
O encontro
Com o tema "O caminho adiante", o encontro vai reunir, nos próximos dias 22 e 23 de novembro, mais de dois mil participantes para celebrar as conquistas, avaliar as ações executadas e planejar o próximo ano do programa socioambiental.
O evento acontece no Centro de Convenções do Hotel Rafain Palace, em Foz do Iguaçu. O Cultivando Água Boa (CAB), já reconhecido internacionalmente como modelo de gestão ambiental inovador, é desenvolvido pela Itaipu Binacional, a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia limpa e renovável do planeta, e diversos parceiros, entre prefeituras, empresas, organizações não governamentais e a comunidade em geral.
Nos dois dias de programação, haverá diálogos com a comunidade, reunião de prefeitos eleitos, homenagens, palestras, apresentações culturais, premiações, shows e participação de grandes nomes ligados à sustentabilidade. O encontro do CAB será uma grande oportunidade de aprendizagem, troca de informações e percepções sobre o programa.
Os encontros anuais do CAB constituem um dos principais pontos da metodologia participativa que caracteriza o programa. Na Rio+20, o CAB, que já conquistou vários prêmios nacionais e internacionais, foi tema de debates, palestras e recebeu o referendo de delegações governamentais, instituições, organismos internacionais, ativistas e militantes de ONGs e movimentos sociais.
A ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi uma das mais entusiastas. Ela destacou a importância do Cultivando Água Boa, ressaltando, inclusive, um dos seus aspectos fundamentais: contribuir para manter limpa a matriz energética brasileira, o que é possível porque o País utiliza em larga escala a hidreletricidade.
Marcos Terena, líder indígena e articulador do Comitê Intertribal do Brasil, defendeu a contribuição que a usina hidrelétrica de Itaipu tem dado às comunidades dos avá-guaranis da região. “Essas aldeias se tornaram autossustentáveis graças ao trabalho do CAB”, disse.
Atuação
O programa de desenvolvimento sustentável estabelece uma rede de proteção dos recursos da Bacia Hidrográfica do Paraná 3, localizada no oeste do Paraná, na confluência dos rios Paraná e Iguaçu. Cerca de um milhão de habitantes, em 29 municípios, são beneficiados.
Um dos pontos fortes do CAB é o apoio de Itaipu aos produtores rurais da Bacia do Paraná 3, na recomposição da mata ciliar de suas propriedades.
Em torno do reservatório, a Itaipu já plantou 24 milhões de árvores. A empresa também incentiva a agricultura familiar e orgânica, o uso de plantas medicinais e a sustentabilidade de comunidades que vivem em seu entorno.
Situação de risco
Desde 2003, a Itaipu Binacional e diversos parceiros do Programa Cultivando Água Boa vêm conseguindo mudar a realidade de populações em situação de risco social na área de influência do reservatório (a Bacia Hidrográfica do Rio Paraná – Parte 3).
São pescadores artesanais, indígenas e catadores de materiais recicláveis, em um total de mais de duas mil famílias atendidas. As ações que beneficiam essas comunidades estão abrigadas nas iniciativas Produção de Peixes em Nossas Águas, Sustentabilidade de Comunidades Indígenas e Coleta Solidária.
No segmento dos pescadores, por exemplo, a Itaipu vem conseguindo mudar a cultura extrativista com a adoção da aquicultura (criação de peixes em tanques-redes). Em seis municípios da região, o peixe passou a fazer parte do cardápio na merenda escolar.
“A inclusão da carne de peixe na merenda foi possível graças a uma máquina que separa as espinhas. A produção de carne mecanicamente separada já chega a 30 toneladas”, explicou o gestor do projeto, Irineu Motter, da Itaipu.
No total, são cerca de 850 pescadores assistidos, organizados em sete colônias e duas associações. Em nove anos, a Itaipu investiu R$ 4,2 milhões no projeto, o que permitiu a implantação de 550 tanques-redes na região. As pesquisas feitas por Itaipu sobre a capacidade de suporte ambiental do reservatório para esse tipo de atividade resultou no licenciamento pelo Ibama dos três primeiros parques aquícolas do Brasil.
Indígenas
O cultivo de peixes em tanques-redes também é uma prática que vem ajudando na melhoria das condições de vida de comunidades indígenas atendidas pelo Cultivando Água Boa. Na reserva indígena do Ocoy, por exemplo, os 40 tanques-redes respondem por uma produção anual de oito toneladas de peixes.
O apoio da Itaipu e demais parceiros do programa também se estende à infraestrutura (construção de casas e cascalhamento das estradas internas) e a melhorias nas práticas agropecuárias, por meio da aquisição de equipamentos para plantio, insumos, animais e sementes, preparo de solos, apoio à bovinocultura de leite, à apicultura e assistência técnica com técnicos indígenas e não-indígenas.
Nas três reservas indígenas (Tekoha Añetete, Tekoha Itamarã, em Diamante D”Oeste e Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu), as famílias são acompanhadas e orientadas no tratamento preventivo contra a desnutrição infantil, participando de cursos e orientação para o uso de alimentos, plantas medicinais e aromáticas.
A sustentabilidade alcançada nas comunidades tem, inclusive, atraído famílias indígenas de fora da região. Em 2010 e 2011, nas reservas do Itamarã e do Añetete, o número de famílias passou de 25 para 35 e de 45 para 73, respectivamente. Hoje, as três comunidades abrigam cerca de 260 famílias (1.300 pessoas).
Catadores
As ações da Itaipu voltadas aos catadores de materiais recicláveis se tornaram uma referência no País. Prova disso é que a Itaipu compõe o Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores e atua, desde 2008, em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.
Em 2012, formalizou um novo convênio com o Instituto Lixo e Cidadania para atender, além dos catadores da região da Bacia do Paraná 3 (BP3), os da Região Metropolitana de Curitiba e do Litoral do Paraná.
Em todos os 29 municípios que fazem parte da BP3, são cerca de mil catadores atendidos pelo projeto Coleta Solidária, organizados em 25 associações e três cooperativas.
Um dos resultados é o fortalecimento das cooperativas e associações da região, criadas com apoio da Itaipu. A Cooperativa de Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (Coaafi), exemplo, conseguiu aprovar um projeto pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para investir na capacitação de catadores autônomos da região. Outro projeto aprovado pelo BNDES garantiu recursos para a aquisição de equipamentos.
Outro resultado do Coleta Solidária foi a criação de um veículo elétrico para transporte de materiais coletados pelos catadores. Através de convênio com o movimento nacional da categoria, foram doados 150 carrinhos que estão em testes em várias cidades do País (o modelo ficou em exposição no estande da Eletrobras, no Parque dos Atletas, durante a Rio+20).
Jovem Jardineiro
Entre as iniciativas do Cultivando Água Boa que beneficiam pessoas de baixa renda está o programa Jovem Jardineiro. Trata-se de um projeto educativo, que já formou 229 jovens por meio de oficinas teórico-práticas, estruturadas em torno de três eixos: promoção da sustentabilidade na comunidade, conservação ambiental e consumo consciente, e plano de vida e carreira.
“O projeto prepara os jovens para o mundo do trabalho, buscando desenvolver competências para o trabalho em equipe, o empreendedorismo social, o exercício da autonomia e da cidadania”, resumiu o gestor do programa, Vinícius Ortiz de Camargo.
Para ver a programação, clique AQUI.
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