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17 de novembro de 2012

PROJETO RIO VIVO, EM NOVO HAMBURGO (RS): UM ANO CUIDANDO DO RIO DOS SINOS


Foto: Deivid Poncio
Projeto Rio Vivo fiscaliza e monitora a qualidade da água ao longo do curso do Rio dos Sinos


SEMAM intensifica a fiscalização no Rio dos Sinos


O mês de novembro é especial para a Prefeitura de Novo Hamburgo e para Secretaria de Meio Ambiente (SEMAM). Isto porque o Projeto Rio Vivo, iniciativa que busca fiscalizar e monitorar a qualidade da água ao longo do curso do Rio dos Sinos na área do Município, está completando um ano de atividades. Este trabalho é inédito. Antes, o monitoramento era realizado apenas em ocasiões de seca ou em casos de mortandade de peixes. A partir do Rio Vivo, a cada quinze dias a SEMAM realiza uma fiscalização no Rio dos Sinos.

Mas novembro também traz preocupações. Por causa da escassez de chuvas e do aumento das temperaturas, é nesta época que o rio começa a sofrer com as estiagens e as consequentes baixas no nível da água, que podem causar acidentes ambientas e resultar em novas mortandades de peixes. Além disso, com o descarte de efluentes no rio, estes riscos se tornam maior. Por isso, a SEMAM está intensificando o monitoramento do estado da água e a fiscalização da poluição e da pesca, que também é ilegal nesta época do ano (período de defeso).

Na sexta-feira, dia 9 de novembro, o secretário de Meio Ambiente de Novo Hamburgo, Ubiratan Hack, e sua equipe desceram ao rio para monitorar a água com a sonda multiparamétrica, que foi doada pela Universidade Feevale, e que mede 14 parâmetros da água. “Esta é uma ação proativa para evitarmos acidentes, como ocorreram em 2006, 2010 e 2011. As coisas acontecem sorrateiramente, em um dia pode estar tudo bem, e na manhã seguinte podemos nos deparar com cardumes mortos, e ninguém sabe como isso aconteceu. Por isso, também estamos trabalhando por terra, vistoriando diariamente as empresas para que não joguem nada no rio e arroios”, explica Hack. Ainda de acordo com o secretário, novas idas ao rio estão previstas para os próximos dias.

Resultados

Nesta última vistoria, foi constatado que os níveis do rio estavam em 0,85m, o que, segundo a SEMAM, é preocupante, não apenas por ser um número baixo (o ideal para esta época seria em torno de 1,5mt), mas pelas altas temperaturas que diminuem a capacidade de retenção de oxigênio. A concentração de oxigênio dissolvido, por sua vez, se mostrou satisfatória, em torno de 3mg/l, se for levado em conta as condições do rio. A condutividade, parâmetro que revela a concentração de íons na água e que serve como indicativo de poluição, estava em 97uS/cm. De acordo com a SEMAM, este número não é tão grave, mas ainda preocupa, pois o ideal seria menos de 60uS/cm. Quanto à fiscalização da pesca, na vistoria não foi encontrada nenhuma rede, o que, segundo Hack, mostra que as pessoas estão se conscientizando sobre os danos que a pesca pode causar ao rio nesta época do ano.

Primeiro ano de projeto

Embora neste primeiro ano o Rio Vivo tenha focado principalmente em levantar dados para embasar os próximos anos de monitoramento, já foi possível traçar o comportamento do rio nos períodos de cheia e de estiagem. Foi possível também determinar a capacidade de estabilização do Rio após a interferência do arroio. E a principal conclusão a que se chegou é que a qualidade da água varia na mesma proporção em que ocorre o aumento do nível do rio. Os níveis do rio neste um ano de projeto variaram de 5 metros, no período da cheia, para menos de 50 centímetros no período de maior estiagem. A concentração de oxigênio dissolvido é um dos parâmetros que mais demonstra a influência do volume de água em relação à qualidade.

Para desenvolver a ação, a SEMAM conta com uma equipe multidisciplinar composta de técnicos de diversas áreas. São dois biólogos, uma engenheira química, um engenheiro civil, um engenheiro agrônomo, um geólogo, três técnicas químicas, dois gestores ambientais e seis pilotos habilitados. Além disso, conta com uma estrutura física com três barcos, quatro motores, dois reboques, quatro veículos com disponibilidade de transporte das embarcações, uma sonda multiparamétrica, um oxímetro, um sonar (Ecobatímetro), dois GPS´s de localização, equipamentos de proteção individual e coletiva e rádios de comunicação (HT).

Parceiros

A principal parceira da SEMAM no Projeto Rio Vivo é a Universidade Feevale, por intermédio do professor Marco Antônio Siqueira Rodrigues, que disponibiliza o laboratório da Central Analítica e também uma sonda multiparamétrica para análises da qualidade da água do Rio dos Sinos, bem como dos Arroios pertencentes ao município. A parceria também envolve o levantamento de dados por parte da secretaria e uso dos mesmos para fins pedagógicos e estudos acadêmicos.

Mas, ao longo deste primeiro ano, o Projeto Rio Vivo contou também com o apoio de outros órgãos, como a Polícia Civil local e a Guarda Municipal. A COMUSA – Serviço de Água e Esgoto de Novo Hamburgo, também atuou como parceira. Além disso, foram realizadas vistorias em conjunto com a equipe da Secretaria de Meio Ambiente de São Leopoldo. Em uma das vistorias, foi constatada a presença de peixes agonizantes próximos a foz do Arroio Portão, no município de São Leopoldo. Este fato fez com que a SEMAM de Novo Hamburgo intensificasse ainda mais o controle da influência dos seus principais arroios sobre a água do rio.













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