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15 de abril de 2013

CENÁRIO PREOCUPANTE DA SECA DO VELHO CHICO, ATRAVESSADO A PÉ EM PROPRIÁ (SE)


(Foto: Reprodução / Facebook)

Seca no Baixo São Francisco faz nível do rio baixar

Pessoas conseguem fazer a travessia do Velho Chico por bancos de areia.
A falta de chuva na região do Baixo São Francisco, está afetando a maior riqueza da região, o Rio São Francisco. Com a seca, o nível do rio desceu, fato que vem preocupando a população ribeirinha da região.
O cenário é preocupante, a estiagem prolongada está fazendo surgir no Velho Chico, diversos bancos de areia, que crescem a cada dia. Nesta imagem que foi divulgada nas redes sociais, é possível ver que com o nível do rio baixo, muitas pessoas da região estão conseguindo realizar a travessia entre as cidades de Propriá (SE) e Porto Real do Colégio (AL), pelos bancos de areia.
Com a falta da chuva, a vazão do rio, controlada pela Chesf, que era de 1.300 m cúbicos por segundo, passará a ser de 1.100 m cúbicos por segundo. A redução do nível do rio, haverá redução também dos gastos com o funcionamento das termoelétricas. O Ibama já aprovou o projeto.
O período de cheia da região é entre os meses de dezembro a março, sem chuva, os prejuízos ambientais já começaram a dar sinal, a erosão nas margens do Velho Chico se torna evidente, a formação de bancos de areia é constante e a reprodução dos peixes está sendo reduzida.
O ribeirinho que vê aos poucos, mudanças profundas no Velho Chico, espera uma melhoria no cenário do sertão sergipano, e pedem ao santo São Francisco, que a chuva chegue no sertão, trazendo mais alegria e fartura a todos.
Da redação Itnet, Leonardo Dias.
 
Fonte para edição no Rema
Ruben SiqueiraComissão Pastoral da Terra / Bahia
Articulação Popular São Francisco Vivo

COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife


A questão da debilidade hídrica do rio São Francisco, em época de estiagem prolongada, faz parte do nosso discurso contrário ao projeto da Transposição do rio São Francisco. Se o projeto estivesse em vigor, de onde seriam retirados os volumes necessários ao atendimento da demanda de 12 milhões de pessoas no Setentrional? Não foi por falta de aviso que essa situação tenha chegado a esse ponto. No momento, o governo federal está em situação difícil, qual seja, a de concluir a obra e acabar de matar o rio, ou a de decidir por outras alternativas, como aquelas voltadas para a utilização das águas interiores do Semiárido. O sucesso das eleições de 2014 estará na dependência do acerto dessas questões. Um alerta: povo sedento não costuma pingar votos.

João Suassuna

José do Patrocínio Tomaz Albuquerque - Consultor e Professor aposentado da Universidade Federal de Campina Grande.

Prezado João Suassuna
Esta situação de assoreamento do leito do rio São Francisco, em seu baixo curso, tem a ver, também, com o açodamento da erosão e consequente aumento da sedimentação, resultante da operação do reservatório de Xingó que se destina ao atendimento das demandas energéticas de pico. Por esta razão, Xingó solta grandes vazões em poucas horas, aumentando o poder erosivo do rio a jusante. Com o cessar da vazão gerada, o fluxo do rio não tem capacidade de transportar os sedimentos criados, os quais se depositam no leito do rio. Com a seca, tudo se torna mais cruel e visível. A solução seria a construção de outro reservatório que participaria do plano de aproveitamento do rio, a jusante de Xingó, possivelmente em Pão de Açúcar  A propósito das informações do ONS sobre os reservatórios do Velho Chico, tem sido veiculado que em Xingó o fluxo se faz a “fio d’água”, não se quantificando volumes de entrada e de saída do reservatório. Se tem reservatório, a captação não é a fio d’água. Esta, se faz em curso não interceptado de rios de regime de escoamento permanente. A forma de outorga destes fluxos é a vazão de permanência com determinada garantia (geralmente, 95%, correspondendo, em quase todos os rios perenes nacionais à parcela da vazão de base desses rios) ou a chamada Q7,10 (vazão mínima de 7 dias com período de retorno de 10 anos).

Abraços,
Patrocínio
 
ENVIADO por João Suassuna — Última modificação 15/04/2013  - REMA ATLÂNTICO


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