Em PE, criadores lamentam rastro de miséria deixado pela estiagem severa
Série de reportagens sobre a Seca - Rede Globo / NE TV Segunda Edição - 22/04/2013
Assistam a reportagem AQUI
Rebanhos têm sido dizimados por causa da falta d'água e de alimento. Pecuaristas fazem o possível para tentar salvar os bichos.
Os animais do interior de Pernambuco não estão sobrevivendo à forte seca que atinge o Estado, considerada uma das piores das últimas décadas. Para tentar salvar a criação que resta, muitos produtores estão recorrendo a tudo o que encontram para conseguir alimentar os animais. “É tirando macambira, mandacaru, pra passar na forrageira, misturar, enquanto vai alimentando”, afirma o criador de ovelha e bode, Manuel Gomes de Souza.
O movimento do galpão onde a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) entrega o milho comprado a preço baixo é de homens ansiosos e tristes. As cabras de Menininho Menezes não conseguem segurar os filhotes até a hora do parto. “[A cabra] está há oito dias sem comer milho, por falta de milho. Aí começou a perder. Tem meia dúzia perdendo. Tem um bocado pra parir. E eu vou fazer o quê”, indaga.
Para conseguir comprar o milho, os criadores pagam o boleto no banco e vêm buscar o produto no dia marcado, mas não podem comprar a quantidade que precisam. O criador Odon Cruz Filho costumava comprar 960 kg e agora só conseguiu 600 kg. “Disseram que só podia pegar isso, que foi a nota que deram.”
Em uma propriedade de Floresta, no Sertão, onde há as maiores criações da região, sempre nos finais de ano, o proprietário, Sérgio Jardim, enfeitava a frente da fazenda com muitas bolas de Natal. Em dezembro do ano passado, ele resolveu fazer diferente. O tempo de festas passou e ele não desmontou a decoração, como forma de um protesto.
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Sérgio comenta uma amostragem que fez da perda do rebanho. “É uma amostragem do rebanho que está sendo dizimado pela seca. de um rebanho de 700 animais, hoje, está resumido a um pouco mais de 200.” Dos animais que sobraram, uma parte ele mandou para o Maranhão. Num caminhão com 100, morreram 40.
As crianças da região acabam tendo que presenciar a morte dos animais. “É uma coisa horrível. Nunca tinha visto isso aqui desde que eu me entendo por gente”, conta José Daniel de Menezes, de 12 anos, que sente a dor pela perda dos bichos. “Aguento, mas dói. o aperto é grande.”
Enviado por João Suassuna — Última modificação 23/04/2013
...E SABER QUE ESTAMOS GASTANDO MILHÕES COM ESTÁDIOS DE FUTEBOL, QUE APÓS A COPA NÃO SERÃO MAIS USADOS!!!
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