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8 de maio de 2013

ÁGUA E SAÚDE - PROGRAMA ÁGUA DOCE DO MMA



Água e Saúde

A qualidade de vida das populações depende do acesso aos bens necessários à sua sobrevivência. Entre as ferramentas existentes para a manutenção da saúde e da qualidade de vida, a principal é o saneamento básico ou saneamento ambiental. 

A água potável, assim como a coleta de esgoto, tem fundamental importância para a diminuição do índice de mortalidade infantil, pois evitam a 
disseminação de doenças vinculadas às más condições sanitárias e de saúde. Esses itens são igualmente importantes quando nos referimos ao aumento da expectativa de vida da população. A baixa expectativa de vida também é um indicador da pobreza que atinge a população.


No mundo em que vivemos, um bilhão de pessoas têm acesso a fontes de águas melhoradas, enquanto 2,5 bilhões vivem sem saneamento básico. Estas últimas figuram entre as mais pobres do mundo e também como as mais propensas a adquirir doenças. De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a falta de abastecimento de água potável 
é responsável por 80% das mortes nos países em desenvolvimento. 


Seis mil crianças, com menos de cinco anos, morrem por dia em todo o mundo em razão de doenças relacionadas a impurezas da água consumida. Elas são vulneráveis a doenças fatais como diarreia, cólera, febre tifoide e  doenças transmitidas por insetos.



Segundo a Organização Mundial de Saúde, para cada dólar investido em saneamento, economizam-se cinco dólares nos dez anos seguintes em postos de saúde, médicos e hospitais.


No Brasil, morrem atualmente 29 pessoas/dia por doenças decorrentes da qualidade da  água e do não tratamento de esgotos e avalia-se que cerca de 70% dos leitos dos hospitais estão  ocupados por pessoas que contraíram doenças transmitidas pela água (JUNIOR, 2004).


As doenças de veiculação hídrica aumentam de intensidade e distribuição em regiões com alta concentração populacional, pela intensificação das atividades humanas e pela grande geração de resíduos que são dispostos de maneira inadequada, causando contaminação por patógenos das águas superficiais e subterrâneas.


Conforme Rebouças et al. (2002), as doenças infecciosas associadas à água podem ser classificadas de acordo com os modos de propagação. Esta classificação é a mais utilizada por engenheiros sanitaristas, pelo fato de permitir uma avaliação direta dos efeitos das melhorias, ou ações corretivas que são implementadas. 


Esta classificação engloba quatro categorias básicas:

a) Com suporte na água – quando os organismos patogênicos são carreados 
passivamente na água que é consumida por uma pessoa (ou animal), causando infecção.

Exemplos típicos são o cólera e a febre tifoide (cujos agentes etiológicos são o Vibrio cholera e a Salmonella typhi, respectivamente), que têm dose infectiva bastante baixa e são facilmente transmitidas através de sistemas de distribuição de água.

As medidas preventivas preconizadas são a melhoria da qualidade da água através, principalmente, de desinfecção adequada, e evitar que consumidores utilizem fontes opcionais de água, que possam estar contaminadas.


b) Associadas à higiene – infecções causadas por falta de água e que podem ser controladas com disponibilidade de água e melhoria de hábitos de higiene.
São características as doenças de pele, tais como a tinha e a sarna e a dos olhos tais como o tracoma. Incluem-se também, algumas doenças diarreicas, como a disinteria bacilar (Shigella spp).
O controle é proporcionado através da provisão de quantidade suficiente de água para banho, lavagem de mãos e de utensílios de cozinha. A quantidade deve ser proporcionada em adição à água disponível para bebida. O mero acesso à disponibilidade de água e ensinamento
de preceitos básicos de higiene pessoal reduz a transmissão de doenças incluídas nessa classe.

c) De contato com a água (ou com base na água) – infecções transmitidas por um animal invertebrado aquático que vive na água, ou que passa uma parte de seu ciclo de vida em moluscos aquáticos ou outros animais aquáticos, podendo causar infecção através do contato da pele.

Essas infecções não são passivamente transmitidas de pessoa a pessoa, através da água.
As larvas ou ovos que atingem a água não são imediatamente infectantes ao homem, mas são imediatamente infectantes a espécies invertebradas específicas, principalmente moluscos e crustáceos. As larvas se desenvolvem nesses hospedeiros intermediários, que após um período de dias ou semanas, expelem outros tipos de larvas na água. Essas são imediatamente infectantes
ao homem através de ingestão com a água, ou através de contato com a pele.
No Brasil, assim como em muitos outros países, a mais importante das infecções com base na água é a esquistossomose. 
Existem três espécies de esquistosomas: Schistosoma mansoni, Schistosoma haematobium, e Schistosoma japonicum, ocorrendo respectivamente na África,
América do Sul e América Central.
A experiência vivida em vários países demonstrou que a implementação de sistemas de distribuição de água potável reduz, consideravelmente a incidência da esquistossomose.

d) Associadas a vetores desenvolvidos na água – infecções transmitidas por organismos patogênicos, através de insetos desenvolvidos na água e que picam nas proximidades da água. No Brasil, as infecções associadas a vetores desenvolvidos na água são a malária, a febre amarela e a dengue.

A provisão de água segura e de sistemas, mesmo simplificados, de saneamento básico, reduz dramaticamente a incidência dessas doenças infecciosas.

O Quadro 14 mostra alguns exemplos de doenças infecciosas associadas à água, classificadas de acordo com os modos de propagação.



Um estudo do Pacific Institute of Oakland, na Califórnia, feito como preparativo para a Rio+10, afirma que o número de mortes em decorrência do uso de água suja pode ultrapassar o de mortes

causadas pela pandemia global de Aids nas próximas duas décadas. “Até 76 milhões de pessoas, a maioria crianças, morrerão de doenças evitáveis ligadas à água até 2020, mesmo se os atuais objetivos das Nações Unidas forem alcançados”, disse Peter H. Gleick, diretor de pesquisa do instituto.


Fonte: DO PROGRAMA ÁGUA DOCE - MMA


ENVIADO PELO COLABORADOR:

Ronaldo Costa 
Analista Ambiental
Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas - MMA

Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano 

BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

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