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20 de maio de 2013

RECUPERAÇÃO DO ACIDENTE DO RIO PARAÍBA DO SUL PODERÁ LEVAR ATÉ DOIS ANOS

Acidente: Rio Paraíba, que fornece água para a maioria dos municípios da região, foi atingido por um vazamento de óleo


Recuperação pode levar até dois anos

Wellington Silva
welington@diariodovale.com.br
Sul Fluminense

Essencial para a sobrevivência da maioria das cidades da região, a água do Rio Paraíba do Sul foi atingido por um acidente ambiental. O vazamento de um dique da Transpetro, de São José do Barreiro, em São Paulo, derramou 49 mil litros de óleo no manancial. A captação de água chegou a ser interrompida por mais de 24h em alguns municípios.

De acordo com biólogos e especialistas, este vazamento pode ser considerado um acidente ecológico de médio porte. E a captação de água teve de ser interrompida em virtude da mancha de diesel conter material inflamável com fortes índices químicos.
- O primeiro a ser atingido foi o Rio Formoso, depois o Rio Sesmarias, que despejou a macha no Rio Paraíba. O produto, que contém diesel, estava armazenado dentro de um contêiner, misturado ao material do recipiente que o deixou com um teor alterado. A interrupção na captação de água foi necessária para que uma limpeza minuciosa fosse realizada - informou o biólogo químico, Thiago Walnei.
Thiago também enfatizou que o consumo da água pela qual a mancha passou poderia causar alterações no organismo e seriam prejudiciais à saúde.
- Por ser um produto com forte teor químico, o consumo desta água contaminada por esse óleo, poderia causar alterações como diarreias, náusea e queimação no estômago, além de manchas na pele. Isto tudo só nas primeiras 48h de consumo - enfatizou.

Após o fim do período de inspeções sobre as condições deixadas pela mancha de óleo, a presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, em nota no site de órgão, enfatizou que todos os municípios afetados pelo vazamento de óleo, estavam autorizados a reiniciar o processo de captação de água.
- O óleo que vazou da Transpetro e atingiu os principais rios da região está disperso e em fase de degradação. Por isto, o Inea autoriza os municípios a retomarem o processo normal de captação de água - comunicou.
A presidente ainda reforçou que o instituto não pode mensurar a quantidade exata de óleo que vazou, mas como em nota publicada anteriormente, volta a reforçar que foram mais de oito mil litros - primeira informação passada.
- Apesar da volta da captação, estamos mantendo o processo de monitoramento dos rios pelos quais a mancha de óleo passou. O Inea, apesar de não ter a estimativa exata de óleo que vazou, descarta riscos ao Reservatório de Santa Cecilia, localizado na Região de Barra do Piraí - enfatizou.

Recuperação de seis a meses a dois anos
Trabalhando há 23 anos com produtos a base de óleo diesel, o engenheiro químico, Ailton Valério, enfatizou a responsabilidade das grandes empresas. Para ele, é necessária uma maior vigilância sobre os estoques de produtos químicos armazenados em áreas próximas ao meio ambiente, principalmente porque demanda tempo para a sua recuperação em caso de acidentes.
- Em virtude de o óleo diesel ser um composto corrosivo e prejudicial para as reservas naturais, um acidente como este representa aspectos negativos quando as empresas não conseguem criar ferramentas que mantenham o controle e a vigilância do armazenamento de seus produtos - enfatizou.

O meio ambiente pode levar de seis meses até dois anos para se recuperar totalmente de um acidente de médio porte - nível em que foi classificado o vazamento de óleo -, segundo especialistas. Biólogos e engenheiros químicos alertaram ainda que, independente do tamanho da mancha, o óleo é um produto de origem química que modificou ou continua modificando o fluxo de um rio. 

Sobre a questão da fauna e da flora, Thiago Walnei enfatizou que os órgãos ambientais devem realizar vistorias frequentes durante os próximos dois anos.

 Prazo máximo para a recuperação total dos Rios atingidos.
- Todos os rios em que a mancha de óleo deixou um rastro merecem uma atenção especial. Mas o foco maior deve ser direcionado para o Rio Paraíba do Sul, que corta municípios que apresentam uma flora ribeirinha e uma quantidade considerável de animais que utilizam água não tratada - enfatizou.

O Inea enfatizou que um sistema de supervisão de coleta de amostra de águas, será realizado constantemente durante os próximos dois anos.
- A supervisão da situação dos rios e consequentemente da fauna e da flora local continuará. O Inea liberou a captação de água baseado em critérios de uma nova paralisação em caso de aparecimento de substâncias com odor característico do combustível - comunicou o técnico em laboratório e fiscal do Inea, Leonardo Martins Senna.

Multa entre 10 mil a 10 milhões
Manchas de óleos em mares, rio e lagos podem ser considerados acidentes ecológicos passíveis de punições. As sanções previstas por lei podem gerar multas entre R$ 10 Mil e R$ 10 milhões - de acordo com o tipo e tamanho do acidente.
Além do pagamento, as empresas punidas também podem ser instruídas a realizar serviços ecológicos. No caso de rios, por exemplo, quando ocorre perda da fauna ou da flora, um trabalho de replantio ou de recolocação da vida local (peixes e algas) deve ser realizado.

Prejuízo para o comércio e atraso nas aulas
A mancha de óleo não trouxe prejuízo apenas ao ambiente. Diversos setores da economia local sofreram tendo que paralisar suas atividades ou fechar estabelecimentos antes do horário normal.
- Trabalho com cinco funcionários em minha loja, mas sem água, tive que mandar três deles mais cedo para casa e também encerrar o expediente com uma hora de antecedência. Em tempos de vendas fracas para quem vive do comércio, esta situação foi de grande prejuízo - apontou o proprietário de uma loja, Samuel Antônio Fiorentino.

Partilhando do mesmo ponto de vista, a gerente de uma lanchonete no bairro Vila Santa Cecilia, Ana Maria Gaione contou que foi obrigada a encerrar as atividades durante o período da tarde.
- Tive prejuízo, mas tinha que mandar meus funcionários para casa. A água é essencial para o nosso trabalho. Sem água não deu para trabalhar - informou.
Em consequência da falta de captação de água, escolas da rede pública dos municípios de Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí e Quatis suspenderam suas atividades prejudicando uma grande parcela de alunos.
- Sei que a falta de água não é culpa dos professores. Tenho dois filhos e, como outros pais, estou preocupada com a perda de conteúdo causada pelos três dias sem aula - explicou uma mãe.Fonte: Diário do Vale - INFOAMBIENTAL - 
Comissão Ambiental Sul-RJ 



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