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9 de setembro de 2013

SOS RIO TIETÊ - EM MOGI DAS CRUZES O RIO TIETÊ ESTÁ NA UTI


Vanda dos Santos aponta o trecho crítico na Vila Industrial e avalia situação na Cabo Diogo Oliver / Foto: Eisner Soares

Esgoto é maior poluidor do Tietê



O Rio Tietê, em Mogi das Cruzes, está na UTI. É o que afirma a engenheira-agrônoma, doutora em ecologia e coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Braz Cubas, Vanda dos Santos Silva. Na última quinta-feira, ela aceitou o convite da equipe de reportagem de O Diário para analisar a situação do rio, percorrendo as principais pontes sobre o curso da água na Cidade. Esgoto, assoreamento, mau cheiro, e afunilamento da calha são os principais problemas.
“O rio está bastante assoreado, o que é nítido. Realmente tem que ser feito um trabalho para evitar isso, mas o mais importante é evitar que o esgoto chegue à água e melhorar a margens, recuperando a mata ciliar”, resume a professora. Para ela, apesar de a situação não ser tão grave em Mogi, se nada for feito, os custos e dificuldades serão cada vez maiores.
A reportagem percorreu os trechos do Rio Tietê sob as pontes, desde o limite com Biritiba Mirim até a região de Jundiapeba. Na primeira delas, no Bairro do Irohy, em Biritiba, o que se vê é um rio com aparência mais limpa. “Aqui, o que a gente pode fazer para ajudar, a gente faz. Aqui, no verão, ainda tem a molecada que vem para nadar”, diz o morador local, Luciano Gomes. “Mas não é o mesmo rio. O pessoal fala que vai limpar, mas não limpa”, completa a comerciante Elza dos Santos.
De lá para baixo, o Tietê parece só piorar. Já na região de César de Souza, na Avenida João XXIII, é possível avaliar um dos principais problemas apontados pela ecóloga: o afunilamento do rio. Ali, além de haver trechos de encurtamento da calha do rio, provocado pelo assoreamento e o aparecimento de vegetação atípica, ainda foi possível analisar sinais de queimada. Por outro lado, não havia cheiro de esgoto. Esta característica permanece em outras duas pontes, na região do Rodeio. Na Avenida Prefeito Carlos Ferreira Lopes, no entanto, a necessidade de recuperação de margens já começa a ficar evidente. “Aqui ainda tem mata ciliar, que segura muito resíduo que vem da chuva, mas mesmo assim é preciso recuperar a mata”, afirma a professora Vanda.
Já na Avenida Antônio de Almeida, a situação melhora um pouco, com o surgimento de  alguns animais.
A ponte da Avenida Francisco Rodrigues Filho, nas proximidades do Parque Centenário, é a primeira onde começam a ser detectado despejo de lixo comum às margens do rio. Apesar disso, nesta região há um dos locais onde a calha do rio é mais larga.
Sob a ponte da Rua Cabo Diogo Oliver, na Ponte Grande, há mais lixo jogado às margens do rio. O despejo vai desde lâmpadas fluorescentes ao descarte de móveis velhos. “Essa situação é muito comum, mas eu entendo que é o menor dos problemas porque isso aqui é fácil e rápido para limpar. Até porque dá para ver a sujeira, diferente do que ocorre com o esgoto”, afirma a especialista.

Vila Industrial
De acordo com a engenheira agrônoma, um dos trechos mais críticos do rio está na região da Vila Industrial. Sob a ponte da Avenida Cavalheiro Nami Jafet, o cheiro do esgoto é evidente. “Quando começa a sair cheiro, está ocorrendo um processo anaeróbio, que é a falta de oxigênio na água. Isso ocorre porque começa a ter muito nutriente no rio, principalmente relativo a esgoto, e esses nutrientes aumentam a produção de algas. Como elas começam a depositar muita matéria orgânica, falta oxigênio na água. Aí você mata o rio. Ele não tem mais vida, peixes não conseguem mais viver e assim por diante”, destaca. “Este cheiro emite gás sulfídrico, que causa dor de cabeça, problemas respiratórios, neurológicos e náuseas. Geralmente a pessoa que convive muito tempo com este cheiro, acostuma e passa a não sentir. Mas isso não quer dizer que não vá fazer mal para ela”, diz.

Braz Cubas
Na ponte da Avenida Valentina Mello Freire Borenstein, já no Distrito de Braz Cubas, é a que mais tem incidências de ilhas. Elas são formadas pela terra “filtrada” pelas plantas aquáticas e contribuem com o afunilamento da calha do rio. De cima da ponte, é possível ver que em alguns pontos não há sequer dez metros para a vazão do rio.

Jundiapeba
A situação do manancial em Jundiapeba, na Avenida Joaquim Pereira de Carvalho, também é particular. Lá, o que chama a atenção é a coloração da água, um pouco mais cinzenta. A calha, no entanto, não parece comprometida pelas margens. (Willian Almeida - Especial para O Diário)

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