Agricultores de Conceição de Macabu e São Fidélis, no Norte Fluminense, estão dando um exemplo de preservação. Através do incentivo do programa Rio Rural, da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, eles puderam aderir a campanha "Água Limpa para o Rio Olímpico" e, assim, iniciarem um trabalho de recuperação de nascentes.
Emoildes Talon, da microbacia Córrego da Taquara, em São Fidélis, vive da pecuária de corte, da piscicultura e do turismo rural em um pesque-pague familiar. Assim como para todos, a água, na opinião dele, é um bem de total importância. Há quase dois anos, o agricultor fidelense cercou uma área de um hectare no entorno da nascente, num dos morros de sua propriedade, e plantou árvores que ajudaram na recuperação.
“Sempre soube que esse morro era diferente porque era úmido. O técnico da Emater-Rio identificou que aqui deveria ter uma nascente seca. Ele orientou a proteção e, desde que o gado parou de pisar na área, a água foi voltando e ficou essa poça que escorre quando chove. Essa nascente ainda vai abastecer minha casa. Quando as árvores crescerem acredito que esta poça vai virar um riachinho”, disse Emoildes
Até março deste ano, a campanha "Água Limpa para o Rio Olímpico" atingiu a marca de 635 nascentes protegidas graças a parceria com agricultores familiares. Ao todo, 262 proprietários rurais protegeram a nascente com recursos próprios, seguindo exemplos de sucesso de vizinhos ou amigos.
O trabalho é realizado com orientação técnica da Emater-Rio e inclui ações de sensibilização e mobilização dos agricultores e parceiros. A meta é proteger 2016 nascentes até os jogos olímpicos do Rio de Janeiro. Em todas as microbacias hidrográficas trabalhadas pelo Rio Rural no Estado, existem 44.889 km de rios que podem ser manejados de forma sustentável ou preservados.
Produtor rural há 28 anos no assentamento São Domingos, em Conceição de Macabu, José Brum também protegeu duas nascentes, sendo uma com incentivo do Rio Rural. “Proteger é bom pra todo mundo. Nós aqui é que cuidamos da água que chega nas cidades. Quando cuido da nascente, deixo de gastar energia para irrigar os pastos. Fica bom pra quem está na cidade, bebendo água limpa, e pra mim, que economizo. É um dever da gente proteger a água”, avalia o agricultor macabuense. Fonte: G1 - Rio de Janeiro - Norte Fluminense - Globo.com
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