Por Aristóteles Drummond*
Hidrovias possíveis
O Brasil só tem a ganhar com mais investimentos nas hidrovias, que são, na área dos transportes, o meio mais rápido de se baixar o custo Brasil. E possivelmente o de menor investimento. No sudeste, os resultados do rio Tietê-Paraná são altamente positivos e já chegam a mil quilômetros de navegabilidade? a metade do próprio Tietê, dentro do estado de São Paulo.
A questão da Amazônia é mais complicada e merece estudos, debates e ações efetivas. Recentemente houve em Manaus, o seminário “O Futuro Amazônico; Hidrovias 2014 a 2031″, organizado pelo Ministério dos Transportes, em parceria com a Marinha do Brasil, através da participação do Almirante Domingos Sávio, um dos grandes valores de sua geração na nossa armada, com comando na região.
O rio Amazonas, atendido por um sistema precário de embarcações, precisa de investimentos em portos e segurança, inclusive para facilitar esse admirável trabalho da Marinha na área da saúde e na fiscalização das condições dos barcos que trafegam pelo rio.
O Brasil desconhece as dificuldades em rios importantes como o Madeira, que, na verdade, é navegável em condições seguras por quatro meses no ano e desempenha um papel fundamental para o estado de Rondônia ter acesso ao mar pelo Amazonas. Outros rios, como o Rio Branco, também são navegáveis por um curto período.
As usinas com maiores reservatórios, no Tocantins, por exemplo, ajudam a regularizar as condições por mais tempo, com o funcionamento da eclusa de Tucuruí. Muita coisa pode ser feita no Tapajós, cujos projetos hidroelétricos ainda estão por ser iniciados. As eclusas devem ser construídas ao mesmo tempo em que as barragens, por ser mais econômico e mais garantido.
A senadora Kátia Abreu tem uma visão interessante sobre a matéria, como dirigente da Confederação da Agricultura e como senadora por Tocantins. Resolveria essas questões em pouco tempo, se fosse confiado a ela um Ministério Extraordinário das Hidrovias, para executar um plano de investimentos em seis anos. Com recursos, seria o tempo suficiente para o grande salto. O próprio Tietê vem sendo tocado com pouca presença federal, por ser projeto do governo paulista.
Na Europa, o sistema aquaviário é responsável por parte considerável do transporte de combustíveis e produtos agrícolas, com embarcações de última geração que navegam com águas de pouco mais de um metro de profundidade. Incrível que o Brasil não aproveite as oportunidades que tem.
*Aristóteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
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