Parceria entre a ONG e a Prefeitura foi novamente renovada
Nem mesmo o período de piracema inibe a ação de infratores na Represa Itupararanga. Durante a primeira fiscalização do ano realizada pela
Patrulha Náutica, logo após a renovação da parceria entre a ONG e a Prefeitura, foram apreendidas redes e tarrafas, além de localizados ranchos de pescadores profissionais às margens da represa.
A ação, realizada durante a madrugada do dia 8, resultou na apreensão de 5 redes e 3 tarrafas, materiais ilegais de pesca com medidas que chegavam a 120 metros de comprimento.
A pesca com a utilização de petrechos proibidos ainda é uma prática frequente no reservatório, e tem sido uma ameaça permanente a este importante ecossistema, especialmente, na piracema, período previsto pela legislação ambiental em que a pesca é proibida. Esta restrição se inicia em novembro, estendendo-se até fevereiro, e tem como objetivo garantir a reprodução dos peixes.
A criação de uma legislação específica que discipline a atividade pesqueira no reservatório é uma das metas da SOS Itupararanga, que vem articulando esta medida junto aos órgãos gestores da região.
Histórico
A Patrulha Náutica de Ibiúna é uma iniciativa da ONG que, em 2005, adquiriu
uma embarcação e, através de um convênio com a Secretaria Municipal de
Segurança, habilitou 15 Guardas Municipais para o patrulhamento náutico. O objetivo da Patrulha é intensificar a fiscalização na Represa e agilizar o atendimento às denúncias.
Monitoramento da represa completa 1 ano
O monitoramento da qualidade da água da represa realizado pela SOS
Itupararanga, em parceria com Tellus Soluções Ambientais, empresa de consultoria de Sorocaba, completou um ano. O projeto tem como objetivos incrementar, através de monitoramento próprio, a rede já constituída e operada pela CETESB e identificar fontes de poluição existentes em novos pontos do reservatório.
As coletas são realizadas em quatro pontos do reservatório selecionados de
forma sistemática que abrange pontos importantes do corpo da represa, e a análise está baseada nos parâmetros que compõem o IQA – Índice de Qualidade da Água para abastecimento público, que avalia a qualidade da água bruta visando seu uso para o abastecimento após tratamento.
PONTOS DE COLETAS
P1 – Próximo à Barragem
P2 – Próximo à Prainha do Piratuba
P3 – Próximo à Náutica do Condomínio
Veleiros
P4 – Próximo à Sebandilha (Estrada
Mairinque)
Estes parâmetros são, em sua maioria, indicadores de contaminação causada
pelo lançamento de esgotos domésticos. São eles: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrato, fosfato total, temperatura da água, turbidez e sólidos totais.
Comparando os resultados divulgados pela CETESB aos resultados obtidos
pelo monitoramento da ONG, observa-se que a qualidade da água de Itupararanga está dentro dos limites estabelecidos para o IQA.
No entanto, o IAP – Índice da Qualidade das Águas Brutas para fins de
Abastecimento Público e o IVA – Índice de Qualidade das Águas para a Proteção da Vida Aquática - índices também utilizados pela CETESB, apontam a redução da qualidade da água na represa, passando, respectivamente, em 2012, para Regular e Ruim.
Nesta fase, a SOS Itupararanga e a Tellus estão reestruturando o projeto, e
entendem que será necessário inserir outros índices ao monitoramento para que os resultados obtidos possam refletir com maior precisão a evolução dos níveis de degradação do reservatório, trazendo para a população informações que não distorçam a realidade e possam contribuir para maior conscientização sobre a importância da manutenção e melhoria da qualidade da água.
A relevância deste monitoramento ficará mais evidente à medida que
aumentar a base dos dados coletados, possibilitando uma análise mais precisa, cujos resultados serão compartilhados.
Estas informações subsidiarão as discussões futuras e a proposição das ações necessárias para mapear pontos críticos de despejo de poluentes com origens, principalmente, em esgotos domésticos.
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