Cresce a perda de água nas represas
Velocidade da redução do volume dos reservatórios das usinas dobrou; nível de armazenamento caiu para 39,21% e continua em queda
06 de fevereiro de 2014
Renée Pereira - O Estado de S.Paulo
O setor elétrico está no limite. Os reservatórios do sistema Sudeste-Centro-Oeste, principal mercado do Brasil, estão em baixa. O volume de chuvas é o pior dos últimos 60 anos e a demanda não para de bater recordes. Na segunda-feira, dia 3, o nível de armazenamento das hidrelétricas caiu para 39,21%, igual ao do mesmo dia de 2013. A diferença é que, naquela época, os reservatórios estavam em curva ascendente, acumulando água. Agora, estão em queda.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
- 'TV Estadão': José Aníbal (PSDB) critica política de energia
- Represas de usinas terão 'teste de assoreamento'
- Reservatórios de água que abastecem São Paulo atingem pior nível em 10 anos
- Sabesp deve apresentar solução para crise de abastecimento em 4 dias, diz Alckmin
- Chuvas mais fracas em 43 anos em represas pressionam custo da energia
Para piorar, a velocidade de redução de água nos reservatórios aumentou. Antes, o nível caía algo em torno de 0,2 ponto porcentual ao dia. Agora está em 0,4 ponto. Na Região Sul, que tem enviado mais energia para socorrer o Sudeste, a queda nos reservatórios está em 1 ponto porcentual ao dia.
Segundo um executivo do setor, com o nível baixo das represas, a água esquenta mais rápido e evapora, diminuindo a produtividade da hidrelétrica. Ou seja, para produzir um mesmo megawatt (MW), a usina precisa de mais água, o que reduz o armazenamento do lago. Vira um círculo vicioso.
"A situação não está fácil no setor elétrico. O sistema está carregado, com um consumo maior, mais intercâmbio de energia entre as regiões e menos geração hídrica", afirma o diretor da comercializadora Comerc, Cristopher Alexander Vlavianos. Segundo ele, o balanço é complicado. Para equalizar a situação, o plano A do governo foi colocar todas as usinas térmicas em funcionamento - medida que está pressionando o caixa das distribuidoras e, em algum momento, vai bater no bolso do consumidor.
O plano B seria conscientizar empresas e a população de que é necessário economizar energia enquanto as chuvas não vêm. Nas últimas semanas, com o calor excessivo e aumento do uso do ar-condicionado, a carga no horário de pico bateu recorde. Minutos antes do apagão de terça-feira, que interrompeu o abastecimento de 13 Estados e o Distrito Federal, por exemplo, a Região Sul teve recorde de demanda, às 14 horas, segundo relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A carga (consumo mais perda de energia) em todo o sistema interligado também tem atingido níveis elevados. Na terça-feira, chegou a 74.584 MW médios. No fim de janeiro, estava em 66 mil MW médios. Para o presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, a MP 579 - da renovação das concessões - deu uma sinalização oposta para o consumidor. "Se você paga uma energia mais barata, você pode consumir à vontade."
O sistema de bandeiras tarifárias, que vai elevar o preço da energia em casos de geração desfavorável, poderia dar a sinalização que o consumidor precisa. Mas ela foi adiada para 2015. "Entre as empresas, o gerenciamento do consumo é mais comum, especialmente com o preço do mercado spot (à vista) nas alturas como está agora (R$ 822 o MWh)." Nessa situação, afirma, as companhias até se esforçam para reduzir o consumo, pois terão mais lucro vendendo a energia no mercado livre. Outras empresas deixaram de produzir para vender a sobra de energia no mercado à vista.
Na avaliação dele, a culpa de toda essa situação não é só de São Pedro. É também do planejamento do governo que, para evitar conflitos ambientais, abriu mão das hidrelétricas com reservatórios, diz Faria. "Com isso, a capacidade de acumulação está cada vez menor."
Ele destaca que, desde 2009, o País tem tido, pelo menos, um grande apagão por ano. "O sistema tem fragilidades, muitas linhas carecem de modernização e, o pessoal, de treinamento para fazer a operação." Para alguns especialistas, num sistema interligado como o brasileiro, sempre haverá risco de apagão de grandes dimensões. O ESTADÃO
VEJA TAMBÉM:
VEJA TAMBÉM:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem vindo e deixe aqui seus comentários, idéias, sugestões, propostas e notícias de ações em defesa dos rios, que vc tomou conhecimento.
Seu comentário é muito importante para nosso trabalho!
Querendo uma resposta pessoal, deixe seu e-mail.
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários. Portanto, não serão publicados comentários que firam a lei e a ética.
Por ser muito antigo, o quadro de comentários do blog ainda apresenta a opção comentar anônimo; mas, com a mudança na legislação,
....... NÃO SERÃO PUBLICADOS COMENTÁRIOS DE ANÔNIMOS....
COMENTÁRIOS ANÔNIMOS, geralmente de incompetentes e covardes, que só querem destruir o trabalho em benefício das comunidades FICAM PROIBIDOS NESTE BLOG.
No "COMENTAR COMO" clique no Nome/URL e coloque seu nome e cidade de origem. Obrigado
AJUDE A SALVAR OS NOSSOS RIOS E MARES!!!
E-mail: sosriosdobrasil@yahoo.com.br